GENOCÍDIO EDUCACIONAL NO ESTADO DE SÃO PAULO



Juvenal de Aguiar






GENOCÍDIO EDUCACIONAL NO ESTADO DE SÃO PAULO



PROPOSTA DE SOLUÇÃO:
REVOLUÇÃO EDUCACIONAL





O adulto está perdido. É preciso salvar as crianças.
Brizola.











                                           Resumo biográfico do autor

Juvenal de Aguiar Penteado Neto, natural de Catanduva, São Paulo, é professor com graduação na área de Educação em Pedagogia, Estudos Sociais e História. É pós-graduado (Mestrado) em História pela PUC – SP, e possui considerável experiência política adquirida na luta pela educação pública. Residiu na capital de São Paulo por mais de vinte anos, foi professor e diretor da Rede Pública de Ensino, bem como de escolas particulares. Reside em Marília desde 1991. Escreveu centenas de artigos para jornais e revistas do Estado de São Paulo. Participa do movimento da Educação desde 1966. É um revolucionário que luta por dias melhores. É autor de histórias infantis, romances e de vários opúsculos sobre política e sindicalismo. Recebeu nove vezes o prêmio “Troféu Regional de Marília”, foi laureado com o troféu “Prêmio Tradição Regional de Garça” e com o “Prêmio Cidade de Tupã”. Foi membro do Conselho Municipal de Educação de Marília. É Conselheiro Estadual desde 1984 e Diretor Estadual da APEOESP – Sindicato Estadual dos Professores por quatro mandatos sucessivos.



Agradecimentos

         Agradeço as inúmeras contribuições que foram formuladas pelos companheiros citados abaixo, sem as quais, o presente livro seria impossível:
         José Rocha Cunha na correção e críticas construtivas. Foi um trabalho de competência e respeito;
         Antonio Oswaldo Perin pela correção e crítica inicial;
         Alexandre Sampaio Ferraz e Glauco Freire do DIEESE/APEOESP, tanto na elaboração de textos iniciais, bem como na formulação de gráficos.
         Maria Izabel Azevedo Noronha, nossa Presidenta, por sua liderança e capacidade sindical que muito ajudou, diretamente, na elaboração do texto.







Este texto é uma contribuição à Sociedade Civil, aos professores e aos estudantes do Brasil para que conheçam a realidade da escola pública do Estado de São Paulo.







O texto possui partes repetitivas para reafirmar a realidade existente.











Nosso objetivo
O objetivo deste livro é provocar um choque de realidade na sociedade paulista, bem como na brasileira, com a demonstração da incompetência dos governos dos últimos quarenta anos na condução das políticas públicas para nossas instituições educativas.
O resultado dos governos perdulários foi a ampliação contínua do exército de reserva do crime organizado.
Ao se afastar do projeto pedagógico tradicional, abandonou-se o professor, e a nossa juventude perdeu a imagem que perseguia na sua formação.
Como resultado, ampliou-se o tráfico de drogas, bem como todos os desvios de conduta que deveriam sofrer correção no âmbito das famílias, escolas, igrejas, trabalho, etc.
Para recolocar nosso país e nosso estado nos trilhos da história e do progresso salutar da humanidade é necessário recolocar a escola pública paulista no patamar em que se encontrava em 1979.
Não precisamos revolver o passado para conhecer os culpados pela incompetência generalizada das autoridades que se esqueceram da importância das instituições formativas para moldá-las ao projeto neoliberal.
Devemos recuperar a consciência de que a formação está no espírito da escola tradicional, com a atualização dos métodos e dos processos pedagógicos. 
Os modismos implementados pelos governos corruptos e entreguistas deturparam a conduta do nosso cidadão.
Não há investimento suficiente para reverter a tragédia em que se encontra a escola pública paulista. Tudo precisa ser reconstruído, desde a autoridade dos educadores até a imagem do professor.
A política neoliberal do PSDB-DEM, bem como de seus aliados, continuará formando o exército de reserva do crime organizado. Quem viver, verá!


Reflexão sobre educação

              Ao folhear uma revista num consultório médico, li uma reportagem que mostrava, com estatísticas, que as crianças de origem asiática que estudam no Brasil, apresentam desempenho escolar superior ao dos estudantes brasileiros.
O texto explicava que, nas classes onde elas são maioria, o silêncio e a atenção são uma constante.
Ouve-se claramente a voz do professor explicando a matéria. Dizia também que essas crianças dedicam nove horas diárias ao estudo (cinco na escola e quatro em casa) enquanto que as nossas, apenas cinco (as da escola).
Quando chegam em casa, essas crianças pegam seus cadernos, livros e estudam. Fazem os deveres de casa que o professor passa, lêem, treinam equações matemáticas, etc.
Enquanto os brasileirinhos, em sua maioria, vagueiam pelas ruas empinando pipa ou jogando bola.
Com isso, os asiáticos do nosso país estão conseguindo os melhores postos de trabalho (que são justamente aqueles que exigem melhor qualificação e preparo) em empresas com ótima remuneração, assistência médico-hospitalar e condições de ascensão profissional.
E tudo isso me fez lembrar de uma menina brasileira que morava no Japão e veio visitar os parentes que ficaram aqui.
A tia dela era orientadora na escola onde lecionávamos.
Estávamos em nossas classes, tentando dar aula e explicar a matéria para os alunos que, como sempre, só conversavam e brincavam de costas para a lousa. Enquanto isso, a tia, nossa orientadora, vagava com a garota pelos corredores da escola, procurando uma classe mais calma, onde a sobrinha pudesse ficar resolvendo as questões de uma provinha de terceira série que ela havia preparado, para verificar o aproveitamento e a adaptação da menina na escola japonesa.
Mas a menina ficou aterrorizada com a gritaria dos nossos alunos e preferiu resolver a prova na biblioteca, alegando que não conseguiria concentrar-se com aquela bagunça.
Perguntamos então o que acontecia, na escola dela, com os alunos que só queriam brincar, não estudavam e não respeitavam o professor em sala de aula.
Ela disse que eles eram castigados.
Perguntamos então qual era o tal castigo.




E sabem o que ela respondeu?
Que não sabia, porque na classe dela nunca havia visto um aluno conversar durante as explicações ou desrespeitar seu professor.
Perceberam a diferença?
Nas escolas públicas de São Paulo, as salas de aula são superlotadas, com até 45 alunos por classe.
Para esse auditório, o professor tem que ensinar:
O conteúdo das disciplinas (Matemática, Português História, Geografia, Ciências) + cidadania + valores + educação sexual + higiene + saúde + ética + pluralidade cultural.
Deve, também, funcionar como: psicólogo, assistente social, orientador educacional e orientador pedagógico, desempenhando também todos os deveres familiares que a sociedade resolver transferir para a escola.
Nossos alunos dizem que as aulas são chatas e alegam que não gostam de ler. Que ler não é divertido. Que jogar bola e empinar pipa é melhor.
E todos logo gritam em coro:
- Culpa dos professores que não dão uma aula divertida e atraente para as crianças.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo surge em cena alegando que o aluno que temos é assim mesmo e que os professores precisam aprender a ensinar.
Rotula o magistério oficial como “professores nota zero”
O que eles querem esconder é que temos em classe crianças (filhos de eleitores) que recebem o livro didático, cadernos e até mochilas, mas “esquecem” em casa para ficar brincando durante a aula.
Crianças que não fazem lição de casa, não estudam e nem sequer prestam atenção nas explicações do professor em classe.
Para agradar os pais eleitores, a Secretaria da Educação encaminha os professores para cursos de “capacitação”, alegando que eles não têm mais capacidade para ensinar.
Contratam firmas para dar esses cursos que segundo eles, tem o poder de transformar “profissionais despreparados” em professores criativos, prontos para dar aulas eficazes, envolventes, estimulantes e, ao mesmo tempo, divertidas, capazes de fazer com que os alunos gostem mais da escola do que das partidas de futebol, mais de leitura do que dos jogos no computador.
É claro que esse discurso de responsabilizar o professor e varrer a sujeira pra baixo do tapete não vai levar a educação a lugar nenhum.







Mas serve perfeitamente para justificar, junto à opinião pública, os baixos salários pagos aos profissionais do estado que mais arrecada imposto do país.
Imagine que você está doente, vai ao médico e ele prescreve determinado remédio.
Você não toma o medicamento, não faz a sua parte e culpa o médico por não melhorar.
Assim acontece nas escolas públicas paulistas: o professor ensina e os alunos não prestam atenção, não estudam, não fazem os deveres de casa como nossos amiguinhos asiáticos.
Daí vem o governo e culpa o professor pelo mau desempenho dos “estudantes”
Para justificar mais uma vez a falta de reajustes e os baixos salários em SP o governo implantou um sistema de avaliação para professores.
Os professores recebem um bônus por produtividade, uma vez por ano, se os alunos estudarem; se os alunos não faltarem; se os alunos não se evadirem; se os alunos...
E, como o aluno não quer saber de nada, estamos sem reajustes desde que o PSDB/DEMO começou a governar (há uns 14 anos).
Agora (fevereiro de 2009), vemos o governador na TV dizendo que pagou até quinze mil reais de bônus aos professores.
Só que se isso fosse averiguado direitinho, a verdade seria descoberta.
Para se ter uma idéia, tem escolas onde nenhum professor recebeu bonificação porque houve evasão, porque o aproveitamento dos alunos não se alterou. E assim por diante!
Sem contar que, nesse sistema de bonificação por produtividade, os aposentados, por não terem mais alunos, são castigados e estão sem reajuste há anos (desde que o governo de SP – PSDB/DEMO – passou a avaliar professores pelo desempenho dos alunos).
Ninguém quer sugerir aos eleitores a receita das crianças asiáticas:
              - Fazer a lição de casa, estudar, empenhar-se, dedicar-se. Enfim, fazer sua parte!
A verdade é que o educador deixou de ser modelo para os jovens: ganhamos mal, nos vestimos mal e somos alvo constante da crítica social.
Hoje, modelo para os jovens, são os milionários jogadores de futebol, pagodeiros e outros mais que prefiro nem relacionar aqui.





Vamos combinar, não dá para falar em Educação de Qualidade enquanto o profissional da educação for sistematicamente desvalorizado, tratado pelo governo, pelas famílias e pela mídia em geral como um inimigo público, um vagabundo, etc.
Nessas condições, que aluno vai querer ouvir o que uma pessoa assim tem a dizer?                                                 
 Pedimos a todos que repassem esta mensagem para sua lista de contatos.
Não temos voz na mídia e precisamos da Internet para que a população saiba o que acontece nas escolas do Estado de São Paulo.
Texto de autor desconhecido
Transcrito da Internet e atualizado por Juvenal de Aguiar








Colega professor(a).

         Esperamos que o texto apresentado e desenvolvido através da ótica de um sindicalista seja útil para a tomada de consciência dos profissionais do magistério.
         Deixamos claro, no início da nossa caminhada, que parte do texto foi publicada em jornais e revistas do estado de São Paulo, principalmente na cidade de Marília, na forma de artigos ou opúsculos. Apesar de serem assuntos que envolvem a APEOESP, as opiniões são de cunho pessoal e trazem a assinatura do responsável. As citações foram identificadas.
         O texto foi dividido em cinco capítulos para facilitar a leitura e pesquisa de colegas, de estudantes e de sindicalistas.
         Capítulo I - Caos na escola pública – Este capítulo foi elaborado para mostrar a decadência da escola pública paulista, a partir do governo Maluf, passando pelos governos Quércia, Fleury e piorando com os governos do PSDB.
         Capítulo II - Conflitos e Reivindicações – Este capítulo foi elaborado para mostrar parte do dinamismo das reivindicações da categoria.
         Capítulo III - Relação de forças – É um texto elaborado para ajudar na formação da consciência do magistério.
         Capítulo IV – Questão Salarial – Mostra o aviltamento dos salários a partir do governo Paulo Maluf até o de José Serra.
          Capítulo V – Proposta de Solução: Revolução Educacional.
         Capítulo VI – Considerações Finais.

Juvenal de Aguiar Penteado Neto






Nosso objetivo..................................................................................... 04
Reflexão sobre educação......................................................................05
Colega professor(a)..............................................................................08
Índice....................................................................................................09
Caos na Escola Pública Paulista (Parte I)............................................ 11
Caos na Escola Pública Paulista (Parte II)........................................... 13
Caos na Escola Pública Paulista (Parte III).......................................... 15
Mentira tem pernas curtas.................................................................... 13
A manipulação continua....................................................................... 14
Recolocar a Escola nos Trilhos da História.......................................... 17
Vantagem pessoal................................................................................  19
Tudo de cima para baixo....................................................................... 20
Violência Escolar.................................................................................. 22
Por que Alckmin perdeu as eleições ? (I)..............................................24
Por que Alckmin perdeu as eleições? (II)............................................. 26
Por que Alckmin perdeu as eleições? (III)............................................ 28
Falácias, Verdades e Maldades............................................................. 30
O Professor e a consciência de classe.................................................. .33
Magistério: Consciência em Si e para SI....................................... ..... .36
O Magistério e o Espaço Político.................................................. ....   37
Escola Pública: Ocupação de Espaços...............................................   38
A grande mentira do governo.............................................................   40
Redução Salarial no Brasil..................................................................  41
Estratégia do bom salário....................................................................  44
O salário do magistério é determinante...............................................  46
As pragas da Educação Paulista..........................................................  48
Reajustes Salariais...............................................................................  51
As perdas históricas.............................................................................  63
A evolução do plano de carreira de 1998............................................  65
Caos na Escola Pública Paulista (IV)..................................................  69
Quais são os culpados (1)....................................................................  70
Quais são os culpados (2)....................................................................  72
Revolução através da educação...........................................................  74
Responsabilidade Familiar.................................................................   76
Responsabilidade Escolar..................................................................   78
Responsabilidade Religiosa................................................................   80
Responsabilidade Jurídica..................................................................    81
Responsabilidade da Mídia................................................................    83
Arrocho salarial é fruto da política compensatória............................    84
Bonificação por resultados.................................................................    86
Porque somos contra o bônus de resultados.......................................   88
Currículo e avaliação.........................................................................    91
Conclusão...........................................................................................   93














Capítulo I

Caos na
Escola pública
paulista






















Caos na escola pública paulista (Parte I)
         A sala de aula, até os anos sessenta, era local de aprendizado quase sagrado, onde se produzia consciência, saber, respeito, preparação para o trabalho e, acima de tudo, cidadania.
         Lembro-me com saudades da escola pública. Havia um ritual quase sacrossanto. Diariamente, cantava-se o Hino Nacional e músicas variadas, declamavam-se poesias, eram feitas dramatizações e cultuavam-se os heróis da Pátria.
         Quando o professor, o diretor ou o inspetor Escolar entrava numa sala de aula, os alunos se levantavam para receber a autoridade. O mestre era respeitado. Recebia salários condizentes com a sua formação.
         Os pais acreditavam na escola. Qualquer ato de indisciplina era tratado dentro dos regimentos escolares. Havia previsão de advertência, suspensão, transferência compulsória e expulsão. Houve períodos em que alunos repetentes por dois anos consecutivos não poderiam mais estudar na escola pública.
         Havia prêmios para os melhores alunos. A escola era respeitada, era o centro das atenções dos pais, alunos, professores e autoridades.
         Os alunos com problemas de adaptação à escola eram acompanhados por profissionais competentes.
         Os professores tinham total apoio da direção, da comunidade e das autoridades para exercerem a docência.
         Muitos pais, quando chamados para ajudar na orientação dos filhos por motivos disciplinares, eram duríssimos com as crianças e os adolescentes, ou seja: ninguém podia atrapalhar o desempenho dos alunos que desejavam aprender.
         O aluno terminava o secundário e estava apto para cursar as melhores universidades do país. A escola exigia, era dura, mas aqueles que desejavam aprender atingiam seus respectivos objetivos.
         A escola começou a ser destruída a partir de Paulo Maluf. Os salários dos mestres foram reduzidos à metade, inicialmente. Para corrigir as perdas entre Maluf e o presente (2009) é necessário um reajuste de 250%! É o primeiro indicador de que a escola foi abandonada.
         O professor era a imagem a ser perseguida pelos educandos.
         Hoje (2009), infelizmente, reina o caos total. O docente não possui apoio de ninguém. Se alguma coisa, ainda funciona, é graças ao destemido professor. Tudo é contra ele, mas faz o possível para desempenhar seu trabalho.






         Hoje não existem mais os regimentos. As mentiras, bem como os desvios de conduta, não são analisados. Tudo precisa ser resolvido pelo professor. Isto é impossível! A função do professor é ministrar aulas. Não pode, em hipótese alguma, substituir a família, as igrejas e outros profissionais que ajudam na formação e solução dos problemas das crianças e adolescentes.
         O professor está só. Seu trabalho, antes valorizado e respeitado, hoje está totalmente abandonado por autoridades e sociedade.
         É preciso, urgente, a formação de uma cruzada para recuperar a escola pública e para garantir nosso desenvolvimento.
É necessária uma volta, paulatina, ao ensino tradicional para recuperação da qualidade do ensino através da recuperação da imagem do professor.
         Podemos afirmar que as imagens formativas de muitas crianças e adolescentes é a dos traficantes de drogas. Só não vê, quem não quer...




















Caos na escola pública paulista (Parte II)
     O projeto educacional dos governos Covas, Alckmin e Serra proporcionou uma desgraça à escola pública: as medidas foram desastrosas.
     Desde o início do governo Mário Covas, a APEOESP faz críticas construtivas. Desta forma ousa, mais uma vez, mostrar as causas do caos existente na escola pública paulista.
     As medidas estruturais, para fins de economia, trouxeram o caos reinante.
      Os governos destruíram um sistema escolar exemplar com medidas neoliberais buscando fazer economia nos investimentos.
     O que fizeram os governos Covas e Alckmin? a) Separaram os alunos por faixa etária; b) Separaram os irmãos mais velhos dos mais novos; c) Juntaram alunos de várias escolas; d) Alunos violentos se juntaram; e) A violência escolar aumentou geometricamente; f) A separação foi para facilitar a municipalização; g) Desempregaram dezenas de milhares de professores; h) Fecharam escolas em muitas cidades; i) A redução das aulas da grade curricular, também, desempregou dezenas de milhares de professores; j) Acabaram com as aulas das disciplinas Filosofia, Sociologia e Psicologia no Ensino Médio; k) O trabalho pedagógico foi banalizado; l) A aula, medida em “hora-relógio”, tornou-se um pesadelo para o docente; m) Fizeram uma maquiagem nos salários dos professores; n) A questão salarial foi, repetidas vezes, objeto de processos na justiça; o) O salário não recebe reajuste linear desde o início do governo Covas; p) A amplitude entre o menor e o maior salário foi reduzida; q) A reestruturação na carreira do magistério realizada em 1997 foi um desastre para os mais antigos e para os aposentados; r) Não houve valorização do magistério como mandava a lei do FUNDEF e, hoje, a do FUNDEB; s) O módulo de funcionários foi reduzido; t) O salário do magistério ficou defasado; u) Os salários dos mestres estão entre os piores do mundo; v) O trabalho docente é cada vez mais difícil; x) As autoridades educacionais se tornaram cada vez mais autoritárias e distantes dos professores; y) Os projetos são elaborados nos gabinetes; w) Quando abrem o debate das questões, as sugestões não são consideradas; z) Tudo é feito através do monólogo, pois acabou o espírito democrático que reinava nas escolas; o professor perdeu sua autoridade; a liberdade de cátedra virou cumprimento de regras; e o diretor de escola atua como gerente e, em conseqüência, não consegue cumprir as funções pedagógicas e seu trabalho se tornou cada vez mais difícil.
     Os problemas apontados acima tornaram a escola um verdadeiro caos. Nossos valorosos companheiros fazem “das tripas, coração” para exercerem a mais nobre das funções: lecionar com dignidade.
     Nossa categoria precisa de valorização. Todos! Do servente de escola ao supervisor de ensino! Todos ganham salários defasados. São necessárias medidas urgentes para a recuperação da escola pública.
     Até quando teremos a incompetência e o autoritarismo na Secretaria da Educação?















