É possível recuperar a Escola Pública?
Os idosos do Estado de São Paulo lembram da pujante Escola Pública de São Paulo (Grupo Escolar, Ginásio, Escola Técnica Industrial, Escola Normal e Escola Secundária: Clássico ou Científico).
Na realidade é um saudosismo, tendo em vista o seguinte: a) O professor era uma autoridade sempre respeitada e agraciada; b) Seu salário era equivalente ao do Promotor ou do Capitão da Antiga Força Pública e c) Sua presença era alegria de todos.
Na escola, diariamente em formatura, entoava-se o Hino Nacional, Hinos principais da nação e canções folclóricas. Junto com as famílias difundiam-se os princípios morais, éticos, estéticos e religiosos.
Infelizmente, nos últimos quarenta anos houve a decadência da Escola Pública, ou seja: a) Reduziu-se drasticamente o salário do mestre. Recebe no momento (2011) menos que um soldado da Polícia Militar; b) A autoridade do professor foi reduzida a quase nada e c) Na sala de aula precisa de jogo de cintura para lidar com a indisciplina e com a violência escolar.
O “Professor” precisa de muita calma para não parar nas mãos de psicólogos e de psiquiatras.
Assim, não pode continuar! Ou fazemos uma revolução cultural ou voltaremos à barbárie.
A sociedade deve exigir dos governos (Prefeitos, Governadores e Presidente da República) o triplo do investimento. É necessário um basta na hipocrisia dos governantes e dos intelectuais que servem ao neoliberalismo.
A Finlândia proporciona 190 dias letivos aos alunos com os melhores resultados do mundo. Entre nós passamos de 180 para 200 dias letivos e houve uma redução salarial dos docentes. Como isso é possível? Novamente, sem resolver problemas de salários, dos projetos educacionais, da indisciplina e da violência escolar querem aumentar para 220 dias letivos. Quanta barbaridade! Querem acabar com os professores! Isto não pode acontecer.
Já vimos esse filme, várias vezes. Mais trabalho ao professor, mais pressão de autoridades a serviço do neoliberalismo.
Falam com a boca cheia:- O salário não ajuda no resultado da escola. Este chavão está na boca de muitas autoridades neoliberais.
A mentira quando falada muitas vezes se torna verdade para as cabeças mais humildes. Acontece que o “Professor” é um profissional que precisa ser bem remunerado para exercer sua profissão com amor e dedicação.
O governador de São Paulo continua destruindo a Escola Pública Paulista. Só não vê...Quem não quer!
Falta vontade política para melhorar os salários dos mestres para, conseqüentemente, melhorar a qualidade das aulas. Não houve sequer, a compensação das perdas do período “Covas ao Presente”. Para recuperar as perdas desde Paulo Maluf é necessário um reajuste de 250%.
Recuperar a Escola Pública significa: a) Melhores Salários; b) Respeito ao Professor;
Instrumentos para punir e orientar os casos de indisciplina e violência escolar; d) Adotar a jornada prevista na Lei do Piso; e) Cursos de capacitação; f) Acabar com a política de mérito e g) Reajuste para todos com base numa carreira aberta e democrática.
A Escola Pública continua em decadência. Até quando?
Professor Juvenal de Aguiar – Diretor Estadual da APEOESP.
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