Caos na Escola Pública Paulista (Parte III)
         Esperamos que, neste pequeno texto, possamos externar as maléficas conseqüências da política educacional estabelecida há mais de dez anos pelo então governador Mário Covas, e mantida por Alckmin e Serra.
         A escola se torna cada vez mais problemática e, infelizmente até o momento, não há nenhum tipo de correção programada pelas autoridades.
         O resultado do atual projeto educacional é evidente: a) A promoção continuada virou automática; b) O aluno ficou sem estímulos; c) Provocou a irresponsabilidade; d) A falta de respeito aos mais velhos é evidente; e) A responsabilidade estudantil é cada vez mais frágil; f) O aluno estuda cada vez menos; g) É possível encontrar analfabetos funcionais entre os que concluíram o ensino fundamental; h) Alguns chegam ao curso superior sem nenhuma capacidade crítica; i) A escola está desacreditada; j) Nas avaliações realizadas por organismos internacionais, os alunos da escola pública brasileira ficam com os piores índices; k) Nas avaliações do MEC, chega-se à conclusão de que houve aumento quantitativo, mas perdas qualitativas; l) A indisciplina escolar é cada vez maior; m) lecionar se tornou uma atividade de risco; n) Uma parcela significativa da categoria perdeu o encanto com a profissão; o) Leigos e “palpiteiros” influenciam o destino da escola; p) O professor perdeu sua autoridade; q) Acabou a liberdade de cátedra; r) O diretor tornou-se um burocrata, não por opção, mas por coação; s) A maioria dos supervisores de ensino, autoridade indireta, tornou-se fiscal do governo para pressionar diretores e professores resistentes; t) Questões pedagógicas foram preteridas por calendários, semanas temáticas e quadros de horários; u) O sistema ficou autoritário; v) A interpretação das normas legais (leis, decretos e resoluções) é minuciosa; x) O autoritarismo fala primeiro; y) As reivindicações sequer são analisadas; w) A escola está um verdadeiro caos, com raras exceções.
         Deixamos claro que a responsabilidade pelo caos existente é da política adotada no projeto educacional dos governos Covas, Alckmin e Serra.
         Os membros do Magistério, bem como os alunos, são vítimas de um projeto que visa melhorar as estatísticas quantitativas em detrimento da qualidade do ensino.
         O professor é um forte. Luta contra a indisciplina, contra a violência escolar, contra a indiferença da sociedade, contra péssimos salários e contra a falta de instrumentos legais para lecionar com tranqüilidade.




Mentira tem pernas curtas!
         Os governos Covas, Alckmin e Serra usam a teoria da grande mentira através dos titulares da Secretaria da Educação, assim como repetem o discurso de FHC e Paulo Renato. Elaboram teorias, mostram projetos, conseguem financiamentos ou patrocínios de bancos e institutos internacionais. Enchem a mídia com a falácia de que a educação paulista está melhorando. Tudo para enganar os desinformados. Quantidade é qualidade?
         A APEOESP, mostra que o projeto educacional está equivocado. Para valorizar a educação paulista, em primeiro lugar, é necessário recuperar a imagem do professor, através da reposição das perdas salariais historicamente acumuladas. Além da maquiagem nos salários e da redução da amplitude entre o maior e o menor salário, os governos obrigam a aprovação dos alunos para sua exclusiva promoção pessoal e política.
         Os responsáveis pelo caos da escola pública brasileira se apresentam como líderes para nosso desespero.
         É bom recordar que antes de Luiz Ferreira Martins e de Paulo Renato na Secretaria da Educação paulista, o aluno da escola pública, após o antigo ensino secundário, era aprovado nos principais vestibulares do país. Hoje, isto é raridade. Quem são os culpados? Só não vê, quem não quer.
         A realidade: foi publicada em dezembro de 2004 mais uma divulgação dos resultados obtidos por alunos de 40 países. Os testes foram elaborados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).  O levantamento foi elaborado após uma prova realizada por 250.000 jovens, sorteados em escolas públicas e particulares, todos na faixa de 15 anos. Do Brasil participaram 4.400 alunos. A sofrível situação da educação brasileira está refletida nos resultados: Matemática – último lugar; Leitura – 37º lugar; Ciências – 39º lugar
         Ao implantar projetos Escola democrática, Escola para todos, Escola Nova os governos abandonaram os professores e a sala de aula. Não há como contemplar os alunos sem investimentos no professor.
Às vezes, encontramos leigos dando palpites e fazendo críticas comparativas com outros profissionais da sociedade brasileira. Quanta bobagem! O professor é o único que trabalha com a principal matéria prima da natureza, que são as crianças e adolescentes. Por que abandonam os professores? Será que é para continuar a política entreguista da elite brasileira?
         A soberania e o desenvolvimento se fazem com EDUCAÇÃO! Por que foi abandonada?





 A manipulação continua...
         “Parabéns” ao Governo do estado de São Paulo pela contínua manipulação dos dados da Rede Pública de Ensino para sua autopromoção. As medidas são circunstanciais e acompanhadas de muita propaganda.
         Vamos confirmar nossos argumentos com a seguinte retrospectiva:
         No início do governo Covas, a grade curricular era formada por 25 aulas, tanto no diurno quanto no noturno, além de três aulas de Educação Física fora do período; portanto, vinte e oito aulas semanais. Covas, através de muita propaganda, colocou as aulas de educação física no mesmo período e majorou para trinta aulas semanais. Medida aplaudida. Aumentou duas aulas por período.
         Em 1997, Covas fez uma reestruturação na carreira do magistério, bem como na grade curricular, prejudicando dezenas de milhares de professores, inclusive criando o maior desemprego de professores da história.
         Ou seja, através da Lei Complementar 836/97, ficou estabelecido que a nova grade curricular teria 25 aulas no diurno e 20 no noturno. Para enganar os leigos, estabeleceu que a aula de cinqüenta minutos seria de uma hora, sendo que o trabalho pedagógico continuaria de cinqüenta minutos. Fez uma engenharia para reduzir os salários, tanto dos professores ativos quanto dos aposentados. No espaço de tempo de trinta aulas semanais no diurno colocou vinte e cinco. No noturno, as vinte e cinco aulas foram reduzidas para vinte.
         Reduziu a amplitude (diferença entre o menor e o maior salário) de dez referências para cinco níveis. Com os recursos economizados com a dispensa de dezenas de milhares de professores, aumentou o salário inicial dos professores, mas, com a redução da amplitude, prejudicou os mais antigos e os aposentados.
         A APEOESP, na defesa dos professores e da escola pública, sempre reivindicou melhores salários para o magistério, bem como a volta da grade curricular de 30 aulas, tanto para o ensino fundamental quanto para o ensino médio.
         No final de cada ano, a Secretaria da Educação provoca redução das salas de aulas, bem como fechamento de escolas em muitas Diretorias Regionais de Ensino, além da ampliação do processo de municipalização, que acaba provocando a dispensa de mais professores.
 Após muitos anos de reivindicações, o então secretário da Educação, Gabriel Chalita, promoveu uma pesquisa junto aos diretores de escolas para ampliar a grade curricular de 25 para 30 aulas semanais no ensino médio.





         Não podemos esquecer que, durante os governos Covas e Alckmin, foi adotada uma política de redução de escolas e de salas de aulas e de transferência de alunos do ensino regular para tele-salas e supletivos, reduzindo, assim, mais uma vez, o número de professores. Tudo dentro dos parâmetros do neoliberalismo. A política foi de redução de gastos, que provocou a queda do ensino e o aumento da violência escolar.
         A ampliação de 25 para 30 aulas semanais no ensino médio é nossa reivindicação. Esperamos medidas que possam melhorar o salário do mestre, bem como uma política que valorize a qualidade do ensino e não o aspecto quantitativo.
         A APEOESP exige a valorização do magistério – conforme prevê a Emenda Constitucional que criou o FUNDEF, bem como a lei do FUNDEB – assim como a recomposição salarial no mesmo patamar de 1979.







































Capítulo II

Conflitos
e
reivindicações

































Recolocar a escola nos trilhos da história!
         A banalização da escola teve início no governo Paulo Maluf e foi agravada no governo Mário Covas, que contribuiu com a violência e com o crime organizado.
         Com Maluf, iniciou-se a monumental perda salarial e, a partir de Covas, a perda salarial se juntou com a promoção continuada, que se tornou automática.
         O diagnóstico completo da crise da educação já foi mostrado ao governo e à sociedade por mais de quatro décadas. Todos fazem discurso de prioridade da escola e, na práxis, destróem cada vez mais a principal instituição do progresso e do bem estar social.
         O principal objetivo da escola é desenvolver a responsabilidade do educando para a sociedade e para o trabalho. Este objetivo foi destruído ao longo do tempo com o abandono progressivo do principal agente da educação. Por quê?
         A recuperação da imagem do professor é fundamental para recolocar a escola nos trilhos da história.
         Antes desta fase, a escola praticava ações que minimizavam os desvios de conduta existentes. O professor ministrava suas aulas com tranqüilidade. Existiam alguns documentos básicos que eram cumpridos. Entre eles, podemos citar: Regimento Disciplinar, Código de Ética dos Alunos, Avaliação com reprovação.
         O equilíbrio principal estava no salário compensador e no respeito ao processo ensino-aprendizagem.
         Com o abandono desses documentos básicos, bem como a instituição da “promoção continuada que se tornou automática”, acabou a seriedade do processo de interação aluno-professor.
         Parece que as autoridades que tratam do assunto esqueceram-se de que o educando, para se defender, se torna mentiroso. Pratica violências contra colegas e contra professores. A prática mais comum é falar que o professor não explicou a matéria. Ora, dentro da atual situação de total ausência de valores, não há como motivar o aluno ao aprendizado escolar. O professor e o diretor, como vítimas do sistema, nada podem fazer. Quando tentam resolver alguns problemas de desvios de atitudes comportamentais, são chamados de incompetentes. Tudo está errado!







         As instituições (Família, igrejas e escola) não cumprem suas finalidades. A maior parte da culpa é do Estado.
A impunidade do meio escolar, a falta de responsabilidade do educando com seus trabalhos escolares, a promoção automática, a proteção incompetente do menor e do adolescente, tanto pela família quanto por autoridades, empurram, cada vez mais, parcelas da juventude para o crime organizado.
         Conhecemos professores que foram vítimas de sindicâncias e de processos devido a calúnias de alunos, pais e autoridades incompetentes, além de sofrerem vários tipos de violências dentro da sala de aula ou da escola.
         Para solucionar o problema da violência da sociedade e o enfrentamento do crime organizado, o primeiro passo é “recolocar a escola nos trilhos da história”. Com a valorização da escola, começando com a valorização do professor, reorganizando os regimentos das escolas, acabando com a promoção automática, aplicando orientações e penalidades, se for o caso, nos desvios de conduta, a conseqüência natural do processo será responsabilidade do futuro cidadão.
         Ao resolver o problema da escola estaremos fechando cadeias e penitenciárias.
        


















Vantagem Pessoal
         A vantagem pessoal existente nos demonstrativos de muitos pagamentos de professores e funcionários públicos, em vários níveis de poder, foi gerada na reengenharia adotada por Fernando Henrique Cardoso e seus seguidores para reduzir salários. Como estes são irredutíveis, fizeram novas tabelas, reduziram a amplitude das carreiras, chamaram referências de níveis, sempre no sentido de diminuir os salários ou proventos.
         No caso do magistério, a reestruturação da carreira realizada em 1997 pelo então governador Covas reduziu a tabela de vencimentos de dez referências para cinco níveis para professores e para quatro no caso dos especialistas.
         Nossa entidade protestou. Saiu da mesa de negociações quando notou que a intenção do governo era reajustar os salários iniciais com prejuízo dos mais antigos e dos aposentados.
         À revelia da APEOESP, o projeto de reorganização da carreira do magistério foi gerado nos gabinetes da Secretaria da Educação (Lei Complementar 836/97).
         Nossa entidade entrou com vários processos coletivos para defender os associados.
         A Constituição Federal determina que os salários não podem ser reduzidos. Na tabela do novo plano de carreira, os professores mais antigos e os aposentados teriam redução. Para contornar o problema, o governo Covas pagava esta diferença para menos dando à mesma a denominação de “vantagem pessoal”. Esta vantagem seria, porém gradualmente extinta.
         O Governo do Estado de São Paulo reduzia a “vantagem pessoal” por ocasião de pequenas correções no salário base do magistério. Expediente ilegal, mas dentro da reengenharia salarial do estado.
         Com a Lei 958/04, acatando a pressão da APEOESP e do Judiciário, o Governo do Estado mandou pagar os atrasados da “vantagem pessoal”, bem como recolocou os valores nos níveis em que foram gerados.
         Outras distorções da lei, com violação do Estatuto do Magistério e da Constituição Federal, continuam na mira da APEOESP, bem como do Judiciário. Apenas para citar uma delas, na época reduziram o patrimônio do aposentado ao mandar recalcular as horas da jornada complementar. A redução, no caso, chegou a 20% dos direitos. Esperamos justiça! Nosso aposentado não pode continuar como “bode expiatório”. Merece respeito das autoridades. Para nossa felicidade, algumas ações já foram vitoriosas, inclusive mandando pagar a diferença desde 1998.







 Tudo de cima para baixo!
         Mais uma vez, tudo de cima para baixo. Já denunciamos muitas vezes: “O projeto educacional do Estado de São Paulo está errado”. A Secretaria da Educação, bem como a sociedade, não quer ouvir.
         A mesma equipe, com pequenas alterações, faz os projetos da Secretaria da Educação, sempre com a mesma estratégia: estabelece farta propaganda para desmoralizar o magistério e em seguida anunciar medidas ditatoriais. A grande imprensa, por causa das verbas publicitárias, fica ao lado do governo.
         Desafiamos: vá até a escola. Converse com professores e alunos. Verifique as condições de trabalho do professor. Verifique o salário do professor. Depois faça seu juízo de valor. Quem é o culpado pelo fracasso da Educação do Estado de São Paulo?
         Desde o governo Mário Covas que a coligação PSDB/DEM manda no nosso estado e em grande parte do Brasil. Adota a política do “Estado mínimo” Faz economia onde deveria fazer investimentos.
         Quais foram às causas do atual quadro dramático da educação do nosso Estado? Qualquer leigo pode entender, no aspecto salarial: a) A Lei Complementar 836/97, criada pelo governo Mário Covas, fez uma reengenharia na carreira do magistério, que prejudicou a maioria dos professores ativos e aposentados; b) A amplitude, que era de dez referências, foi reduzida no novo plano de carreira para cinco níveis; c) Para não reduzir salários dos mais antigos, o governo foi obrigado a estabelecer uma gratificação chamada de “vantagem pessoal”.
 No aspecto pedagógico, adotou condução totalmente equivocada: a) Criou a promoção continuada; b) Promoção por faixa etária; c) Pressão sobre os professores para promoverem os alunos; d) Acabou com a autoridade do Conselho de Classe e Série; e) A promoção tornou-se automática; f) A recuperação passou a ser apenas para melhorar as estatísticas; g) salas superlotadas; h) Houve recuperação com um único tema para todas as classes e séries; i) Estimulou a indisciplina e a violência; j) Acabou com a responsabilidade do educando.
Na imagem do Professor:
a) O professor foi abandonado na sala de aula; b) Não recebe nenhum apoio para resolver os problemas da disciplina e da violência; c) A imagem do professor foi desgastada ao longo dos governos do PSDB/DEM; d) Pelo abandono e péssimas condições de trabalho, muitos professores recorrem a tratamentos psicológicos, psiquiátricos e até de neuroses, etc.





Imagem da Escola:
a) Não recebe o respeito dos pais e alunos; b) Não produz o sonho desejado de “estudar para ter um melhor futuro”; c) Não é o ambiente democrático para se produzir cidadãos; d) A escola ao invés ministrar conteúdos, cumpre tarefas determinadas pela Secretaria da Educação.
Tudo foi elaborado de cima para baixo, sem qualquer consulta aos professores, às entidades ou à própria comunidade estudantil.
Parece incrível que insistam no mesmo projeto pedagógico. Mais uma vez querem culpar os professores pelo fracasso da escola.
Será que poderiam responder: a) Por que não adotam outro projeto pedagógico? b) Por que não consideram como investimento as despesas com a educação? c) Por que não respeitam o trabalho do professor?  c) Por que não oferecem apoio ao trabalho do professor? d) Por que não capacitam o professor para cuidar dos alunos com necessidades especiais? e) Por que não chamam as entidades para ajudarem num projeto laico, democrático e competente?
Infelizmente, enquanto a Secretaria da Educação continuar adotando medidas antidemocráticas no apagar das luzes de um ano letivo, sem nenhum tipo de diálogo com professores, bem como com as entidades, tudo levará ao fracasso das medidas anunciadas. Parece que ninguém do PSDB/DEM, do governo ou entre as autoridades da Secretaria da Educação leu, ou pelos menos viu, um resumo da “Teoria da Mudança”, tendo em vista que desde Covas as mudanças foram todas para pior. Só não vê, quem não quer.
O professor e a escola pedem socorro!



















Violência Escolar
         É inacreditável! As entidades do Magistério fazem suas pesquisas com responsabilidade, apresentando resultados estarrecedores! O governo, bem como a sociedade organizada, não tomam nenhuma providência para corrigir as distorções.
         Desde a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente estamos alertando para o fato de que medidas complementares são necessárias.
         Entretanto, a política educacional do PSDB/DEM criou a aprovação continuada que, na prática, tornou-se aprovação automática.
         O Estatuto da Criança e do Adolescente, sem medidas complementares à política educacional, terminou por estimular a violência no ambiente escolar nos últimos vinte anos.
         Do nosso ponto de vista o Conselho Tutelar e o Ministério Público deveriam atuar junto com a escola para conter a violência, bem como contribuir para a adoção de medidas que possam ajudar na solução dos problemas.
Educandos menores de 12 anos que praticam atos violentos, bem como os respectivos pais ou responsáveis, precisam receber orientações ou penalidades pelas transgressões disciplinares. 
         A Secretaria da Educação aparece nos momentos em que a violência se torna de conhecimento público para dizer que são fatos isolados e que está providenciando medidas para conter os problemas. Parece omissão deliberada.
         Queremos deixar claro: não há necessidade alguma de novas providências. É necessário aplicar o Regimento Escolar, ainda vigente, e que seja restabelecida a autoridade do Conselho de Classe e Série para julgar a aprovação ou retenção.
         O Estatuto da Criança e do Adolescente precisa ser reformado com a introdução de dispositivos que possam imputar responsabilidades aos pais, bem como aos alunos transgressores.
         Qualquer tipo de violência verbal ou física deve ser, imediatamente, penalizada pela Escola.
O vandalismo que aconteceu na Escola Estadual Amadeu Amaral, no Bairro Belenzinho, em São Paulo, no ano de 2008, foi uma amostra da violência escolar. Vinte policiais militares foram enviados à escola para conter o vandalismo de 120 alunos que, praticamente, destruíram o 2º andar do prédio escolar, onde móveis eram jogados, bem como os vidros eram quebrados.
         Só não vê, quem não quer: os alunos estão sem controle dentro de muitas escolas. Os transgressores da disciplina não recebem orientação, seguido de punições educativas, quando é o caso.
         A criança ou adolescente que comete ato de violência dentro do ambiente escolar e não sofre nenhum tipo de penalidade se torna adulto com séria deformação de caráter.
         O educando sem formação ética e moral se torna presa fácil do crime organizado.
         Os professores, a equipe gestora, bem como os funcionários das escolas são vítimas constantes das agressões de educandos, que não trazem valores familiares, morais, éticos ou religiosos para dentro da escola. Isto não pode continuar. 
         A família está deixando tudo para a escola. Isto é errado. A escola ministra aulas e transmite conhecimentos. A educação familiar não pode ser substituída.
         Estamos conclamando o governo, bem como a sociedade civil organizada, para encontrarmos caminhos que possam minimizar a violência reinante nas escolas.































Por que “Geraldo” Alckmin perdeu as eleições?
Advertência para José Serra! (Parte I)
                   Numa entrevista como candidato ao Governo do Estado de São Paulo na TV Cultura, no programa que é apresentado por Heródoto Barbeiro, José Serra foi enfático ao responder sobre os salários dos professores. Disse: “O Professor do Estado de São Paulo ganha muito bem”. Acredito que a maioria dos professores não ouviu tamanha barbaridade! Ganhou as eleições. É governador.
                   No caso de Alckmin, não foi feliz porque encarna 12 (doze) anos de mentiras na área educacional. Na era da Internet, o país inteiro fica sabendo, de fato, o que ocorre no Estado de São Paulo.
                   A propaganda eleitoral foi magnífica. Os publicitários estão de parabéns! Só não contavam que estavam pregando mentiras que facilmente seriam destruídas! A teoria da grande mentira para se tornar verdade não deu certo.
                   Muitos professores da rede estadual de ensino que vivenciaram as práticas do governo Geraldo Alckmin ficaram indignados e passaram a destruir, diariamente, as mentiras deslavadas da propaganda eleitoral, inclusive pela Internet, para outros estados.
                   O funcionalismo do Estado de São Paulo, considerando ativos, aposentados e pensionistas, correspondem a mais de dois milhões. Somando suas respectivas famílias, mais de cinco milhões de votos que, na maioria, ficaram contra Geraldo Alckmin. Serra salvou-se porque nas eleições de 2006 não foi identificado com a prática histórica do PSDB/DEM.
                   Fernando Henrique Cardoso, Covas, Alckmin e Serra foram líderes que provocaram grandes perdas ao funcionalismo, aos trabalhadores, aos aposentados e aos professores, em particular.
                   Nosso povo não possui cultura política, mas percebeu que votar em Alckmin seria reativar o “monstro” devorador dos salários.
Para constar vamos citar alguns exemplos da indignação:
a) A Emenda Constitucional nº 14 foi criada para valorizar o professor. De 1998 ao presente (2009) a verba aumentou 244%. O salário do professor da ativa aumentou 84.33% valendo as gratificações. O professor aposentado ficou com 60,96%. Onde foram parar os outros 159,85%? A EC 14 determina que 60% da verba do FUNDEF deveria ser destinada para pagamento do magistério. No mínimo, suspeita-se de enormes desvios das verbas. No ano 2000 ficou provado, com a CPI da Educação, que houve desvio de 4,1 bilhões de reais; b) Alckmin falava em melhorar a qualidade do ensino publico. Como, se é o responsável pela continuidade da aprovação automática? Muitos chegam ao ensino médio sem os conhecimentos mínimos. Culpar os professores é tapar o sol com a peneira; c) Alckmin vetou o projeto que visava acabar com a superlotação das classes; d) As escolas de tempo integral de Alckmin são outra mentira. Foram implantadas, com fins eleitorais, sem nenhum planejamento e desprovidas das condições estruturais mínimas para funcionarem adequadamente; e) O candidato falava em criar um piso salarial nacional para o professor. Como? No estado de São Paulo nunca recebeu a nossa entidade! O magistério não recebeu sequer a valorização prevista na EC 14! Tudo soava como mentira. f) Em seu programa eleitoral no rádio e na TV, Alckmin se derramou em homenagens aos professores. Entretanto, sabemos muito bem, que cada pequeno avanço, nos últimos anos, foi conquistado com muita luta pelos professores e pelas entidades representativas. Nada foi concedido pelo governo, que se manteve de costas para as reivindicações do magistério.
Para concluir, esperamos que o governo José Serra seja mais humano e que não adote a mesma postura das lideranças históricas do PSDB/DEM. O funcionalismo e os professores, em particular, merecem respeito e valorização.






























Por que “Geraldo” Alckmin perdeu as eleições?
Advertência para José Serra! (Parte II)
                   Pretendemos mostrar outros motivos que provocaram a derrota de          Alckmin:
a) Alckmin falava em contratar professores, mas pretendia demitir 130 mil professores temporários em 2005. Só não executou seu intento ao ver um ato público seguido de gigantesca passeata dos mestres; b) Falava em investimentos na educação, mas seu governo empurrou para os municípios centenas de escolas de ensino fundamental, prejudicando dezenas de milhares de professores e funcionários; c) Prejudicou os professores aposentados, bem como os funcionários inativos; d) Outra inverdade contada pelo candidato foi a Escola da Família, que mantém nas escolas nos fins de semana. O projeto não conta com profissionais capacitados para desenvolverem as atividades. É baseado no voluntarismo e nos monitores (estudantes universitários com bolsas pagas pelo governo estadual em faculdades particulares) que se queixam da jornada estafante e da falta de apoio e treinamento; e) O autoritarismo foi a característica marcante do governo Alckmin. Sua gestão impediu a participação da comunidade escolar nos destinos da educação, sufocando toda e qualquer possibilidade de uma gestão democrática na rede estadual de ensino; f) O aumento da violência escolar não foi combatido; g) O trabalho pedagógico não foi valorizado; h) O professor foi abandonado na sala de aula; i) Nos testes internacionais, nosso país ficou com os piores resultados do mundo; k) Os salários dos professores do Brasil são os piores do mundo; l) Alckmin nada fez para melhorar a situação dos professores paulistas; m) As políticas que foram adotadas por Fernando Henrique Cardoso, Covas e Alckmin na área educacional não passaram de marketing para enganar a população, bem como professores menos avisados; n) Não podemos nos esquecer de que Geraldo Alckmin era o chefe da privatização do Estado de São Paulo o) Para concluir, parece que Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas e Geraldo Alckmin plantaram a semente da revolta na mente dos trabalhadores e dos professores. Como acreditar numa escola que reduziu, paulatinamente, a sua qualidade?
Esperamos que o Governo José Serra leia este documento e chame a APEOESP para conhecer a realidade da escola pública paulista.
A máquina da Secretaria da Educação deve ser revista. A continuidade da mesma política levará o atual governador para a mesma situação de Alckmin: derrota como candidato a presidente.
São Paulo deve ser exemplo real para nosso país e não objeto de aplicação da teoria da grande mentira.



Por que “Geraldo” Alckmin perdeu as eleições?
Advertência para José Serra! (Parte III)
                   Pretendemos concluir mostrando outros motivos da derrota de Alckmin:
a) Na era da informática, a memória do povo brasileiro não se restringe aos oito dias. Podem durar vários anos, quando a experiência não for satisfatória; b) Alckmin foi vice de Covas e incorpora o fantasma da mentira na área educacional; c) Covas e Alckmin, quando assumiram o primeiro mandato de governo, encontraram na rede estadual uma grade curricular com 28 aulas, sendo 25 num período e três aulas de Educação Física no período contrário; d) Como objeto de propaganda, trouxeram a educação física para o mesmo período e aumentaram mais duas aulas; e) Fizeram incansável propaganda de que aumentou de cinco para seis aulas diárias; f) Criaram a promoção continuada, que se tornou automática; g) Os mestres passaram por todo tipo de pressão para a aprovação dos alunos; h) A pressão foi para aprovação e nunca para a melhoria das aulas; i) O mestre passou a ser o culpado pela falta de aproveitamento dos alunos; j) A indisciplina escolar aumentou geometricamente; k) Fizeram uma reforma no plano de carreira que beneficiou os professores iniciantes e prejudicou os mais antigos; l) O plano de carreira do magistério que era formado por dez referências foi reduzido para cinco níveis; m)Excluiram as promoções na horizontal que existiam no plano anterior; n)Para não reduzir os salários, o governo Mário Covas instituiu a “vantagem pessoal” para os mais antigos, para ser absorvida em reajustes futuros; o) Prejudicaram até o “direito adquirido” dos professores aposentados; p) O salário do professor paulista está muito abaixo do necessário; q) Fizeram planos equivalentes para outras categorias do funcionalismo; r) Por outro lado a propaganda da ética no governo, deu certo na propaganda histórica dos petistas, mas no PSDB, parecia plástica; s) O governo Covas e Alckmin sofreram mais de 70 (setenta) pedidos de Comissões Parlamentares de Inquérito na Assembleia Legislativa, por suspeitas de desvio de verbas; t)A única instalada, que foi a da educação, no ano 2000, provou o desvio de 4,1 bilhões de reais. Ética? Como? Telhado de vidro é telhado de vidro u) A imprensa mostrou apenas alguns escândalos, como o uso das verbas da Nossa Caixa para fins de propaganda; v) O escândalo dos vestidos da primeira dama; y) As outras Comissões Parlamentares de Inquérito (CDHU, Calha do Rio Tiete, Rodoanel etc) ficaram na gaveta do Presidente da ALESP;



w) Até hoje ninguém sabe quem são os verdadeiros detentores das concessões dos pedágios do estado de São Paulo; suspeita-se que sejam empresários ligados ao PSDB e ao DEM; z) As privatizações de Covas e Alckmin foram para quem? aa) “Geraldo” não conseguiu mostrar as diferenças entre os projetos do PSDB e do PT; bb) A segurança pública do Estado de São Paulo não recebeu os investimentos necessários; cc) Os policiais recebem um dos piores salários do Brasil; dd) Por último, quando se compara à corrupção denunciada pela revista Veja durante o governo FHC e durante o governo Lula o PSDB fica com a taça de campeão. A memória do brasileiro parece que melhorou.
Esperamos que o Governador José Serra faça uma profunda reflexão sobre a história do PSDB, sobre a organização da máquina do governo e sobre a política salarial do funcionalismo.
É necessária a substituição da maior parte dos quadros que não transmitem a realidade aos caciques tucanos.
O autoritarismo da Secretaria da Educação (projetos de gabinete), que provocou o isolamento em relação às entidades representativas, é o responsável pelo fracasso da política educacional do Governo do Estado de São Paulo.
É necessário um governo que atenda as reivindicações do magistério. A máquina da Secretaria da Educação deve ser revista. Se quiser sucesso, precisa trocar os funcionários de confiança por pessoas democráticas que saibam negociar com as entidades.
Para concluir, esperamos que o governo José Serra seja mais humano e que não adote a mesma postura das lideranças históricas do PSDB. O funcionalismo e os professores, em particular, merecem respeito e valorização.
Este texto não é para agredir. É apenas para mostrar porque Geraldo Alckmin perdeu as eleições, e para que seja uma advertência para José Serra, governador do principal estado do Brasil. 














Falácias, verdades e maldades!
         O Governador Geraldo Alckmin e o Secretário da Educação, Gabriel Chalita afirmaram, na época, que aumentaram o salário do magistério. Tudo não passou de falácias que devemos esclarecer:
         a) antes do governo Mário Covas, as escolas funcionavam com vinte e oito aulas semanais (três de educação física no período contrário) e vinte e cinco aulas semanais no noturno.
No antigo ciclo básico (primeira e segunda séries) havia trinta aulas semanais.
         No primeiro momento, para fins de propaganda, o governo Mário Covas adotou trinta aulas em todas as séries. Na realidade aumentou apenas duas aulas por semana.
         No segundo momento, o governador Mário Covas cometeu uma maldade na educação pública. Estabeleceu um plano de carreira de cima para baixo, mandando que as novas jornadas de trabalho fossem ampliadas em tempo de trabalho, diminuídas em salários e reduzidas em trabalho pedagógico. Como foi possível tamanha engenharia?
         Os técnicos da Secretaria da Educação, na época, formularam o projeto da Lei Complementar  836/97, com as seguintes modificações:
A aula de cinqüenta minutos teria a duração de uma hora;
O trabalho pedagógico foi previsto para 50 minutos;
Passou a haver dez minutos para troca de professor entre as aulas (alegavam que instituiriam a sala ambiente para as diversas disciplinas);
Com essa engenharia, no espaço de tempo em que eram ministradas seis aulas, fixaram cinco aulas no diurno e quatro aulas no noturno.
         A medida draconiana da Secretaria da Educação acabou com o emprego de dezenas de milhares de professores não efetivos.
         Na verdade, diminuiu-se o trabalho pedagógico.
         O plano de carreira estabelecido na época melhorou parcialmente o salário base e prejudicou os mais antigos. Muitos não tiveram nenhum tipo de reajuste. Para não sofrerem diminuição salarial, o governo lhes concedeu uma vantagem pessoal, com previsão de desconto em futuros reajustes da categoria.










         b) Os maiores prejudicados foram os aposentados:
A Lei Complementar 836/97 determinou que a jornada de trabalho, base de cálculo para os proventos, fosse diminuída da seguinte maneira: o número de aulas, considerado na aposentadoria, deveria ser multiplicado por 50 minutos e dividido por 60 minutos, ou seja, todo aposentado perdeu parte significativa da sua base de cálculo. Reduzindo assim, seus proventos.
c) A maldade do governo Geraldo Alckmin foi dar continuidade à política salarial do governo Covas (gratificação de 5% de reajuste). No caso do Bônus, cometeu inconstitucionalidades ao pagar o benefício apenas aos ativos.
         O Parágrafo 4º do Artigo 40º da Constituição Federal estabelece: “Os proventos da aposentadoria serão revistos, na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria, na forma da lei”.
         A APEOESP, na defesa dos associados aposentados, pleiteia na Justiça, através de processo coletivo, que os Bônus sejam extensivos aos aposentados na forma prevista na Constituição Federal.
Este texto foi elaborado para que se restabeleça a verdade e a justiça!





























Capítulo III

Correlação de forças






Publicado como opúsculo


























O professor e a consciência de classe
Há uma afirmação da sociologia, de conhecimento público, que estabelece: "Só a classe representada com eficiência junto ao poder político possui condições de melhorar seu nível de vida".
Além das greves, o problema da escola pública deve ser equacionado, também, sob outra perspectiva. A estratégia é a política, a correlação de forças se faz no concreto, dentro das casas legislativas e no seio do próprio governo. Na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, há dois Deputados (Roberto Felício - PT e Carlos Giannazi - PSOL) para defenderem, na linha de frente, essa imensa categoria. É claro, existem Deputados Professores, mas estão a serviço de outros segmentos da sociedade paulista. São verdadeiros lacaios. Só se lembram do magistério na época das eleições.
Apenas alguns Deputados da esquerda, de fato, representam o professorado, mas poucos sabem como enfrentar o poder do corporativismo de outros setores (Fiesp, banqueiros, latifundiários, exportadores, empresas estatais e multinacionais etc)!
Só existem dois caminhos para o magistério continuar na luta por melhores condições de vida: através de suas instituições de classe e aumentando sua representação política, até atingir um número significativo de parlamentares oriundos da categoria.
O magistério foi despolitizado no decorrer dos últimos quarenta anos. À medida que diminuía a representação política, a categoria perdia em salários, até que foi enquadrada nos reajustes gerais do funcionalismo, daí por diante, até a subsistência está ameaçada.
Ora, é absurdo colocar o trabalho intelectual de um professor no mesmo nível das outras categorias. O único que trabalha com matéria prima em formação é o professor que, às vezes, é auxiliado pelo médico. As outras categorias com todo o respeito produzem ou manipulam objetos materiais que jamais se comparam com a formação da criança e do adolescente.
Existe outra afirmação: "Quem resolve os problemas da categoria é a própria categoria", portanto é hora do professor...parar, pensar e agir politicamente, no sentido coletivo e corporativista.
A Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo possui 94 deputados que representam as forças vivas da sociedade paulista.
Nessa representação existem velhas raposas que negociam os orçamentos públicos antes do esboço inicial.
Quando não existe representação do magistério, este fica com a sobra.  Quando sobra.
Pergunta-se: como melhorar o nível de vida dos docentes? E, conseqüentemente, das suas aulas?
A única resposta plausível é a categoria se politizar, caso contrário perderá espaço até desaparecer no caos econômico reservado aos conformistas e despolitizados.
Como se politizar?
O professor possui influência sobre a formação do homem contemporâneo, e, se usar esse espaço com sabedoria política, produzirá uma categoria imbatível.
Os professores precisam de se identificar com os problemas locais, transformando-se em agentes das críticas e das soluções.
O professor deve participar de reuniões mensais das associações da sua área de influência (comunidade escolar) para, num segundo momento, usar seu prestígio em favor de candidatos da Educação.
Ao mesmo tempo, para se politizarem, os docentes devem de participar dos Diretórios Políticos de sua preferência, para conhecerem, na prática, onde estão os verdadeiros defensores da escola pública.
Cada Diretoria de Ensino possui mais ou menos setenta escolas, com uma clientela familiar de mais de trezentos mil eleitores. Portanto, em teoria, é possível eleger um Deputado "Professor" por Diretoria de Ensino.
Colegas do nosso cotidiano acreditaram que, disseminado as promessas do Palácio dos Bandeirantes, teriam a redenção da escola pública. Muitos, infelizmente, não sabem que, para governar, é estabelecida uma correlação de forças entre o executivo e o legislativo para formar o espaço administrativo e, conseqüentemente, desenvolver um plano de governo que, na maioria das vezes, foi negociado com as forças econômicas à revelia do povo.
Mesmo após verdadeiras barbaridades tais como: divisão das escolas por faixa etária (concentrou a violência nas escolas dos alunos maiores); dispensa de sessenta mil professores; criação da avaliação dos docentes e dos funcionários; implantação da reforma da carreira do magistério (executaram uma maquiagem nos salários e nas jornadas de trabalho docente para enganarem a sociedade e até professores desatentos) e a imposição da municipalização de muitas escolas estaduais havia muitos professores trabalhando na segunda campanha do Mário Covas, do Alckmin e do Serra.  Por quê?
A categoria precisa compreender que eleger um governador que tenha boa vontade para com o magistério não é suficiente para mudanças significativas. É imprescindível a eleição de uma bancada de professores em quantidade e qualidade, para exigirem o cumprimento dos compromissos de campanha, ou seja, na sociedade tudo é uma troca. Na verdade, o magistério não possui uma bancada de Deputados para negociarem com o executivo na ação diária da Assembléia Legislativa.
O magistério exige melhores salários. Nada mais justo. Foram compromissos dos candidatos. Para atender a esta justa reivindicação, o governo, se quiser, terá que passar sobre as velhas raposas, que sabem negociar os orçamentos para atender a outros compromissos. Isto é quase impossível!
Pergunta-se: que poder de pressão possui o magistério paulista?  Elege poucos Deputados quando, em teoria, seria possível eleger um por Diretoria de Ensino!
Certa vez ouviu-se o relato de um diretor de escola da Zona Leste da capital paulista que dizia: "Trabalho em prol da campanha de fulano de tal, porque possui uma empresa de ônibus que facilita as excursões da minha escola".
Acreditamos que esse tipo de profissional nunca leu um texto político, pois estava fortalecendo a categoria dos empresários em prejuízo da sua.
Agora o magistério só possui uma saída: mobilizar a consciência política da categoria.
Isso é muito difícil. O magistério precisa saber que o poder político é decorrente da representação nas casas legislativas e no seio do próprio governo. Quanto maior for a representação política do magistério, maiores serão os recursos para o setor.
Qualquer promessa ao magistério que não demonstrar o jogo político da correlação de forças, será pura demagogia.
O professor, no sentido sociológico da luta de classes, precisa ocupar o espaço político com qualidade e quantidade, para se tornar à balança da Assembléia Legislativa. Isso é quase impossível, mas é a única solução para os problemas do magistério paulista.
















 



               Magistério: consciência em si e para si

Nos últimos quarenta anos, os professores da educação pública foram às ruas com abaixo-assinados, debates, atos públicos, passeatas e greves. Sempre contaram com o apoio da população e da comunidade escolar.
Os resultados, embora tímidos, foram satisfatórios. O magistério enfrentou os governadores desde 1978, no sentido de manter o nível salarial e educacional da escola pública.
Ainda hoje, (2009) o magistério enfrenta a política neoliberal que trouxe enorme arrocho salarial, mas junto com o trabalho da APEOESP, conseguiu um dos melhores salários da escola pública do país, embora estejam ainda muito abaixo do salário dos professores federais e de alguns estados.
Em alguns estados, onde não há entidades combativas, há salários de professores, inferiores às vezes, ao salário mínimo.
O magistério, através das entidades de classe, precisa tomar consciência da sua força coletiva. No entanto, ainda é força em "si", isto é, consciência de que somos educadores, que somos mais de 200.000 profissionais da rede pública de ensino em São Paulo, que formamos uma força capaz de abalar a tranqüilidade daqueles que achataram os nossos salários.
A consciência do magistério chega ao ponto que ninguém aceita o velho chavão "Não há verbas". Todos sabem que as verbas existem, o que falta é decisão política.
Com a consciência esclarecida, só poderemos desempenhar um papel significativo com salários compensadores, férias e recessos tradicionais do pessoal docente.
A nossa consciência deve trabalhar para "si". É inegável, o nosso trabalho é de cunho social e formativo, portanto, é hora de usarmos nosso espaço profissional.
Vamos transformar nossa consciência, de simples educadores, em consciência de educadores politizados.
A nossa força é incalculável! Não há no estado democrático nenhuma categoria com o nosso potencial!











O magistério e o espaço político
A força do magistério é incalculável. No estado democrático não existe nenhuma categoria com o nosso potencial.
Somos mais de 200.000 educadores, além de 40.000 funcionários das escolas.
Em teoria, se cada educador se transformar no pequeno cabo eleitoral de um candidato a Deputado Estadual, pode em nível familiar, obter no mínimo, mais quatro votos para os candidatos oriundos do magistério ou a serviço da escola pública (cuidado com a demagogia).
Em teoria, 200.000 educadores vezes cinco, teremos 1.000.000 de votos, mais os votos dos funcionários das escolas e respectivas famílias, o cálculo chega a 1.500.000 votos. É uma quantidade tão grande que elege mais de vinte deputados estaduais.
Essa é a maior força do país. Infelizmente, até o momento, não foi explorada no sentido de transformar-se numa força representativa nos espaços políticos.
A nossa categoria só obterá maturidade política, quando eleger um número significativo de deputados que consigam mudar a relação de forças da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, bem como do Congresso Nacional.





















Escola pública: ocupação de espaços
Há muito tempo à humanidade condenou o corporativismo decorrente do fascismo italiano. Acontece que os trabalhadores organizados através dos sindicatos e respectivas centrais sindicais são combatidos pelo poder central e pelos grupos corporativos (banqueiros, Associação Comercial, FIESP-CIESP, exportadores, latifundiários, estatais e multinacionais). Corporativismo só dos setores mais poderosos?
Os trabalhadores da Escola Pública estão organizados em sindicatos (APEOESP, AFUSE, UDEMO, APASE) e na Confederação Nacional dos trabalhadores da Educação (CNTE), além de associações como o CPP e a APAMPESP. Estão organizados, mas infelizmente não são politizados. O coletivo possui consciência em si (todos são educadores), mas não age para si (ocupação dos espaços).
A sociologia mostra que o avanço da consciência está na ocupação de três espaços: sindical, político e administrativo.
O espaço sindical é o trabalho que a APEOESP faz desde 1978, organiza, lidera e defende os interesses do magistério.
O espaço político é ocupado pelos partidos políticos que só será benéfico ao magistério, quando a categoria, corporativamente ou não, eleger uma bancada significativa de Deputados de qualidade e em quantidade para negociarem com o executivo.
O espaço administrativo (Secretários de Estado, Presidentes de Autarquias etc) é decorrente da correlação de forças existentes tanto na Assembléia Legislativa quanto no Congresso Nacional. O espaço administrativo é proporcional às forças existentes no espaço político.
Com apenas dois Deputados oriundos da categoria, o espaço administrativo do magistério é quase nulo. Os Deputados, fiéis à categoria, agem como grandes guerreiros, mas os corporativistas são mais poderosos.
É necessário combater o corporativismo dos poderosos! Embora isto seja quase impossível!
Antes de votar ou de se empenhar nas eleições de um político, os colegas do magistério devem conhecer a história do candidato. Verificar, principalmente, quais foram as suas atitudes com relação à escola pública.
Cuidado com os professores lacaios que só procuram a categoria na época das eleições. Os lacaios usam a categoria para ajudar no controle da sociedade e do modelo econômico. Não haverá distribuição de renda enquanto persistir a atual relação de forças dentro dos espaços sociológicos.
Para concluir, podemos afirmar que só haverá melhorias significativas na escola pública quando mudar a correlação de forças da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, bem como do Congresso Nacional. A relação existente nos últimos quarenta anos foi favorável ao acúmulo de riquezas nas mãos dos mais ricos.




A grande mentira do governo
         O Governo do Estado de São Paulo que não adotou, nos últimos doze anos, nenhum tipo de política salarial, propaga grandes mentiras no que se refere aos salários do magistério. Infelizmente, a mentira é tanta que acaba com sabor de verdade. É a velha teoria da Grande Mentira, aplicada pelos nazistas durante a segunda guerra mundial que continua fazendo vítimas importantes.
         A verdade é que o Governo do Estado de São Paulo, nos últimos quarenta anos, faz reformas e mais reformas na tabela dos salários do magistério, bem como do funcionalismo. Sempre com um objetivo: “gastar menos”. A falta de uma política salarial para repor as perdas, provoca o maior arrocho salarial da história do magistério paulista. Infelizmente, os professores aposentados são os mais prejudicados.
         A política de bônus, abonos, prêmios e gratificações deturpam o Estatuto do Magistério.
         A APEOESP exige uma política salarial para reposição das perdas, bem como uma política de recursos humanos que possa valorizar o docente e que possa contribuir com a melhoria dos índices de desenvolvimento humano (IDH) do estado de São Paulo e do país.
         Na verdade, os salários dos docentes são considerados os piores do mundo. Como conseqüência, os alunos brasileiros conseguem os piores resultados nos testes internacionais. Quem é o culpado?
         Para melhorar a escola pública só há um caminho “recuperar as perdas salariais dos docentes, dos funcionários e respectivos aposentados”.





















Redução salarial no Brasil.
         Quando se pergunta ao mais humilde: Por que você deve estudar? A resposta é imediata: Para ser alguém na vida. Ora, parece que a política salarial não é assim, porque os governadores: Maluf, Quércia, Fleury, Covas, Alckmin e, agora Serra, trabalham com a perspectiva da destruição das carreiras públicas. Principalmente quando adotaram abonos, prêmios, gratificações e bônus. É uma afronta à hierarquia salarial.
         Há muito tempo, os salários são baseados no nível de escolaridade e experiência funcional.
         Antes dos governos citados, os salários eram estipulados da seguinte maneira:
Profissões:

         Escolaridade............................................ Início e Fim de uma carreia
          Fundamental............................................ 1 a  3 salários mínimos
          Média....................................................... 3 a  6 salários mínimos
         Superior(*)............................................... 5 a 10 salários mínimos
         Pós Graduados.........................................10 a 20 salários mínimos.

 (*) A jornada de trabalho deve ser de 20 horas semanais para docentes e médicos, tendo em vista a necessidade da contínua atualização da profissão. Quando dobrar a Jornada, deve receber o equivalente a dois salários da sua faixa salarial.
         Quando Mário Covas foi prefeito da Capital, ao reorganizar a carreira do magistério municipal da Capital, seguiu os parâmetros acima. Usou a experiência como bandeira da primeira campanha eleitoral Covas e Alckmin.
         A frustração foi grande! Até hoje, os professores esperam a realização do compromisso eleitoral, ou seja, foram estelionatos eleitorais seguidos.
 Podemos afirmar que era assim antes do governo Paulo Maluf, que, ao conceder o primeiro abono ao funcionalismo na época, instituiu um exemplo aos seguidores. Paulo Maluf foi tão maléfico aos funcionários públicos que, em quatro anos, conseguiu reduzir os salários pela metade.







Os governadores, inclusive o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, não valorizaram o nível de escolaridade a experiência docente. Isto foi muito ruim!
Outra exigência é a isonomia entre ativos e aposentados. O funcionalismo possui abonos, gratificações e bônus que são pagas aos ativos, contrariando a Constituição Federal que determina igualdade.
Sem política salarial definida, corre-se o risco, no futuro, ao se perguntar a uma criança: por que você precisa estudar? Ela pode responder: Eu não preciso estudar. O meu pai possui o ensino fundamental incompleto ganha mais que minha professora e até mais que um doutor.
O Neoliberalismo continuará destruindo a Nação Brasileira. Quem viver verá!















          

































Capítulo IV

Questão Salarial

Mostra a decadência dos salários do Magistério a partir do governo Paulo Maluf até o de José Serra.




As Pragas da Educação Paulista
















Estratégia do bom salário
         Desde a época do maldoso Paulo Maluf, que a nossa entidade mostra ao governo e à sociedade que a estratégia do bom salário é sinônimo de bons resultados da escola pública.
         Infelizmente, para repor a perda salarial de 1979 até o presente (2009) é necessário um reajuste acima de 250%.
         Por outro lado, o projeto educacional adotado desde o governo Mário Covas é o responsável pelo fracasso da escola pública paulista.
         Os professores mostram que o sistema escolar foi destruído, ao longo das décadas, com a desvalorização dos mestres bem como da instituição escolar.
         A propaganda mentirosa dos governos do PSDB mostrava investimento na escola pública que não se refletia na sala de aula. Abandonaram o professor. Agora gritam por solução! Culpam os professores pelos erros das administrações governamentais.
         Tudo foi proposital. Até a década de 1960, o salário do professor secundário era igual ao do Capitão da antiga Força Pública. Por que hoje é menor do que o salário do soldado da Polícia Militar?
         Está claro: ao provocar a desvalorização da escola, promoveu-se a indisciplina e a violência, de tal maneira, que um ex-governador se vangloriava em dizer que construía dezenas de penitenciárias.
         Na Bíblia está profetizado: “Ensinai o bom caminho para o menino que quando for velho não se desviará dele”. Como não se cumpriu o provérbio, o governo precisou fechar escolas e construir penitenciárias.
         Para reafirmar nossa tese, o Jornal O Estado de São Paulo do dia 29 de Abril de 2008, escreveu: “5,9% do PIB dos países desenvolvidos é destinado à educação”, no Brasil quase 3,0%. Sendo que, na França, aplica-se cinco vezes mais no ensino fundamental do que no superior. Entre nós é o inverso.
         Escreveu também que “na Suíça um estudante que acaba de se formar professor e que começa a trabalhar numa escola pública, recebe US$ 4.000 dólares mensais”; no estado de São Paulo pouco mais de US$ 400. Como pode exigir bons resultados sem a política do bom salário?
         O governo de Nova York aplica US$ 10.000 por aluno ao ano; vergonhosamente, São Paulo aplica US$ 800. Como pode exigir bons resultados?
         Ao longo dos anos, quando se divulgam os resultados das avaliações internas e externas, as autoridades responsáveis e seus lacaios mostram as exceções como se fossem regras, apontam algumas escolas que atingiram as metas para culpar a maioria dos professores pelo fracasso dos alunos.
Chega de barbaridades e de mentiras governamentais. A única saída para a escola pública paulista é a estratégia de bons salários. Só não vê quem não quer!
         A educação paulista está em crise há várias décadas. Os governos não aplicam os recursos constitucionais na educação e sequer cumprem a data base da revisão salarial. Até quando vai imperar a incompetência e a insensibilidade do governo e da sociedade para com os educadores?
         Parece que desejam a ampliação do crime organizado para continuar fechando escolas e construir mais penitenciárias. Por quê? Acorda São Paulo!
         Todas as medidas anunciadas pela Secretaria da Educação são paliativas. Onde está a estratégia do bom salário que é adotada nos países desenvolvidos que pagam até dez vezes mais aos seus professores?
         Greve! Parece que é a única linguagem que os governos entendem! Todos os reajustes salariais, bem como as gratificações, foram obtidas através de greves ou de grandes manifestações.
         Educação precisa ser política de Estado e não de “governadores de plantão”.
         A solução todo mundo conhece. Chama-se investimento!




























 O salário do magistério é determinante
         Atualmente, o sistema educacional paulista é o “centro das atenções” do país. Provoca debates e repercussões importantes. Alguns úteis e outros nocivos. Parece que as autoridades e a sociedade civil organizada vão continuar de braços cruzados na aplicação da política do “quanto pior melhor”.
         Os secretários da educação dos governos Covas, Alckmin, Serra e o ex-Ministro da Educação do FHC (todos do PSDB), responsáveis pelo fracasso da Educação paulista, criticaram o desempenho de cada momento da pasta. Foi uma lavagem pública de roupa suja, ou seja, um culpou o outro pelo fracasso.
         Nós da APEOESP e da CNTE, não fomos surpreendidos pelos resultados, tendo em vista que criticamos e apresentamos propostas para a modificação do projeto pedagógico do PSDB, durante quase duas décadas. As decisões foram de gabinete, sem qualquer parceria com a comunidade interessada (magistério e alunos). Agora o resultado: o fracasso é vergonhoso perante a comunidade brasileira!
         O projeto educacional do PSDB é tão pernicioso aos docentes e aos discentes que uma parcela significativa de professores, após longos anos de abandono e de pressão, acabam com vários tipos de doenças profissionais.
Por outro lado, a promoção automática, a falta de orientações, assim como a impunidade de alunos com desvios comportamentais, além da inclusão dos deficientes e dos marginais, levaram a escola ao fracasso. 
         Alguns órgãos de imprensa e autoridades incompetentes continuam na defesa da tese de que o salário do magistério não é importante para solucionar os problemas existentes.
         Que barbaridade! As avaliações de nossa atuação: sindical, educacional e política, mostram que a recuperação salarial é a principal condicionante para iniciar a recuperação da escola.
         Basta analisar a organização, bem como os salários dos docentes das escolas consideradas vitoriosas nas avaliações do ENEM e do SAEB.
No segmento da escola pública, os primeiros lugares ficaram com as escolas federais (colégios nilitares, escolas técnicas ou vinculadas às universidades). Era o esperado. Os docentes das respectivas escolas trabalham com jornada ideal, bem como possuem salários três vezes superiores aos da rede pública do estado de São Paulo.
O segundo grupo é formado por escolas técnicas estaduais, que recebem maiores investimentos, tanto em equipamentos como em salários para os docentes.
         E - é claro! - por último ficou a rede estadual de ensino, com as raras exceções de escolas que estão em bairros mais nobres.
         Entre as escolas Particulares, o salário do mestre foi o fator predominante. Só não vê quem não quer...
         Pergunta-se ao governo José Serra:
         Por que não solicita ajuda às entidades sindicais? Por que não cumpre a data base para revisão salarial? Por que não faz um plano para recuperar o salário do mestre que acusa perda acima de 250%, desde 1978? Por que não corrige as distorções da Lei Complementar 836/97? Por que não faz as mudanças propostas pelas entidades no plano de carreira? Por que não restabelece os regimentos das escolas? Por que não apóia o trabalho docente? Por que não modifica a jornada de trabalho do professor? Por que não respeita o professor aposentado? Por que não faz esforços para recuperar a imagem da escola?
         Infelizmente, para muitas crianças e adolescentes, a imagem ideal é a dos membros do crime organizado. Por que não recupera a imagem do professor para servir de exemplo ao aluno?
         Para nós da APEOESP e da CNTE, a recuperação significativa do poder aquisitivo do professor é o primeiro passo para ajudar na recuperação da escola pública.  
          Durante o governo José Serra, infelizmente, a escola continuará piorando, tendo em vista que continua a política deliberada do “quanto pior melhor”. Isto tem que acabar! A escola pública pede socorro.
        



























As pragas da educação paulista!
         A tragédia do governo paulista foi a conseqüência da sua opção de abandonar o sistema escolar para construção de penitenciárias, para tal demitiu professores, fechou escolas e não valorizou os professores, conforme determinam as Emendas Constitucionais (FUNDEF/FUNDEB).
         No início do governo Mario Covas, foi criado o FUNDEF (Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério). Por isso, as verbas aumentaram muito acima da inflação. O objetivo era claro: valorizar o magistério.
         Os governos Covas, Alckmin e Serra, bem como os respectivos secretários, não cumpriram a constituição no sentido de valorizar o magistério.
         Para provar a premissa acima, peço aos leitores para acompanharem a seguinte demonstração de dados:
Valor anual, por ano, por aluno: FUNDEF/FUNDEB.
Quadro estatístico da evolução das verbas*
                   Anos                    1ª a 4ªs Séries                 Reajuste anual
                   1998                     R$  657,52                         Zero
                  1999                     R$  695,00                    R$   37,48
                   2000                     R$  795,00                    R$ 100,00
                   2001                     R$  925,56                    R$ 130,56
                   2002                     R$ 1.142,05                  R$ 216,49
                   2003                     R$ 1.225,81                  R$   83,76
                   2004                     R$ 1.400,00                  R$ 174,19
                   2005                     R$ 1.580,00                    R$ 180,00
                   2006                     R$ 1.817,85                    R$ 237,85
                   2007                       R$ 1.845,75                     R$   27,90
                   2008                       R$ 2.056,18                     R$ 210,43
                   2009                       R$ 2.263,05                     R$ 206,87(previsão)


Total da Evolução das Verbas: 244,18%







Valor mensal do salário base do professor (24 aulas semanais)
Quadro estatístico da evolução salarial*
                   Anos                    1ª a 4ªs Séries       Reajuste anual
                   1998                     R$  520,00                  Zero
                   1999                     R$  520,00                  Zero
                   2000                     R$  568,00           R$ 48,00(GTE)- ativos.
                   2001                     R$  616,00           R$ 48,00 (Prêmio)
                   2002                     R$  640,40                    5%
                   2003                     R$  640,40                    Zero
                   2004                     R$  668,09                    5%
                   2005                     R$  915,50           15%+15%(p/ ativos)
                    2006                        R$  915,50                      Zero
                   2007                        R$  915,50                      Zero
                   2008                        R5  958,52            5%+Incorp PV+GTE
                    2009                        R$  958,52                      Zero   
        
OBS: * Dados fornecidos por Alexandre e Glauco (DIEESE/APEOESP).

                   Somando as gratificações houve um reajuste total de 84,33% para ativos e entre 1999 e 2009 e de somente 60,96 % para aposentados.
                   Para cumprir a EC 14, o governo paulista deveria aplicar 60% das verbas do FUNDEF/FUNDEB no salário do magistério. Onde foi parar o dinheiro? As verbas aumentaram 244,18%. Onde estão os outros 159,85%?
No ano 2000, ficou provado que o governo Covas desviou da Secretaria da Educação, a cifra fantástica de 4,1 bilhões de reais. Quanto desviou nos anos seguintes? Jamais saberemos. Os pedidos de comissões parlamentares de inquéritos são arquivados pela bancada governista.
Infelizmente, no discurso a educação é prioritária, mas na práxis, até com instrumentos para valorizar o magistério, o sistema escolar continua esquecido.
Ao abandonar o professor, os governos geraram a violência, a falência do sistema escolar e, conseqüentemente, a construção de muitas penitenciárias e a organização do crime.
Só há uma saída: investir no sistema escolar. O primeiro passo é resgatar o salário do professor. Qualquer proposta diferente será demagogia dos incompetentes.
A imagem que o aluno precisa tomar como exemplo é a imagem do professor, como era no passado. Hoje a imagem é do traficante e do crime organizado.
Até quando o professor poderá suportar tamanho abandono?
Covas, Alckmin e respectivos secretários foram as pragas da educação pública. José Serra se comporta como outra praga da educação!
Estamos propondo (2009) uma auditoria nas verbas do FUNDEF/FUNDEB, tanto no Estado de São Paulo como em todos os municípios paulistas. É necessário que o Tribunal de Contas do Estado verifique e confira a aplicação das verbas.
Como é possível? As verbas aumentam, anualmente, de maneira significativa. No período de 1998 ao presente aumentaram 244,18%. Os salários deveriam ficar com o mesmo tipo de reajuste, tendo em vista que os fundos foram criados para desenvolvimento e valorização do magistério, mas foram majorados, no mesmo período, somente em 84,33%.
Onde está o pulo do gato? Nós não sabemos, mas ele existe. Uma auditoria séria e independente poderia apontar ao Tribunal de Contas e à sociedade onde estão os desvios das verbas da educação.
Os relatórios apresentados aos conselhos de aplicação das verbas mostram que os governos e os prefeitos gastaram acima de 60% com o magistério. Isto não pode ser verdade, tendo em vista que as verbas aumentaram 244,18% e os salários dos professores estaduais apenas 84,33 % (Ativos).
Devemos levar em consideração que, no mesmo período, mais de duas mil escolas foram transferidas aos municípios.
Acreditamos que o Tribunal de Contas do Estado poderá prestar um grande serviço à sociedade paulista, bem como ao magistério.
As alegações de que o governo não pode melhorar os salários do magistério tendo em vista a Lei de Responsabilidade Social não pode ser aceita.
Está provado pelos estudos do DIEESE que as verbas aumentaram e que existem verbas específicas para a educação.
Os salários dos professores do estado de São Paulo não são reajustados por decisão da política neoliberal do PSDB – DEM.
        














Reajustes salariais

          Todos os anos, a APEOESP, com o auxílio do DIEESE, analisa os orçamentos do Governo do Estado de São Paulo para subsidiar nossas campanhas por reajuste salarial.
           Infelizmente, para nossa decepção, os governos insistem em que não há dinheiro para repor as perdas salariais. E tratam as reivindicações com total desprezo.
          Só é concedido algum tipo de benefício após muitas jornadas coletivas (atos públicos, assembléias, passeatas e até greves).
           A sociedade paulista apóia o movimento dos educadores, mas o governo é sempre autoritário. Faz de tudo para jogar a opinião pública contra o movimento da escola pública.
          Novamente, no início de 2009, a data base para reajuste salarial sequer foi considerada pelo governo de José Serra, promovendo mais estelionato contra o professor.
         Os estudos do DIEESE mostram que existem recursos para recuperar as perdas, pelo menos, do período de Mário Covas ao presente.
Para conhecimento vamos mostrar os seguintes estudos: Reajustes necessários para repor as perdas após a Lei Complementar 836/97.
Obs: Os quadros estatísticos foram elaborados pelo DIEESE/APEOESP






        
        







                                                                                                                            





Obs: Este texto foi elaborado inicialmente pelo DIEESE/APEOESP.






PARA REPOR AS PERDAS DESDE 1998

n     Os professores necessitam de um aumento de cerca de 27,43% sobre o salário base para recuperarem o poder compra que tinham em 1998.
n     Mesmo considerando as gratificações ainda há uma perda de cerca de 11,27%.
n     O crescimento real da receita é prova de que o Governo acumulou uma gordura significativa nos últimos anos.
n     A LRF nem de longe serve de desculpa para o arrocho salarial, uma vez que há uma folga de 4,7 bilhões para aumento do gasto com pessoal.
n     Neste ano a crise deverá ser usada como desculpa para a contenção do gasto, mas mesmo que o país fique estagnado, ainda assim o governo tem uma margem folgada para concessão de aumento.
n     Esta margem está bem acima do valor necessário para incorporação das gratificações e para recuperação do poder de compra da categoria, calculado em cerca de 1,36 bilhões (equivale aos 27,43% de aumento).

As perdas históricas
O salário dos professores vem há décadas, perdendo seu valor. Para que se possa ter a dimensão correta da perda de poder aquisitivo da categoria, construímos este gráfico em que o salário, no ano base para o professore PEB I na jornada de 24 horas, com gratificações inclusas, assume o valor de 100%, em 1979, e mostramos sua evolução relativa ao longo do tempo até 2008. Nele podemos ver que o salário atual corresponde a menos de 1/3 do seu valor “inicial”, sendo que o reajuste necessário para sua recuperação é de 254,4%.



















DIFERENÇA SALARIAL A PARTIR DE 1979 (PAULO MALUF)

Gráfico 1
Salário Real 1979-2008
28,22%
 

Pode parecer distante a busca da recuperação do poder aquisitivo do salário desde 1979, quando a escola pública estadual ainda era uma referência, um exemplo de qualidade do ensino, e quando o professor estadual tinha ainda uma carreira de prestígio, além honrada por todos. Mas, mesmo nas duas últimas décadas, quando incluímos o período de alta inflacionária antes do Plano Real, as perdas foram significativas. Entre fevereiro de 1990 e fevereiro 2008, a perda estimada, a partir do IVC-DIEESE, foi de -38%, sendo que o reajuste necessário, em 1° de marco de 2008, para recuperar este valor é de nada menos do que 61,3%.

Obs: Este texto foi elaborado inicialmente pelo DIEESE/APEOESP.








A evolução do atual Plano de Carreira de 1998

A categoria tem buscado um reajuste que recupere o poder aquisitivo do salário e a dignidade da carreira do professor. Neste sentido, o objetivo último é que o salário base alcance o piso do DIEESE, que em janeiro de 2008, ficou em 1.924,59 reais. Esta reivindicação está associada ao estabelecimento de um novo plano de carreira, e pressupõe, entre outras medidas, a incorporação das gratificações ao salário base (o DIEESE realizou em estudo neste sentido no final de 2007, que pode ser consultado no link da subseção na página da APEOESP). Para se ter uma idéia, esta mudança de patamar na remuneração dos professores representaria um reajuste de cerca de 116% se assumirmos uma jornada de 30 horas, ou seja, uma mudança completa no plano de carreira.
Mas o professor não pode esperar e precisa de garantia mínima da Secretaria da Educação de que, pelo menos desde o último Plano de Carreira, seu salário não será erodido pela inflação. Isso significa que a secretaria deve sinalizar minimamente para a categoria de que está disposta a manter o poder aquisitivo do salário estabelecido em 2008, sem recorrer à gratificações para isso, pois o professor que hoje está na ativa sabe que amanhã pode se aposentar.
As perdas, desde 1998 mostram uma triste realidade para a categoria. Podemos observar na tabela seguinte que, no período de fevereiro de 1998 a fevereiro de 2008, o ICV-DIEESE apresentou uma variação de 94,73%. O salário, no mesmo período, foi reajustado em 76,07%. Assim, em fevereiro de 2008, o salário mantém apenas 90,42% do poder aquisitivo em relação ao mesmo mês de 1998. Para que os salários em fevereiro de 2008 retornem ao mesmo poder de compra, o reajuste necessário sobre os salários, em março de 2008 deve ser de cerca 10,60% pelo ICV-DIEESE (Isso porque o valor da inflação de fevereiro é estimado e não realizado). Texto elaborado em fevereiro de 2009.

Tabela 1
Professor PEB I 24hs com gratificação
Reajuste salarial no período
76,07%
ICV-DIEESE acumulado no período
94,44%
Perda salarial até 29 de fevereiro de 2008
-9,45%
Reajuste necessário em 01 de março de 2008
10,43%
Fonte: DIEESE – Subseção Apeoesp/Cepes





         A situação é claramente pior se considerarmos o salário do professor PEB I, nível I, sem gratificação, ou o verdadeiro SALÁRIO BASE, aquele que esta na base da Tabela Salarial divulgada pela própria secretaria. Neste caso a perda é de quase um terço do salário e o reajuste necessário de 35,53%.

Tabela 2
Professor PEB I 24hs sem gratificação
Reajuste salarial no período

43,46%
ICV-DIEESE acumulado no período

94,44%
Perda salarial até 29 de fevereiro de 2008
-26,22%
Reajuste necessário em 01 de março de 2008
35,53%
Fonte: DIEESE – Subseção Apeoesp/Cepes

         No caso do professor PEB II, nível I, para jornada de 24hs, a situação é ainda, pior. A sua perda salarial, para o mesmo período, é de -31,67%, e o reajuste que este poderia pleitear é de 46,35%. No caso de incluirmos as gratificações que incham principalmente a remuneração dos professores na ativa, temos ainda assim uma perda de -16,49%, e um reajuste necessário de 19,75%. Estes dados mostram que o professor PEB II na ativa, de certa forma, se beneficia mais das gratificações do que o professor PEB I.

Tabela 3
Professor PEB II 24hs sem gratificação
Reajuste salarial no período

32,86%
ICV-DIEESE acumulado no período

94,44%
Perda salarial até 29 de fevereiro de 2008
-31,67%
Reajuste necessário em 01 de março de 2008
46,35%
Fonte: DIEESE – Subseção Apeoesp/Cepes








O que fazer?

         Neste momento, a categoria está diante de duas lutas. A primeira e mais imediata, é a luta pela recomposição salarial recente. É preciso pressionar a SEE para que conceda um reajuste de 10,6% imediatamente para categoria (equivale a perda do professor PEB I, nível I, jornada de 24hs). A segunda luta é pela valorização da categoria e exige duas ações: a incorporação imediata das gratificações, com um reajuste linear sobre o salário base de 42,23%, e o compromisso de que seja implantada, pela SEE e pelo governo, uma política de reajustes reais, até que se atinja o piso do DIEESE, o que implicaria também no estabelecimento de um novo plano de carreira a ser pactuado com a categoria.     


 










































Capitulo v

Proposta de solução:

Revolução educacional

























Caos na escola pública paulista (IV)
         Numa tentativa de dialogar com as autoridades educacionais, bem como com a sociedade, indicaremos medidas urgentes para atenuar os problemas da escola pública.
         Nas últimas décadas, a APEOESP criticou de maneira construtiva o projeto educacional dos governos Covas, Alckmin e Serra.  A determinação de fazer economia na educação pública, aliada à exigência de melhorar as estatísticas quantitativas, bem como culpar os docentes pelo fracasso escolar, estão no âmago da questão.
         Para solucionar a maioria dos problemas são necessárias medidas corajosas, tais como: a) Triplicar o orçamento da educação pública; b) Recuperar as perdas salariais desde Paulo Maluf; c) Recuperar a imagem do magistério; d) Recuperar o conceito da escola pública; e) Estimular o aluno para a crítica e a natural competição da sociedade capitalista; f) Dotar a escola de instrumentos para resolver a indisciplina e a violência escolar; g) A política de inclusão deve ser acompanhada de profissionais de apoio; h) Classes para alunos especiais, tanto para alunos deficientes quanto para alunos que se destacam; i) Estabelecer uma jornada para professores com tempo para aulas, tempo para recuperação de alunos e tempo para estudo, como preconizava Paulo Freire; j) A promoção continuada deve ser revista; k) Acabar com o conceito de promoção sem conhecimento; l) Respeitar o Conselho de Classe; m) Dar apoio aos docentes na solução de problemas disciplinares; n) Dar autonomia ao Corpo Docente; o) Apoio pedagógico legal e institucional ao docente; p) Retornar a grade de aulas de 1997; q) Rever o plano de carreira do magistério para recuperar as perdas decorrentes da maquiagem estabelecida pelos tucanos, além das perdas de Maluf a Fleury; r) Recuperar as perdas dos professores aposentados para estimular os professores ativos; s) Dar condições para que o Diretor de Escola possa exercer suas atividades pedagógicas; t) Reordenar a função do Supervisor Escolar para orientações legais e pedagógicas; u) Acabar com o autoritarismo da Secretaria da Educação; v) Ouvir e executar as reivindicações das entidades do magistério e x) RESPEITAR O TRABALHO DOCENTE.
         As medidas acima já foram apresentadas várias vezes à Secretaria da Educação: infelizmente os técnicos, por ordem governamental, estão preocupados com a economia e com as estatísticas quantitativas.
         Infelizmente, com a continuidade do projeto educacional dos governos Covas, Alckmin e Serra, a educação pública vai piorar, ainda mais. Quem viver, verá!






 Quais são os culpados? (1)
2009
         Desde a administração de Mário Covas no Governo do Estado, que a APEOESP mostra à sociedade que o projeto educacional do PSDB está equivocado e que levaria a educação paulista ao caos em que se encontra atualmente. O projeto traz, no seu conteúdo, três pecados capitais que não foram corrigidos:
 a) A implementação da promoção continuada que, na prática, virou automática (pressão do Estado sobre o professor para promoção dos alunos). Gerou a irresponsabilidade dos alunos, bem como de pais desavisados, preocupados apenas com a promoção, e nunca com a qualidade do ensino. É evidente que há exceções;
 b) A indisciplina e a violência escolar são tratadas apenas como casos isolados, e prejudicam, fortemente, alunos que desejam aprender;
c) A falta de valorização do professor (o governo engana a sociedade ao divulgar que valoriza o professor e, na prática, institui medidas punitivas). Estabelece política salarial na base do bônus que, ao considerar apenas o desempenho atual do professor, abandona os aposentados que deram a vida pela educação pública. Para as autoridades educacionais do PSDB, o bode expiatório é sempre o professor. Raramente faz autocrítica. Quando faz, reafirma a mesma política educacional para economizar e falsear estatísticas. A política passa a ser excludente e punitiva. Nunca de revisão do processo.
         Neste contexto, (2008), a provinha para classificar os professores, Instituída através de um Decreto para avaliar professores não efetivos, foi uma gota no copo d’água. Deixemos claro: a APEOESP não é contra avaliar o trabalho do professor. Apenas entende que são necessárias várias medidas para resolver o problema da escola paulista.
O resultado do setor é proporcional ao investimento. A APEOESP se coloca à disposição da sociedade e do governo para debater o problema e apresentar soluções que não surgirão através das medidas autoritárias da SEE.
         A avaliação continha erros. A apresentação dos resultados foi caótica. Milhares de professores fizeram a prova. Tiveram o resultado divulgado, mas não constaram da lista de classificados. Outros fizeram a prova e constavam na lista como ausentes. Ainda outros fizeram a prova em uma disciplina e foram classificados em outra. Ora, parece piada, o próprio bom senso, sem necessidade de liminar na Justiça, deveria prevalecer e os resultados serem descartados pela incompetência da própria secretária.





         Outro dado que deve se contestar: 3000 Professores ficaram com nota zero. Isto é uma afronta! Provavelmente, são professores que num universo de 212.000 inscritos, deixaram de comparecer à “provinha” como é chamada.
         A APEOESP continuará sempre na defesa dos professores e contra as medidas autoritárias e punitivas da Secretaria da Educação. Queremos, sim, concurso público de provas e títulos, conforme previsto na Constituição Federal para efetivar os professores contratados. A incompetência do governo estadual é tanta que permitiu a contratação de mais de 100.000 professores temporários. Por que não faz o concurso para efetivação?
         Devemos salientar que o governo estabelece o projeto educacional. É o único culpado por suas conseqüências. Desde a época do Mário Covas o projeto é o mesmo com outras formas punitivas.
         Culpar a APEOESP e o próprio professor pelo desgaste do governo é uma barbaridade. 
        




























 Quem são os culpados? (2)
2009

         Como experiente educador e sindicalista, fico cada vez mais estarrecido com os rumos da educação brasileira e, particularmente, com a educação paulista. A enganação governamental é descarada. Fala-se na prioridade educacional e, na práxis, só acontecem abusos através da chamada política neoliberal. Nada é convincente. Educação é investimento. Não pode ser tratada como gasto e nem como política de resultados.
         O Governo Federal procura corrigir algumas distorções, mas os estados governados pelo PSDB/DEM e pelo PMDB estão na contramão da História.
         Aqui em São Paulo, desde a época do Mario Covas que o projeto educacional tornou-se uma piada. Todo mundo sabe que não funciona. As críticas são formuladas pelas entidades, pelos professores, por pais e alunos. Infelizmente, as únicas medidas da SEE são no sentido de culpar os professores e a equipe gestora pelos resultados insatisfatórios.
         Já apresentamos, inúmeras vezes, sugestões para solucionar os problemas. Infelizmente, as decisões de gabinetes não são satisfatórias. Alguns intelectuais do PSDB, bem como da base aliada, continuam tratando a educação pública com regras das empresas privadas. A escola é uma instituição peculiar que deve possuir regras específicas. Qualquer economista sabe que o resultado do trabalho desenvolvido por uma instituição depende dos recursos existentes. Como obter bons resultados quando governos sucessivos fazem economia com os recursos da educação?
         Aplicam imensos recursos para resultados ineficazes. Para ilustrar, citaremos alguns exemplos:
         Contrato de R$ 3.740.000,00 com a Fundação Victor Civita (Editora Abril) para enviar 220.000 Revistas Nova Escola, com 10 edições anuais, para os professores da rede pública estadual. Como? Qual foi o educador que pediu tal revista? Muito pior, a revista chega ao professor pelo correio, remetida diretamente pela editora. Quem forneceu o cadastro dos educadores? São informações sigilosas!
         Existem dezenas de outros contratos com vários órgãos da imprensa falada e escrita, com valores astronômicos.
         Qualquer leigo percebe que, com tantos recursos, a defesa do governo é inerente aos montantes aplicados na parceria com os aliados. Desta forma, a sociedade vê criticas aos docentes, mas não percebe quem são os verdadeiros culpados.
         São importâncias que seriam aplicadas no sistema escolar, mas que governadores e prefeitos aplicam conforme seus interesses políticos.
         Os orçamentos da educação no Estado de São Paulo, em percentuais, são reduzidos anualmente, conforme estudo do DIEESE. Boa maior parte dos recursos ficam nas atividades que nada contribuem para o trabalho docente.
         Por último, tanto o professor quanto o diretor recebem salários reduzidos por culpa da incompetência e das negociatas dos governadores, dos prefeitos e de seus respectivos secretários.
         Além da farra com os recursos, o professor foi abandonado na sala de aula. Já escrevemos várias vezes:
         a) O projeto educacional, com a introdução do instrumento da promoção continuada tornou a sala de aula insuportável;
         b) A falta de regimento disciplinar para coibir os desvios comportamentais está acabando com a saúde dos professores. O absenteísmo nada mais é do que a consequência da política de bônus que levou à sala de aula professores doentes nos últimos dez anos. Agora, ninguém segura! Parte da categoria está doente.
         c) A falta de valorização salarial dos professores, no Estado de São Paulo, ficou nas letras do FUNDEF, bem como nas letras do FUNDEB.
         ACORDA SÃO PAULO! A ESCOLA PEDE SOCORRO!
         O CULPADO PELO FRACASSO NÃO É O PROFESSOR! São as autoridades educacionais, do governo Maluf ao governo Serra. Só não vê, quem não quer!

























Revolução através da educação!
         Durante a campanha eleitoral, o candidato Cristovam Buarque (PDT) pregava a revolução através da educação. Foi derrotado, mas, posteriormente, através do Parlamento, conseguiu propor a Lei do Piso Nacional para os professores.
Por outro lado, o perdedor da eleição Presidencial José Serra (PSDB), posteriormente, foi vitorioso como candidato ao Governo do Estado de São Paulo.
         O caos deixado na escola pública do Estado de São Paulo, em 14 anos de PSDB, é enorme; ou seja:
a)     A promoção continuada se tornou automática e gerou a indisciplina, falta de responsabilidade, conflito entre pais e mestres e anarquia dentro da escola;
b)    As condições de trabalho geraram total desequilíbrio pedagógico;
c)     Uma parcela significativa dos docentes encontra-se doente;
d)    Muitos apelam por seus direitos: Licença-prêmio, licença sem vencimentos, faltas médicas, faltas abonadas, faltas justificadas, trabalho eleitoral (tudo para se livrar da sala de aula);
e)     O estresse da sala de aula deixa o mestre em pânico;
f)      Em muitas classes o conflito é enorme;
g)     A maioria dos alunos não valoriza a escola;
h)     O mestre não possui nenhum tipo de apoio;
i)       O mestre é pai, assistente social, enfermeiro, psicólogo etc;
j)       O mestre é tudo e, até, professor;
k)     A única função legítima do Professor é a função docente;
l)       Por que foi abandonado pelo governo, pelos pais e pela sociedade civil?
m)  O governo não atendeu a EC-14 (FUNDEF – FUNDEB) que determina a valorização do magistério;
n)     O problema não é falta de verbas. É o desvio da verba educacional.
Para revolucionar a educação brasileira são necessárias medidas institucionais, ou seja:
a) Campanha de valorização da escola;
b) Valorizar o magistério;
c) Criar regras de conduta no interior da escola;
d) Estabelecer regras disciplinares no decorrer do trabalho pedagógico;
e) Alunos com desvios de conduta devem receber orientações técnicas (psicológicas, educacionais e punitivas: advertências, suspensões e até transferências compulsórias);
f) Escola com período integral, onde se aprenda cultura geral num período e profissões no período complementar.
O primeiro passo para revolucionar a escola deve ser a recuperação salarial dos professores, seguida de recuperação dos valores: responsabilidade, respeito, vontade de aprender, perspectiva de futuro, religiosidade, cidadania etc.
Nas condições atuais é impossível obter-se bons resultados. Uma parcela significativa de alunos vai à escola para brincar, comer, provocar, brigar, praticar atos de vandalismo, namorar, se drogar etc.
O mestre possui, diariamente, um desafio: como ministrar seus conhecimentos quando a maioria da clientela não quer apreender?
Os novos métodos vieram para banalizar a escola, melhorar as estatísticas, transformar investimentos em despesas no sentido liberal, promover governos fajutos e para enganar uma população com poucos conhecimentos educacionais.
A revolução através da escola precisa da recuperação de valores perdidos com a desvalorização dos mestres.






























Responsabilidade familiar
         A educação é ministrada no lar, na escola, nas Igrejas e na sociedade. Neste texto abordaremos a família.
No lar é a educação mais importante. É quando a criança aprende a respeitar os mais velhos, ter responsabilidade com os seus brinquedos e ajudar solidariamente os mais velhos nas atividades domésticas.
A criança, quando adaptada à família se torna um ser mais produtivo e responsável.
Dizem alguns educadores que a família está destruída. Dizem que a escola deve suprir a deficiência familiar. Isto é uma barbaridade! Nada substitui a família.
No passado, a criança e o adolescente conviviam com os pais. Nos dias atuais, devido ao capitalismo selvagem, é necessário que pais trabalhem para o sustento dos filhos. Muitos são educados por avós, tios, parentes e até por estranhos. Isto é compreensível, mas acabar com a responsabilidade paterna e familiar é um grande erro.
Quando a criança e o adolescente praticam infrações a responsabilidade dos pais ou mais velhos da família é inerente aos cuidados que deixaram de tomar com a educação básica dos infratores.
O amor familiar jamais será substituído. A criança que não possui parâmetros familiares terá dificuldades para conviver tanto na escola quanto na sociedade.
Dizem que muitas crianças são geradas pela falta de conhecimento dos métodos anticoncepcionais. Isto pode acontecer, mas sempre será por falta de acompanhamento dos pais ou dos mais velhos da família. Quando acontece, a criança fruto da irresponsabilidade, deve ser assumida com amor e carinho. Ela não possui culpa alguma por vir ao mundo. Fruto de amor ou de ato irresponsável de seres inconsequentes.
A criança e o adolescente não podem, em hipótese alguma, ficar sob a responsabilidade do Estado pelo abandono dos pais.
Devemos exigir a responsabilidade daqueles que geraram o ser em questão.
O menor abandonado é fruto do desamor de famílias destruídas, tanto pelo capitalismo selvagem quanto pelos apelos da sociedade de consumo que plantam ilusões nas mentes de jovens que não adquiriram habilidades profissionais para sustento de suas proles.
No contexto da sociedade, a criança e o adolescente que não tiverem amor, apoio e educação familiar serão cooptados, facilmente, pelos exércitos do crime organizado. Quem não quiser visitar sua prole na cadeia, eduque com carinho e exija responsabilidade do educando.
Pais, avós, irmãos mais velhos, tios, primas qualquer tipo de parentesco deve ser responsabilizado pelas infrações de suas crianças e adolescentes. A omissão, a impunidade e o abandono só levam a um caminho: A marginalidade.
A família é à base de tudo. Vitória ou derrota. Tudo depende dos mais velhos.







































 Responsabilidade Escolar
         A escola jamais substituirá a educação familiar. Através do ensino fundamental e médio, tanto a criança quanto o adolescente recebem a educação escolástica, ou seja: Atividades recreativas, ciências, expressão e comunicação, línguas estrangeiras, ou seja: É a formação para a cidadania e para o trabalho.
         A ética, os bons costumes e a moral são abordados pela escola, mas é função da família e das igrejas forjarem estas qualidades.
         A escola, como está, não consegue sequer ministrar os conteúdos programáticos.
         A progressão continuada que virou automática não produz nenhum tipo de responsabilidade. Esta virtude deve ser exigida no seio da família.
         A escola é responsável pela integridade física dos alunos no período que estão na instituição.
         A violência social invadiu a escola e, infelizmente, nem a integridade física dos educandos pode ser garantida.
         A indisciplina, decorrente da falta da educação familiar, prejudica a maioria dos alunos que desejam estudar com responsabilidade.
         O professor não pode cuidar da indisciplina. A função do professor é ministrar sua matéria.
         A criança e o adolescente que não se adaptam às atividades escolares dificilmente vão se adaptar ao trabalho ou nas atividades produtivas.
         A responsabilidade da escola é ministrar os conteúdos e apontar, aos pais e às autoridades, os desvios comportamentais dos educandos.
         A escola, se possível, deve indicar aos pais quais são as alternativas para resolver problemas dos alunos. Os deve encaminhar às autoridades competentes conforme a gravidade da infração cometida. Desacato ao professor, atos de violência e vandalismo, provocam no mínimo, boletim de ocorrência na Polícia, além do registro de penalidades da própria escola. A omissão leva à ampliação dos problemas existentes e à evolução geométrica da marginalidade que deveriam ser competência da polícia e do ministério público.
         A escola precisa criar um ambiente propício ao processo ensino-aprendizagem.
         É responsável por ministrar os conteúdos da escola fundamental e do ensino médio.
         Os problemas não serão equacionados por projetos como escola da família, amigos da escola, olimpíadas, projetos disciplinares, sala de leitura, inclusão digital, tele-sala, suplência etc.
         É preciso envolver a sociedade numa cruzada de salvação da escola pública paulista.












































Responsabilidade Religiosa
         A escola deve ser laica, conforme legislação vigente, portanto não pode ser local de doutrinação religiosa.
         A educação religiosa, conforme está implantada na rede estadual, possui caráter ecumênico, moral e ético.
         O conteúdo programático poderia ser definido por uma comissão ecumênica, e ao mesmo tempo, o que fosse ministrado na escola poderia ter um caráter dogmático nas respectivas igrejas.
         A criança e o adolescente que frequentam as igrejas, bem como seus movimentos e suas respectivas pastorais, são mais adaptados à escola e ao trabalho.
         A responsabilidade das religiões supera os cultos e os trabalhos dogmáticos. É necessário o empenho de todos para levar à igreja as “ovelhas desgarradas”.
         Uma parcela significativa das famílias abandona a igreja. Não ministra nenhum tipo de educação familiar, tendo em vista que a crise conjugal é cada vez mais acirrada.
         Ninguém possui uma regra para aliciar adeptos para as religiões. No entanto, devemos enfatizar que a violência está sob efeito geométrico e que a responsabilidade de todos é evidente.
         As igrejas, independente de credo, possuem força extraordinária para educar e reeducar seus adeptos.
         As igrejas podem ajudar na redução da violência tanto na sociedade quanto na formação ética, moral contribuindo para o sentido da responsabilidade da nossa população.
         Acreditamos que a história das religiões, cultura religiosa, a interpretação da Bíblia, a história e dogmas dos respectivos credos ajudam a formar a consciência religiosa, bem como a cidadania.
         A sociedade precisa da responsabilidade das igrejas na formação do caráter da criança e do adolescente.













 Responsabilidade Jurídica
         A escola deve pautar sua organização, bem como sua ação, na Constituição da República Federativa do Brasil, na Constituição do respectivo Estado membro, na atual LDB, no Código Civil, no Código Penal, no Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização do Magistério (atual FUNDEB), na Lei que Estabeleceu o piso nacional salarial dos professores (no Estado de São Paulo cumprir-se um terço da jornada com horas atividades), no Estatuto dos Funcionários Civis, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no Estatuto do Magistério, na Lei Complementar 836/97, no Estatuto da Escola, no Regimento Interno, no Código de Ética, no Conselho de Escola, nos Pareceres dos Conselhos Federal e Estadual de Educação etc.
         A legislação é farta, preenche todas as lacunas da responsabilidade jurídica. Com tantos diplomas legais, não é possível a continuidade crescente da violência e da indisciplina escolar.
         Do nosso ponto de vista, as autoridades responsáveis não estão tomando as providências para resolverem os problemas e, consequentemente, a sala de aula se tornou verdadeiro pesadelo para muitos educadores.
         A maioria dos alunos não traz nenhuma formação familiar e religiosa. Não possui nenhum parâmetro para respeitar o processo ensino-aprendizagem, tendo em vista a crise conjugal de muitos casais.
         A escola não pode, em hipótese nenhuma, substituir a família. A responsabilidade pelos atos das crianças e dos adolescentes, quanto aos desvios comportamentais, é dos pais, irmãos mais velhos, tios etc.
         O desvio de comportamento deve ser corrigido com base na família, na escola, no regimento da escola, no regimento disciplinar, no sistema policial, no conselho tutelar e no ministério público.
         Em cada cidade, é necessário um amplo debate da questão, entre as várias autoridades, para ações conjuntas, conforme as agravantes de cada caso.
    No nosso modo de ver, a impunidade de alunos com desvios comportamentais, geram a violência numa progressão geométrica.
         As pesquisas mostram que ações são necessárias, tais como: advertência verbal, advertência por escrito, apoio dos responsáveis da família, transferência compulsória (para fracionar as gangues existentes); apoio do Conselho Tutelar, da Polícia e do Ministério Público às atividades escolares.
         A função do professor é ministrar suas aulas, acompanhar pedagogicamente seus alunos e promover ou reter conforme decisão soberana do Conselho de Classe e Série.
         Não pode, em hipótese alguma, haver pressão para aprovar alunos que não atingiram a compreensão do conhecimento ministrado.
         O professor precisa de apoio para solução dos problemas que prejudicam as atividades docentes. Os fatores provenientes da indisciplina e da falta de educação familiar não são responsabilidade do professor.
         A família, a direção da escola, bem como todas as autoridades constituídas, devem se ajudar, mutuamente, para acabar com a violência, com a indisciplina escolar e com a falta de formação familiar.
         A falta de ações conjuntas, conflito entre autoridades, tais como: direção da escola & corpo docente; Diretoria de Ensino & direção da escola; supervisão escolar & professores; escola & conselho tutelar, escola & Polícia, escola & Ministério Público, estão gerando a impunidade geométrica dos alunos com desvios comportamentais.
A responsabilidade do educando não é exigida, nem mesmo pela família. Como é possível a educação para o trabalho e para a cidadania dentro do atual ambiente escolar? Tudo precisa ser revisto.
         O professor precisa de respeito para exercer sua atividade docente. Como está não pode continuar!
         O professor, a direção da escola e os funcionários são autoridades. Quando sofrem desacatos, devem formular boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia para processo crime contra os responsáveis. Por que não tomam esta medida que é prevista na legislação vigente?
         A legislação existe. Escola é lugar para estudar.
A indisciplina, a violência dentro da escola, o vandalismo, os roubos, as agressões físicas e o tráfico de drogas levam ao crime organizado.
A escola precisa de apoio de todos.






















 Responsabilidade da mídia
         Já enumeramos, muitas vezes, os motivos do fracasso escolar. Os governos imputam a responsabilidade aos professores. Isto é inadmissível! A responsabilidade pela educação das crianças e adolescentes pertence a todos.
         Infelizmente, a sala de aula, local de trabalho pedagógico deveria ser respeitado, defendido, incentivado e dotado de várias tecnologias a serviço do processo aprendizagem. Foi, ao longo de quatro décadas, local de ironias, banalização através de piadas, programas de rádio e televisão com chacotas sobre a vida escolar. Novelas que denigrem a imagem da escola. Jornalistas que escrevem artigos do “quanto pior melhor”.
         A “escolinha do professor Raimundo” provocou enorme desastre no processo de aprendizagem. O processo é sério, mas foi deturpado pelo Chico Anízio. Posteriormente, outros autores imitaram a maldade. Alguns filmes, também ajudaram a piorar o conceito da escola.
         Como é possível ministrar aulas neste contexto? O trabalho do mestre deve ser respeitado e valorizado. A mídia precisa de outra perspectiva. Ajudar sim! Nunca atrapalhar! A crítica deve existir, mas nunca no sentido deturpado. O profissional desajustado pode existir, como em qualquer profissão. Deve ser penalizado conforme as regras do sistema. Generalizar os problemas foi a regra da mídia durante as últimas décadas.
         Devemos ressaltar, com justiça, que no interior do país, ainda contamos com apoio da imprensa não cooptada (paga) pelo PSDB e aliados.
         O Governo reduz o salário do professor desde 1979. O mestre reage e a mídia fica contra o professor. Isto é uma barbaridade! Parece que na mídia, todo mundo possui o “rabo preso” com o executivo. Por que? Tudo é decorrente das verbas publicitárias para melhorar a imagem de governos perdulários!
         Isto não pode continuar. É necessária uma cruzada para salvação da escola paulista.
         A sociedade paulista precisa convocar a mídia para uma das vertentes dessa cruzada.
                  











 O arrocho salarial do Magistério é fruto da política compensatória!

         Historicamente, o respeito ao mestre foi inerente ao modelo e ao interesse econômico do governo. No caso do Estado de São Paulo, podemos afirmar que a queda salarial é devida à política de compensação social, do desejo de autopromoção de governadores e secretários, além do projeto educacional totalmente deformado.
         Até a década de sessenta, o professor secundário recebia salário igual ao do promotor público e igual ao do capitão da Força Pública. Era autoridade para todos os fins.
         A presença do professor secundário era notada por todos. Na escola desempenhava seu trabalho com prazer e eficiência.
         A partir da década de sessenta a situação do magistério começou a preocupar. A primeira queda do salário provocou a greve de 1961. Os professores usavam terno e gravata. Era regra para todos os funcionários públicos. Mesmo a caráter, os mestres foram à greve. O motivo foi o arrocho salarial, mas a política brasileira começava a complicar a vida do professor, tendo em vista que a educação, antes calcada no modelo Francês (formar o cidadão) passou à orientação norte-americana (formar trabalhadores).
         Coincidência ou não, começou a decadência dos salários no magistério com a introdução das políticas compensatórias.
         O fenômeno do êxodo rural se ampliou a partir da década de sessenta. Grande massa rural foi expulsa das fazendas para as cidades. Conseqüentemente, era necessário o aumento do número de escolas e das instituições de saúde e de assistência social.
         Na escola, havia uma instituição chamada “caixa escolar”, através da qual as famílias contribuíam para ajudar os mais humildes.
         Os pais mais abastados pagavam, mensalmente, a “caixa escolar”, que revertia em sopa e material didático para os mais carentes.
         O governo acabou com a “caixa escolar” e iniciou a distribuição da merenda escolar. Coincidência ou não, o mestre não recebeu mais os reajustes necessários.
Nas escolas situadas em regiões mais nobres instituiu-se a taxa da Associação de Pais e Mestres, que ajudava na manutenção da Escola.
         Na década de setenta, o governo passou a entregar aos alunos, paulatinamente, todos os livros didáticos com a conseqüente perda salarial do magistério.
         Na década de oitenta, proibiu a cobrança de taxas para as APM, mesmo as de caráter facultativo, e passou a distribuir, basicamente, todo o material didático necessário às aulas.
         A partir dos anos oitenta, o salário do mestre iniciou uma derrocada impressionante. Havia até duas greves anuais. A APEOESP dirigiu greves com mais de 100.000 professores. Sempre havia reposições parciais, mas o processo inflacionário levava a novas greves.
         Nos anos noventa, foram incrementados alguns cursos em que os alunos recebiam ajuda de custo, com a conseqüente queda nos salários dos professores.
         Quando se analisa a política compensatória, parece que o governo paulista trabalhou a política de compensação social com a redução salarial no magistério.
         Este assunto merece melhores estudos. É uma sugestão às entidades do magistério. Como foi realizada a política compensatória do nosso estado? Tudo indica que foi às custas do salário do magistério.


































 Bonificação por resultados (2009)
         A bonificação é mais uma medida paliativa e punitiva dentro do projeto educacional do PSDB/DEM.
O governo Covas, após a greve do ano 2000, criou o Bônus de Mérito para premiar professores com poucas faltas. Muitos companheiros trabalhavam doentes para receber a bonificação. A APEOESP alertava: era mais uma maldade contra os docentes.
         Nos primeiros anos, diminuiu o número de faltosos. A luta do professor pelo bônus era contínua, mas trabalhando nas péssimas condições psicológicas criadas pela promoção continuada, bem como com a falta de um regimento disciplinar, uma parcela da categoria passou por crises neuróticas, necessitando até de tratamento psiquiátricos.
         Atualmente (2009), boa parte da categoria está doente. Uma parcela significativa procura instrumentos legais para fugir da sala de aula, tais como: licenças médicas, licenças prêmios, readaptações, faltas médicas, afastamento eleitoral, afastamento junto às Diretorias de Ensino e aos projetos etc.
         O sonho dos professores mais jovens é a aprovação em concursos públicos de provas e títulos de outras carreiras.
         A substituição dos professores por eventuais é efêmera. Ao longo do ano, os eventuais desaparecem, tendo em vista a forma como são contratados, bem como a miséria que recebem por suas aulas.
         Os pais e os professores sabem que no decorrer do ano, dia após dia, o número das aulas é reduzido.
         O projeto educacional do PSDB/DEM criou situações complicadas para o docente, ou seja, várias subcategorias que às vezes não possuem nenhum laço afetivo com a escola e com os alunos.
         O professor efetivo, antes valorizado com salários e melhores condições de trabalho, às vezes, para completar sua jornada, é obrigado a lecionar em várias escolas. Mesmo o benefício do Artigo 22, previsto no Estatuto do Magistério é motivo de liminares na Justiça.
         O Professor não efetivo, com aulas livres, possui certa tranqüilidade com seus parcos salários, mas é obrigado a dar aulas em várias escolas. Tornando-se um “professor itinerante”.
O professor substituto, mesmo que ministre aulas durante o ano todo, se for dispensado em 31 de dezembro fica sem férias. Quanta maldade! Não recebe 1/3 das férias e fica sem o pagamento no início de fevereiro. Inicia o ano letivo sem recursos para transporte e até para se alimentar. Isso acontece no principal estado do Brasil. Quanta vergonha, São Paulo!
         O professor “tapa-buraco”, que é o eventual, foi criado para sanar o absenteísmo dos professores, mas desaparece no decorrer do ano letivo.
         Somente conhecem a realidade da escola pública os docentes e a direção escolar comprometidos com a realidade.
         Os intelectuais que fazem suas teses através de pesquisas fajutas na rede pública, nada sabem sobre a realidade existente. Alguns são galgados a funções de confiança do executivo para implantar regras e idéias que prejudicam o trabalho docente. Outros lacaios autoritários servem para defender governadores que usam a verba da educação para outros setores.
         Dentro do clima existente nas escolas, a “bonificação por resultados” é mais uma medida paliativa da política neoliberal, que considera a escola como despesa.
         A escola precisa recuperar os instrumentos, a valorização e os salários do mesmo patamar de 1979.
         A bonificação por resultados servirá para ampliar, ainda mais, o caos existente nas escolas públicas do Estado de São Paulo. Quem viver, verá!































 Porque somos contra o bônus de resultados
         O governo do Estado de São Paulo (PSDB/DEM) acaba de cometer outra inconstitucionalidade ao pagar bônus para uma parcela da categoria docente, bem como para funcionários de escolas.
         O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) foi criado para manutenção da Educação Básica e para Valorização do Magistério.
         Está previsto que 60% das verbas são para pagamento do magistério, ou seja, para valorizar todos os professores e equipe gestora.
         O Governo do Estado divulga através de grande propaganda que pagou de R$ 500,00 a R$ 15.000,00 como bônus de resultados para os professores. A propaganda leva o raciocínio dos leigos ao pensamento de que estão investindo parcelas significativas das verbas nas escolas públicas.
         Alertamos, também, os professores que receberam bônus referentes ao ano de 2008 que nada garante que receberão, novamente, no próximo ano.
         A política de bônus é uma grande maldade contra todos os membros do magistério, tendo em vista que não podem, sequer, planejar, economicamente, os respectivos orçamentos familiares. Como assumir prestações? Como assumir outras despesas com a falta de perspectivas econômicas? Só não vê quem não quer!
         O governo (PSDB/DEM) divulgou que usou R$ 600.000.000 (seiscentos milhões de reais) para pagamento do bônus de resultados. Como? A maioria recebeu pouco mais que R$ 1.000,00. Mais de um terço do magistério e dos funcionários de escola não receberam, absolutamente, nada.
         O governo divulga (2009) que somos 200.000 professores. Ora, R$ 600.000.000 divididos por 200.000 professores resulta em R$ 3.000,00 para cada professor.
         A nossa campanha salarial para que o governo cumpra a data base – que foi em 1º de Março – com a reposição das perdas desde 1998 exige um reajuste próximo de 27,5%.
         O governo procura jogar mais uma vez a população contra os professores dizendo que não possui recursos para rever o salário do magistério.
         Basta dividir o valor do bônus de referência por 12 meses: dá R$ 250,00 (duzentos e cinqüenta reais) mensais, isto com as verbas do FUNDEB, que é para valorizar todos os professores. A evolução do ICMS, bem como o salário educação, poderia elevar o salário do mestre para um patamar superior.
         Os reajustes para os funcionários seriam cobertos pelos 40% das verbas do FUNDEB como é previsto na Emenda Constitucional, além do ICMS.
         Outra violência contra a Constituição Federal é pagar o bônus apenas aos professores e funcionários da ativa.
         A APEOESP, bem como outras entidades, está acionando o Judiciário para exigir os direitos dos professores e de funcionários aposentados em ações coletivas.
         Enfim, para reafirmar, a solução da educação paulista é formada por ações corajosas, tais como:
         a) Fim da promoção continuada como está constituída;
         b) Reorganização do sistema disciplinar da escola;
         d) Fim da política de bônus, gratificações, prêmios etc;
         c) Recuperação do salário do magistério ao mesmo patamar de 1979.
         Tudo indica que a política neoliberal do PSDB/DEM continuará destruindo a escola pública paulista. Quem viver, verá!







































Capítulo VI

Considerações finais






































Currículo e avaliação
         Infelizmente, o currículo doutrinador, com a ideologia da Escola Superior de Guerra, implantado pelos governos militares, considerados ditadores, possuía mais flexibilidade do que o projeto educacional dos governos do PSDB/DEM.
         O currículo é puramente neoliberal, sob o controle do consenso de Washington.
         Os objetivos são ditados pelos agentes internacionais. O modelo militar era para formar os trabalhadores para as multinacionais. Havia um forte apelo nacionalista para formar um cidadão dócil ao domínio da ditadura através das disciplinas Educação Moral e Cívica, Organização Política e Social do Brasil (OSPB), no 1º e 2º Graus; e Estudos de Problemas Brasileiros no Ensino Superior.
         O modelo atual parece pior. Exige transmissão de poucos conhecimentos e de certas habilidades. Tudo de acordo com a ideologia neoliberal.
         Não querem um magistério com uma direção de escola. Agora, querem um professor cumpridor de tarefas e uma equipe gestora para exigir dele metas pré-determinadas.
         A escola é vista como despesa. Nunca como investimento.
         Os cadernos apresentados como guias do currículo, não são mais um instrumento para o professor. Constituem um currículo que será avaliado para atingir determinadas metas. O currículo é obrigatório. Item por item. Onde está a “liberdade de cátedra” da escola laica, democrática, autônoma e competente?
          O currículo não possui os princípios científicos e pedagógicos neutros, como determinam os fundamentos das ciências e das habilidades.
         O PSDB/DEM destrói, ao longo do tempo, os últimos laços da escola laica, democrática, autônoma e competente através da ideologia neoliberal forçada na apresentação dos textos.
         A avaliação como está sendo usada é condenada pelos professores, bem como pela sociedade civil. Faz doze anos que as avaliações externas são usadas, não para corrigir as distorções do sistema, mas para criticar os educadores e jogar uma escola contra a outra.
Os resultados das avaliações provocam uma grande frustração na comunidade escolar, e tornam o ambiente nocivo às atividades pedagógicas.
Ninguém deve temer avaliações. Achamos que devem existir com os princípios constitucionais da impessoalidade e sigilo e que sejam aplicadas por instituições competentes.
As avaliações feitas para melhorar o sistema serão bem recebidas. A avaliação deve considerar as disciplinas como respectivas ciências e habilidades. Nunca como ideologia.
As avaliações devem conter claramente seus objetivos para que sejam debatidos com a comunidade escolar. Avaliação para punir será prontamente rejeitada.
O professor será sempre um defensor do seu pedaço. É uma vítima do sistema, mas é um forte na resistência.
O projeto educacional elaborado e revisto durante a administração do PSDB-DEMO, resultou num enorme fracasso da escola eública paulista. Agora querem culpar os docentes, bem como a direção da escola.
Está provado pela humanidade: Medidas autoritárias resultam em fracassos. Na educação resultam em frustração, fracasso e violência.
O professor reage inconsciente contra os ataques sofridos.
As medidas tomadas pelo PSDB/DEM estão contra os princípios democráticos estabelecidos na história. Infelizmente, este partido só faz diálogo com as instituições que desejam a total submissão da nossa pátria ao capitalismo internacional.






















Conclusão
         A educação pública paulista foi valorizada, enquanto orientação francesa, até o início da década de sessenta. Após o famigerado acordo MEC-USAID, a educação paulista, inclusa na brasileira, deixou de formar cidadãos e passou a formar “apertadores de parafusos” (mão de obra barata para empresas multinacionais). Até 1978, o salário do magistério foi mantido através de muita luta. A partir de Paulo Maluf, tanto o projeto salarial quanto o educacional entraram em clima de total decadência. Com o advento do governo Mario Covas, a situação piorou, tendo em vista a criação da promoção continuada que virou automática.
         O projeto educacional dos tucanos e democratas levou o caos à escola pública paulista. Atualmente (2009), é quase impossível recuperar o nível das aulas, bem como o salário dos mestres e dos funcionários das escolas. Não há nenhuma vontade política das autoridades estaduais no sentido de dialogar com as entidades do magistério, bem como com a sociedade para implementar medidas democráticas para solução dos problemas existentes.
         A primeira sugestão que fazemos é o fim da “promoção continuada” da maneira como está instituída. Fim da promoção por ciclos. O aluno será promovido caso tenha conhecimento do conteúdo da série em que está matriculado.
           Somente o Conselho de Classe ou Série, sem nenhum tipo de pressão, terá competência para determinar a promoção ou retenção do aluno.
         A segunda sugestão séria e corajosa que apresentamos para melhorar o sistema educacional paulista é dar um choque de revisão educacional para alunos e professores, ou seja: todas as séries teriam aulas de revisão dos conteúdos das séries anteriores de todas as disciplinas, durante um ano, ou seja; um ano para recuperar a defasagem educacional produzida pelo projeto PSDB-DEMO. No ano, em questão, não haveria promoção. Serviria apenas para recuperar a defasagem existente.
         Para todos os professores da rede estadual, efetivos ou não, seria atribuída jornada de 40 aulas semanais para trabalhar 20 aulas com alunos para revisão e 20 aulas para reciclagem do próprio professor, tendo em vista que na escola, todos são vítimas dos projetos educacionais, desde o governo de Paulo Maluf até o governo de José Serra, bem como dos seus respectivos lacaios.
         A terceira sugestão é reorganização, através de lei, do regimento disciplinar da escola para coibir desvios educacionais, bem como a violência e o tráfico de drogas.
          Instituir um profissional para cuidar da disciplina dos discentes.
         A quarta sugestão é o respeito ao professor aposentado para servir de incentivo aos professores ativos. Não pode haver nenhuma diferença entre ativos e aposentados.
         A quinta sugestão é a reivindicação por concursos públicos classificatórios de provas e títulos para acabar com a vergonhosa situação dos professores não efetivos.
         Somente com a implementação de medidas corajosas, bem como grandes investimentos, poderemos recuperar a escola para os patamares anteriores a 1979.
         A sexta sugestão é uma ampla campanha, através da mídia, para valorizar a autoridade do professor bem como da direção, para recolocar a escola no patamar anterior a 1979.
         A sétima sugestão é formular um plano para recuperação salarial no patamar anterior a 1979. Atender, imediatamente, à reivindicação do piso salarial do DIEESE para vinte aulas semanais.
         Infelizmente, sabemos que não há nenhuma vontade no PSDB/DEM, bem como na base aliada para enfrentar os desafios da escola pública.
Como sempre, as sugestões e os estudos para reverem o projeto educacional e a política salarial, não serão considerados pelo governo estadual instituído.
         Condenamos as medidas punitivas adotadas pelos governos tucanos e democratas ao longo do tempo, tendo em vista que a culpa não é do professor. Acreditamos que a sociedade sabe que o culpado é o projeto educacional existente, bem como a desvalorização da escola e do professor, em particular. Nenhuma ação será vitoriosa sem a recuperação salarial do mestre, bem como da sua autoridade.
         Enfim, para reafirmar, a tríade para solução da educação paulista é formada por ações corajosas, tais como:
         a) Fim da promoção continuada como está instituída;
         b) Reorganização do sistema disciplinar da escola;
         c) Recuperação do salário do magistério ao mesmo patamar de 1979.
         Tudo indica que a política neoliberal do PSDB/DEM continuará destruindo a escola pública paulista. Quem viver, verá!
OBS: A política de sucateamento da escola pública paulista foi a mesma política do PSDB/DEM para todo o funcionalismo do Estado de São Paulo durante quatorze anos. Neste momento (2009) José Serra (PSDB) é o governador e continua com a política dos governos anteriores.

                  


        





Obras do autor:
- Estripulias do Sapeca e do Ximbica (Infantil)
   Publicado em Marília pela Gráfica Santa Maria.
- Raça, amor e coragem.
  Publicado pela Editora Nativa – São Paulo
- Opúsculos sobre política e sindicalismo.
   Publicado pelo PDT
- Jesus, Plano Divino e Espíritos Iluminados.
            Publicado pela ALL/PRINT – Editora
          - Centenas de artigos publicados em vários jornais e revistas.

Obras a serem publicadas:
    - O que o homem quer...
    - Manual de orientação aos candidatos a cargos eletivos.




































Endereço do autor para críticas e sugestões:
Rua das Gardênias, 34 – Marília/SP
CEP – 17502-380 – Fone (14) 3422-5727
                          


            Este livro é para ampliar a consciência do magistério.

Na escola pública paulista todo mundo é vitima dos projetos educacionais dos governos estaduais, desde Paulo Maluf até José Serra. Só não vê quem não quer! 
Juvenal de Aguiar






GENOCÍDIO EDUCACIONAL NO ESTADO DE SÃO PAULO



PROPOSTA DE SOLUÇÃO:
REVOLUÇÃO EDUCACIONAL





O adulto está perdido. É preciso salvar as crianças.
Brizola.











                                           Resumo biográfico do autor

Juvenal de Aguiar Penteado Neto, natural de Catanduva, São Paulo, é professor com graduação na área de Educação em Pedagogia, Estudos Sociais e História. É pós-graduado (Mestrado) em História pela PUC – SP, e possui considerável experiência política adquirida na luta pela educação pública. Residiu na capital de São Paulo por mais de vinte anos, foi professor e diretor da Rede Pública de Ensino, bem como de escolas particulares. Reside em Marília desde 1991. Escreveu centenas de artigos para jornais e revistas do Estado de São Paulo. Participa do movimento da Educação desde 1966. É um revolucionário que luta por dias melhores. É autor de histórias infantis, romances e de vários opúsculos sobre política e sindicalismo. Recebeu nove vezes o prêmio “Troféu Regional de Marília”, foi laureado com o troféu “Prêmio Tradição Regional de Garça” e com o “Prêmio Cidade de Tupã”. Foi membro do Conselho Municipal de Educação de Marília. É Conselheiro Estadual desde 1984 e Diretor Estadual da APEOESP – Sindicato Estadual dos Professores por quatro mandatos sucessivos.



Agradecimentos

         Agradeço as inúmeras contribuições que foram formuladas pelos companheiros citados abaixo, sem as quais, o presente livro seria impossível:
         José Rocha Cunha na correção e críticas construtivas. Foi um trabalho de competência e respeito;
         Antonio Oswaldo Perin pela correção e crítica inicial;
         Alexandre Sampaio Ferraz e Glauco Freire do DIEESE/APEOESP, tanto na elaboração de textos iniciais, bem como na formulação de gráficos.
         Maria Izabel Azevedo Noronha, nossa Presidenta, por sua liderança e capacidade sindical que muito ajudou, diretamente, na elaboração do texto.























Este texto é uma contribuição à Sociedade Civil, aos professores e aos estudantes do Brasil para que conheçam a realidade da escola pública do Estado de São Paulo.







O texto possui partes repetitivas para reafirmar a realidade existente.



























Nosso objetivo
O objetivo deste livro é provocar um choque de realidade na sociedade paulista, bem como na brasileira, com a demonstração da incompetência dos governos dos últimos quarenta anos na condução das políticas públicas para nossas instituições educativas.
O resultado dos governos perdulários foi a ampliação contínua do exército de reserva do crime organizado.
Ao se afastar do projeto pedagógico tradicional, abandonou-se o professor, e a nossa juventude perdeu a imagem que perseguia na sua formação.
Como resultado, ampliou-se o tráfico de drogas, bem como todos os desvios de conduta que deveriam sofrer correção no âmbito das famílias, escolas, igrejas, trabalho, etc.
Para recolocar nosso país e nosso estado nos trilhos da história e do progresso salutar da humanidade é necessário recolocar a escola pública paulista no patamar em que se encontrava em 1979.
Não precisamos revolver o passado para conhecer os culpados pela incompetência generalizada das autoridades que se esqueceram da importância das instituições formativas para moldá-las ao projeto neoliberal.
Devemos recuperar a consciência de que a formação está no espírito da escola tradicional, com a atualização dos métodos e dos processos pedagógicos. 
Os modismos implementados pelos governos corruptos e entreguistas deturparam a conduta do nosso cidadão.
Não há investimento suficiente para reverter a tragédia em que se encontra a escola pública paulista. Tudo precisa ser reconstruído, desde a autoridade dos educadores até a imagem do professor.
A política neoliberal do PSDB-DEM, bem como de seus aliados, continuará formando o exército de reserva do crime organizado. Quem viver, verá!













Reflexão sobre educação

              Ao folhear uma revista num consultório médico, li uma reportagem que mostrava, com estatísticas, que as crianças de origem asiática que estudam no Brasil, apresentam desempenho escolar superior ao dos estudantes brasileiros.
O texto explicava que, nas classes onde elas são maioria, o silêncio e a atenção são uma constante.
Ouve-se claramente a voz do professor explicando a matéria. Dizia também que essas crianças dedicam nove horas diárias ao estudo (cinco na escola e quatro em casa) enquanto que as nossas, apenas cinco (as da escola).
Quando chegam em casa, essas crianças pegam seus cadernos, livros e estudam. Fazem os deveres de casa que o professor passa, lêem, treinam equações matemáticas, etc.
Enquanto os brasileirinhos, em sua maioria, vagueiam pelas ruas empinando pipa ou jogando bola.
Com isso, os asiáticos do nosso país estão conseguindo os melhores postos de trabalho (que são justamente aqueles que exigem melhor qualificação e preparo) em empresas com ótima remuneração, assistência médico-hospitalar e condições de ascensão profissional.
E tudo isso me fez lembrar de uma menina brasileira que morava no Japão e veio visitar os parentes que ficaram aqui.
A tia dela era orientadora na escola onde lecionávamos.
Estávamos em nossas classes, tentando dar aula e explicar a matéria para os alunos que, como sempre, só conversavam e brincavam de costas para a lousa. Enquanto isso, a tia, nossa orientadora, vagava com a garota pelos corredores da escola, procurando uma classe mais calma, onde a sobrinha pudesse ficar resolvendo as questões de uma provinha de terceira série que ela havia preparado, para verificar o aproveitamento e a adaptação da menina na escola japonesa.
Mas a menina ficou aterrorizada com a gritaria dos nossos alunos e preferiu resolver a prova na biblioteca, alegando que não conseguiria concentrar-se com aquela bagunça.
Perguntamos então o que acontecia, na escola dela, com os alunos que só queriam brincar, não estudavam e não respeitavam o professor em sala de aula.
Ela disse que eles eram castigados.
Perguntamos então qual era o tal castigo.




E sabem o que ela respondeu?
Que não sabia, porque na classe dela nunca havia visto um aluno conversar durante as explicações ou desrespeitar seu professor.
Perceberam a diferença?
Nas escolas públicas de São Paulo, as salas de aula são superlotadas, com até 45 alunos por classe.
Para esse auditório, o professor tem que ensinar:
O conteúdo das disciplinas (Matemática, Português História, Geografia, Ciências) + cidadania + valores + educação sexual + higiene + saúde + ética + pluralidade cultural.
Deve, também, funcionar como: psicólogo, assistente social, orientador educacional e orientador pedagógico, desempenhando também todos os deveres familiares que a sociedade resolver transferir para a escola.
Nossos alunos dizem que as aulas são chatas e alegam que não gostam de ler. Que ler não é divertido. Que jogar bola e empinar pipa é melhor.
E todos logo gritam em coro:
- Culpa dos professores que não dão uma aula divertida e atraente para as crianças.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo surge em cena alegando que o aluno que temos é assim mesmo e que os professores precisam aprender a ensinar.
Rotula o magistério oficial como “professores nota zero”
O que eles querem esconder é que temos em classe crianças (filhos de eleitores) que recebem o livro didático, cadernos e até mochilas, mas “esquecem” em casa para ficar brincando durante a aula.
Crianças que não fazem lição de casa, não estudam e nem sequer prestam atenção nas explicações do professor em classe.
Para agradar os pais eleitores, a Secretaria da Educação encaminha os professores para cursos de “capacitação”, alegando que eles não têm mais capacidade para ensinar.
Contratam firmas para dar esses cursos que segundo eles, tem o poder de transformar “profissionais despreparados” em professores criativos, prontos para dar aulas eficazes, envolventes, estimulantes e, ao mesmo tempo, divertidas, capazes de fazer com que os alunos gostem mais da escola do que das partidas de futebol, mais de leitura do que dos jogos no computador.
É claro que esse discurso de responsabilizar o professor e varrer a sujeira pra baixo do tapete não vai levar a educação a lugar nenhum.







Mas serve perfeitamente para justificar, junto à opinião pública, os baixos salários pagos aos profissionais do estado que mais arrecada imposto do país.
Imagine que você está doente, vai ao médico e ele prescreve determinado remédio.
Você não toma o medicamento, não faz a sua parte e culpa o médico por não melhorar.
Assim acontece nas escolas públicas paulistas: o professor ensina e os alunos não prestam atenção, não estudam, não fazem os deveres de casa como nossos amiguinhos asiáticos.
Daí vem o governo e culpa o professor pelo mau desempenho dos “estudantes”
Para justificar mais uma vez a falta de reajustes e os baixos salários em SP o governo implantou um sistema de avaliação para professores.
Os professores recebem um bônus por produtividade, uma vez por ano, se os alunos estudarem; se os alunos não faltarem; se os alunos não se evadirem; se os alunos...
E, como o aluno não quer saber de nada, estamos sem reajustes desde que o PSDB/DEMO começou a governar (há uns 14 anos).
Agora (fevereiro de 2009), vemos o governador na TV dizendo que pagou até quinze mil reais de bônus aos professores.
Só que se isso fosse averiguado direitinho, a verdade seria descoberta.
Para se ter uma idéia, tem escolas onde nenhum professor recebeu bonificação porque houve evasão, porque o aproveitamento dos alunos não se alterou. E assim por diante!
Sem contar que, nesse sistema de bonificação por produtividade, os aposentados, por não terem mais alunos, são castigados e estão sem reajuste há anos (desde que o governo de SP – PSDB/DEMO – passou a avaliar professores pelo desempenho dos alunos).
Ninguém quer sugerir aos eleitores a receita das crianças asiáticas:
              - Fazer a lição de casa, estudar, empenhar-se, dedicar-se. Enfim, fazer sua parte!
A verdade é que o educador deixou de ser modelo para os jovens: ganhamos mal, nos vestimos mal e somos alvo constante da crítica social.
Hoje, modelo para os jovens, são os milionários jogadores de futebol, pagodeiros e outros mais que prefiro nem relacionar aqui.





Vamos combinar, não dá para falar em Educação de Qualidade enquanto o profissional da educação for sistematicamente desvalorizado, tratado pelo governo, pelas famílias e pela mídia em geral como um inimigo público, um vagabundo, etc.
Nessas condições, que aluno vai querer ouvir o que uma pessoa assim tem a dizer?                                                 
 Pedimos a todos que repassem esta mensagem para sua lista de contatos.
Não temos voz na mídia e precisamos da Internet para que a população saiba o que acontece nas escolas do Estado de São Paulo.
Texto de autor desconhecido
Transcrito da Internet e atualizado por Juvenal de Aguiar.




































Colega professor(a).

         Esperamos que o texto apresentado e desenvolvido através da ótica de um sindicalista seja útil para a tomada de consciência dos profissionais do magistério.
         Deixamos claro, no início da nossa caminhada, que parte do texto foi publicada em jornais e revistas do estado de São Paulo, principalmente na cidade de Marília, na forma de artigos ou opúsculos. Apesar de serem assuntos que envolvem a APEOESP, as opiniões são de cunho pessoal e trazem a assinatura do responsável. As citações foram identificadas.
         O texto foi dividido em cinco capítulos para facilitar a leitura e pesquisa de colegas, de estudantes e de sindicalistas.
         Capítulo I - Caos na escola pública – Este capítulo foi elaborado para mostrar a decadência da escola pública paulista, a partir do governo Maluf, passando pelos governos Quércia, Fleury e piorando com os governos do PSDB.
         Capítulo II - Conflitos e Reivindicações – Este capítulo foi elaborado para mostrar parte do dinamismo das reivindicações da categoria.
         Capítulo III - Relação de forças – É um texto elaborado para ajudar na formação da consciência do magistério.
         Capítulo IV – Questão Salarial – Mostra o aviltamento dos salários a partir do governo Paulo Maluf até o de José Serra.
          Capítulo V – Proposta de Solução: Revolução Educacional.
         Capítulo VI – Considerações Finais.

Juvenal de Aguiar Penteado Neto









Nosso objetivo..................................................................................... 04
Reflexão sobre educação......................................................................05
Colega professor(a)..............................................................................08
Índice....................................................................................................09
Caos na Escola Pública Paulista (Parte I)............................................ 11
Caos na Escola Pública Paulista (Parte II)........................................... 13
Caos na Escola Pública Paulista (Parte III).......................................... 15
Mentira tem pernas curtas.................................................................... 13
A manipulação continua....................................................................... 14
Recolocar a Escola nos Trilhos da História.......................................... 17
Vantagem pessoal................................................................................  19
Tudo de cima para baixo....................................................................... 20
Violência Escolar.................................................................................. 22
Por que Alckmin perdeu as eleições ? (I)..............................................24
Por que Alckmin perdeu as eleições? (II)............................................. 26
Por que Alckmin perdeu as eleições? (III)............................................ 28
Falácias, Verdades e Maldades............................................................. 30
O Professor e a consciência de classe.................................................. .33
Magistério: Consciência em Si e para SI....................................... ..... .36
O Magistério e o Espaço Político.................................................. ....   37
Escola Pública: Ocupação de Espaços...............................................   38
A grande mentira do governo.............................................................   40
Redução Salarial no Brasil..................................................................  41
Estratégia do bom salário....................................................................  44
O salário do magistério é determinante...............................................  46
As pragas da Educação Paulista..........................................................  48
Reajustes Salariais...............................................................................  51
As perdas históricas.............................................................................  63
A evolução do plano de carreira de 1998............................................  65
Caos na Escola Pública Paulista (IV)..................................................  69
Quais são os culpados (1)....................................................................  70
Quais são os culpados (2)....................................................................  72
Revolução através da educação...........................................................  74
Responsabilidade Familiar.................................................................   76
Responsabilidade Escolar..................................................................   78
Responsabilidade Religiosa................................................................   80
Responsabilidade Jurídica..................................................................    81
Responsabilidade da Mídia................................................................    83
Arrocho salarial é fruto da política compensatória............................    84
Bonificação por resultados.................................................................    86
Porque somos contra o bônus de resultados.......................................   88
Currículo e avaliação.........................................................................    91
Conclusão...........................................................................................   93














Capítulo I

Caos na
Escola pública
paulista






















Caos na escola pública paulista (Parte I)
         A sala de aula, até os anos sessenta, era local de aprendizado quase sagrado, onde se produzia consciência, saber, respeito, preparação para o trabalho e, acima de tudo, cidadania.
         Lembro-me com saudades da escola pública. Havia um ritual quase sacrossanto. Diariamente, cantava-se o Hino Nacional e músicas variadas, declamavam-se poesias, eram feitas dramatizações e cultuavam-se os heróis da Pátria.
         Quando o professor, o diretor ou o inspetor Escolar entrava numa sala de aula, os alunos se levantavam para receber a autoridade. O mestre era respeitado. Recebia salários condizentes com a sua formação.
         Os pais acreditavam na escola. Qualquer ato de indisciplina era tratado dentro dos regimentos escolares. Havia previsão de advertência, suspensão, transferência compulsória e expulsão. Houve períodos em que alunos repetentes por dois anos consecutivos não poderiam mais estudar na escola pública.
         Havia prêmios para os melhores alunos. A escola era respeitada, era o centro das atenções dos pais, alunos, professores e autoridades.
         Os alunos com problemas de adaptação à escola eram acompanhados por profissionais competentes.
         Os professores tinham total apoio da direção, da comunidade e das autoridades para exercerem a docência.
         Muitos pais, quando chamados para ajudar na orientação dos filhos por motivos disciplinares, eram duríssimos com as crianças e os adolescentes, ou seja: ninguém podia atrapalhar o desempenho dos alunos que desejavam aprender.
         O aluno terminava o secundário e estava apto para cursar as melhores universidades do país. A escola exigia, era dura, mas aqueles que desejavam aprender atingiam seus respectivos objetivos.
         A escola começou a ser destruída a partir de Paulo Maluf. Os salários dos mestres foram reduzidos à metade, inicialmente. Para corrigir as perdas entre Maluf e o presente (2009) é necessário um reajuste de 250%! É o primeiro indicador de que a escola foi abandonada.
         O professor era a imagem a ser perseguida pelos educandos.
         Hoje (2009), infelizmente, reina o caos total. O docente não possui apoio de ninguém. Se alguma coisa, ainda funciona, é graças ao destemido professor. Tudo é contra ele, mas faz o possível para desempenhar seu trabalho.






         Hoje não existem mais os regimentos. As mentiras, bem como os desvios de conduta, não são analisados. Tudo precisa ser resolvido pelo professor. Isto é impossível! A função do professor é ministrar aulas. Não pode, em hipótese alguma, substituir a família, as igrejas e outros profissionais que ajudam na formação e solução dos problemas das crianças e adolescentes.
         O professor está só. Seu trabalho, antes valorizado e respeitado, hoje está totalmente abandonado por autoridades e sociedade.
         É preciso, urgente, a formação de uma cruzada para recuperar a escola pública e para garantir nosso desenvolvimento.
É necessária uma volta, paulatina, ao ensino tradicional para recuperação da qualidade do ensino através da recuperação da imagem do professor.
         Podemos afirmar que as imagens formativas de muitas crianças e adolescentes é a dos traficantes de drogas. Só não vê, quem não quer...

































Caos na escola pública paulista (Parte II)
     O projeto educacional dos governos Covas, Alckmin e Serra proporcionou uma desgraça à escola pública: as medidas foram desastrosas.
     Desde o início do governo Mário Covas, a APEOESP faz críticas construtivas. Desta forma ousa, mais uma vez, mostrar as causas do caos existente na escola pública paulista.
     As medidas estruturais, para fins de economia, trouxeram o caos reinante.
      Os governos destruíram um sistema escolar exemplar com medidas neoliberais buscando fazer economia nos investimentos.
     O que fizeram os governos Covas e Alckmin? a) Separaram os alunos por faixa etária; b) Separaram os irmãos mais velhos dos mais novos; c) Juntaram alunos de várias escolas; d) Alunos violentos se juntaram; e) A violência escolar aumentou geometricamente; f) A separação foi para facilitar a municipalização; g) Desempregaram dezenas de milhares de professores; h) Fecharam escolas em muitas cidades; i) A redução das aulas da grade curricular, também, desempregou dezenas de milhares de professores; j) Acabaram com as aulas das disciplinas Filosofia, Sociologia e Psicologia no Ensino Médio; k) O trabalho pedagógico foi banalizado; l) A aula, medida em “hora-relógio”, tornou-se um pesadelo para o docente; m) Fizeram uma maquiagem nos salários dos professores; n) A questão salarial foi, repetidas vezes, objeto de processos na justiça; o) O salário não recebe reajuste linear desde o início do governo Covas; p) A amplitude entre o menor e o maior salário foi reduzida; q) A reestruturação na carreira do magistério realizada em 1997 foi um desastre para os mais antigos e para os aposentados; r) Não houve valorização do magistério como mandava a lei do FUNDEF e, hoje, a do FUNDEB; s) O módulo de funcionários foi reduzido; t) O salário do magistério ficou defasado; u) Os salários dos mestres estão entre os piores do mundo; v) O trabalho docente é cada vez mais difícil; x) As autoridades educacionais se tornaram cada vez mais autoritárias e distantes dos professores; y) Os projetos são elaborados nos gabinetes; w) Quando abrem o debate das questões, as sugestões não são consideradas; z) Tudo é feito através do monólogo, pois acabou o espírito democrático que reinava nas escolas; o professor perdeu sua autoridade; a liberdade de cátedra virou cumprimento de regras; e o diretor de escola atua como gerente e, em conseqüência, não consegue cumprir as funções pedagógicas e seu trabalho se tornou cada vez mais difícil.
     Os problemas apontados acima tornaram a escola um verdadeiro caos. Nossos valorosos companheiros fazem “das tripas, coração” para exercerem a mais nobre das funções: lecionar com dignidade.
     Nossa categoria precisa de valorização. Todos! Do servente de escola ao supervisor de ensino! Todos ganham salários defasados. São necessárias medidas urgentes para a recuperação da escola pública.
     Até quando teremos a incompetência e o autoritarismo na Secretaria da Educação?
























Caos na Escola Pública Paulista (Parte III)
         Esperamos que, neste pequeno texto, possamos externar as maléficas conseqüências da política educacional estabelecida há mais de dez anos pelo então governador Mário Covas, e mantida por Alckmin e Serra.
         A escola se torna cada vez mais problemática e, infelizmente até o momento, não há nenhum tipo de correção programada pelas autoridades.
         O resultado do atual projeto educacional é evidente: a) A promoção continuada virou automática; b) O aluno ficou sem estímulos; c) Provocou a irresponsabilidade; d) A falta de respeito aos mais velhos é evidente; e) A responsabilidade estudantil é cada vez mais frágil; f) O aluno estuda cada vez menos; g) É possível encontrar analfabetos funcionais entre os que concluíram o ensino fundamental; h) Alguns chegam ao curso superior sem nenhuma capacidade crítica; i) A escola está desacreditada; j) Nas avaliações realizadas por organismos internacionais, os alunos da escola pública brasileira ficam com os piores índices; k) Nas avaliações do MEC, chega-se à conclusão de que houve aumento quantitativo, mas perdas qualitativas; l) A indisciplina escolar é cada vez maior; m) lecionar se tornou uma atividade de risco; n) Uma parcela significativa da categoria perdeu o encanto com a profissão; o) Leigos e “palpiteiros” influenciam o destino da escola; p) O professor perdeu sua autoridade; q) Acabou a liberdade de cátedra; r) O diretor tornou-se um burocrata, não por opção, mas por coação; s) A maioria dos supervisores de ensino, autoridade indireta, tornou-se fiscal do governo para pressionar diretores e professores resistentes; t) Questões pedagógicas foram preteridas por calendários, semanas temáticas e quadros de horários; u) O sistema ficou autoritário; v) A interpretação das normas legais (leis, decretos e resoluções) é minuciosa; x) O autoritarismo fala primeiro; y) As reivindicações sequer são analisadas; w) A escola está um verdadeiro caos, com raras exceções.
         Deixamos claro que a responsabilidade pelo caos existente é da política adotada no projeto educacional dos governos Covas, Alckmin e Serra.
         Os membros do Magistério, bem como os alunos, são vítimas de um projeto que visa melhorar as estatísticas quantitativas em detrimento da qualidade do ensino.
         O professor é um forte. Luta contra a indisciplina, contra a violência escolar, contra a indiferença da sociedade, contra péssimos salários e contra a falta de instrumentos legais para lecionar com tranqüilidade.




Mentira tem pernas curtas!
         Os governos Covas, Alckmin e Serra usam a teoria da grande mentira através dos titulares da Secretaria da Educação, assim como repetem o discurso de FHC e Paulo Renato. Elaboram teorias, mostram projetos, conseguem financiamentos ou patrocínios de bancos e institutos internacionais. Enchem a mídia com a falácia de que a educação paulista está melhorando. Tudo para enganar os desinformados. Quantidade é qualidade?
         A APEOESP, mostra que o projeto educacional está equivocado. Para valorizar a educação paulista, em primeiro lugar, é necessário recuperar a imagem do professor, através da reposição das perdas salariais historicamente acumuladas. Além da maquiagem nos salários e da redução da amplitude entre o maior e o menor salário, os governos obrigam a aprovação dos alunos para sua exclusiva promoção pessoal e política.
         Os responsáveis pelo caos da escola pública brasileira se apresentam como líderes para nosso desespero.
         É bom recordar que antes de Luiz Ferreira Martins e de Paulo Renato na Secretaria da Educação paulista, o aluno da escola pública, após o antigo ensino secundário, era aprovado nos principais vestibulares do país. Hoje, isto é raridade. Quem são os culpados? Só não vê, quem não quer.
         A realidade: foi publicada em dezembro de 2004 mais uma divulgação dos resultados obtidos por alunos de 40 países. Os testes foram elaborados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).  O levantamento foi elaborado após uma prova realizada por 250.000 jovens, sorteados em escolas públicas e particulares, todos na faixa de 15 anos. Do Brasil participaram 4.400 alunos. A sofrível situação da educação brasileira está refletida nos resultados: Matemática – último lugar; Leitura – 37º lugar; Ciências – 39º lugar
         Ao implantar projetos Escola democrática, Escola para todos, Escola Nova os governos abandonaram os professores e a sala de aula. Não há como contemplar os alunos sem investimentos no professor.
Às vezes, encontramos leigos dando palpites e fazendo críticas comparativas com outros profissionais da sociedade brasileira. Quanta bobagem! O professor é o único que trabalha com a principal matéria prima da natureza, que são as crianças e adolescentes. Por que abandonam os professores? Será que é para continuar a política entreguista da elite brasileira?
         A soberania e o desenvolvimento se fazem com EDUCAÇÃO! Por que foi abandonada?





 A manipulação continua...
         “Parabéns” ao Governo do estado de São Paulo pela contínua manipulação dos dados da Rede Pública de Ensino para sua autopromoção. As medidas são circunstanciais e acompanhadas de muita propaganda.
         Vamos confirmar nossos argumentos com a seguinte retrospectiva:
         No início do governo Covas, a grade curricular era formada por 25 aulas, tanto no diurno quanto no noturno, além de três aulas de Educação Física fora do período; portanto, vinte e oito aulas semanais. Covas, através de muita propaganda, colocou as aulas de educação física no mesmo período e majorou para trinta aulas semanais. Medida aplaudida. Aumentou duas aulas por período.
         Em 1997, Covas fez uma reestruturação na carreira do magistério, bem como na grade curricular, prejudicando dezenas de milhares de professores, inclusive criando o maior desemprego de professores da história.
         Ou seja, através da Lei Complementar 836/97, ficou estabelecido que a nova grade curricular teria 25 aulas no diurno e 20 no noturno. Para enganar os leigos, estabeleceu que a aula de cinqüenta minutos seria de uma hora, sendo que o trabalho pedagógico continuaria de cinqüenta minutos. Fez uma engenharia para reduzir os salários, tanto dos professores ativos quanto dos aposentados. No espaço de tempo de trinta aulas semanais no diurno colocou vinte e cinco. No noturno, as vinte e cinco aulas foram reduzidas para vinte.
         Reduziu a amplitude (diferença entre o menor e o maior salário) de dez referências para cinco níveis. Com os recursos economizados com a dispensa de dezenas de milhares de professores, aumentou o salário inicial dos professores, mas, com a redução da amplitude, prejudicou os mais antigos e os aposentados.
         A APEOESP, na defesa dos professores e da escola pública, sempre reivindicou melhores salários para o magistério, bem como a volta da grade curricular de 30 aulas, tanto para o ensino fundamental quanto para o ensino médio.
         No final de cada ano, a Secretaria da Educação provoca redução das salas de aulas, bem como fechamento de escolas em muitas Diretorias Regionais de Ensino, além da ampliação do processo de municipalização, que acaba provocando a dispensa de mais professores.
 Após muitos anos de reivindicações, o então secretário da Educação, Gabriel Chalita, promoveu uma pesquisa junto aos diretores de escolas para ampliar a grade curricular de 25 para 30 aulas semanais no ensino médio.





         Não podemos esquecer que, durante os governos Covas e Alckmin, foi adotada uma política de redução de escolas e de salas de aulas e de transferência de alunos do ensino regular para tele-salas e supletivos, reduzindo, assim, mais uma vez, o número de professores. Tudo dentro dos parâmetros do neoliberalismo. A política foi de redução de gastos, que provocou a queda do ensino e o aumento da violência escolar.
         A ampliação de 25 para 30 aulas semanais no ensino médio é nossa reivindicação. Esperamos medidas que possam melhorar o salário do mestre, bem como uma política que valorize a qualidade do ensino e não o aspecto quantitativo.
         A APEOESP exige a valorização do magistério – conforme prevê a Emenda Constitucional que criou o FUNDEF, bem como a lei do FUNDEB – assim como a recomposição salarial no mesmo patamar de 1979.







































Capítulo II

Conflitos
e
reivindicações

































Recolocar a escola nos trilhos da história!
         A banalização da escola teve início no governo Paulo Maluf e foi agravada no governo Mário Covas, que contribuiu com a violência e com o crime organizado.
         Com Maluf, iniciou-se a monumental perda salarial e, a partir de Covas, a perda salarial se juntou com a promoção continuada, que se tornou automática.
         O diagnóstico completo da crise da educação já foi mostrado ao governo e à sociedade por mais de quatro décadas. Todos fazem discurso de prioridade da escola e, na práxis, destróem cada vez mais a principal instituição do progresso e do bem estar social.
         O principal objetivo da escola é desenvolver a responsabilidade do educando para a sociedade e para o trabalho. Este objetivo foi destruído ao longo do tempo com o abandono progressivo do principal agente da educação. Por quê?
         A recuperação da imagem do professor é fundamental para recolocar a escola nos trilhos da história.
         Antes desta fase, a escola praticava ações que minimizavam os desvios de conduta existentes. O professor ministrava suas aulas com tranqüilidade. Existiam alguns documentos básicos que eram cumpridos. Entre eles, podemos citar: Regimento Disciplinar, Código de Ética dos Alunos, Avaliação com reprovação.
         O equilíbrio principal estava no salário compensador e no respeito ao processo ensino-aprendizagem.
         Com o abandono desses documentos básicos, bem como a instituição da “promoção continuada que se tornou automática”, acabou a seriedade do processo de interação aluno-professor.
         Parece que as autoridades que tratam do assunto esqueceram-se de que o educando, para se defender, se torna mentiroso. Pratica violências contra colegas e contra professores. A prática mais comum é falar que o professor não explicou a matéria. Ora, dentro da atual situação de total ausência de valores, não há como motivar o aluno ao aprendizado escolar. O professor e o diretor, como vítimas do sistema, nada podem fazer. Quando tentam resolver alguns problemas de desvios de atitudes comportamentais, são chamados de incompetentes. Tudo está errado!







         As instituições (Família, igrejas e escola) não cumprem suas finalidades. A maior parte da culpa é do Estado.
A impunidade do meio escolar, a falta de responsabilidade do educando com seus trabalhos escolares, a promoção automática, a proteção incompetente do menor e do adolescente, tanto pela família quanto por autoridades, empurram, cada vez mais, parcelas da juventude para o crime organizado.
         Conhecemos professores que foram vítimas de sindicâncias e de processos devido a calúnias de alunos, pais e autoridades incompetentes, além de sofrerem vários tipos de violências dentro da sala de aula ou da escola.
         Para solucionar o problema da violência da sociedade e o enfrentamento do crime organizado, o primeiro passo é “recolocar a escola nos trilhos da história”. Com a valorização da escola, começando com a valorização do professor, reorganizando os regimentos das escolas, acabando com a promoção automática, aplicando orientações e penalidades, se for o caso, nos desvios de conduta, a conseqüência natural do processo será responsabilidade do futuro cidadão.
         Ao resolver o problema da escola estaremos fechando cadeias e penitenciárias.
        


















Vantagem Pessoal
         A vantagem pessoal existente nos demonstrativos de muitos pagamentos de professores e funcionários públicos, em vários níveis de poder, foi gerada na reengenharia adotada por Fernando Henrique Cardoso e seus seguidores para reduzir salários. Como estes são irredutíveis, fizeram novas tabelas, reduziram a amplitude das carreiras, chamaram referências de níveis, sempre no sentido de diminuir os salários ou proventos.
         No caso do magistério, a reestruturação da carreira realizada em 1997 pelo então governador Covas reduziu a tabela de vencimentos de dez referências para cinco níveis para professores e para quatro no caso dos especialistas.
         Nossa entidade protestou. Saiu da mesa de negociações quando notou que a intenção do governo era reajustar os salários iniciais com prejuízo dos mais antigos e dos aposentados.
         À revelia da APEOESP, o projeto de reorganização da carreira do magistério foi gerado nos gabinetes da Secretaria da Educação (Lei Complementar 836/97).
         Nossa entidade entrou com vários processos coletivos para defender os associados.
         A Constituição Federal determina que os salários não podem ser reduzidos. Na tabela do novo plano de carreira, os professores mais antigos e os aposentados teriam redução. Para contornar o problema, o governo Covas pagava esta diferença para menos dando à mesma a denominação de “vantagem pessoal”. Esta vantagem seria, porém gradualmente extinta.
         O Governo do Estado de São Paulo reduzia a “vantagem pessoal” por ocasião de pequenas correções no salário base do magistério. Expediente ilegal, mas dentro da reengenharia salarial do estado.
         Com a Lei 958/04, acatando a pressão da APEOESP e do Judiciário, o Governo do Estado mandou pagar os atrasados da “vantagem pessoal”, bem como recolocou os valores nos níveis em que foram gerados.
         Outras distorções da lei, com violação do Estatuto do Magistério e da Constituição Federal, continuam na mira da APEOESP, bem como do Judiciário. Apenas para citar uma delas, na época reduziram o patrimônio do aposentado ao mandar recalcular as horas da jornada complementar. A redução, no caso, chegou a 20% dos direitos. Esperamos justiça! Nosso aposentado não pode continuar como “bode expiatório”. Merece respeito das autoridades. Para nossa felicidade, algumas ações já foram vitoriosas, inclusive mandando pagar a diferença desde 1998.







 Tudo de cima para baixo!
         Mais uma vez, tudo de cima para baixo. Já denunciamos muitas vezes: “O projeto educacional do Estado de São Paulo está errado”. A Secretaria da Educação, bem como a sociedade, não quer ouvir.
         A mesma equipe, com pequenas alterações, faz os projetos da Secretaria da Educação, sempre com a mesma estratégia: estabelece farta propaganda para desmoralizar o magistério e em seguida anunciar medidas ditatoriais. A grande imprensa, por causa das verbas publicitárias, fica ao lado do governo.
         Desafiamos: vá até a escola. Converse com professores e alunos. Verifique as condições de trabalho do professor. Verifique o salário do professor. Depois faça seu juízo de valor. Quem é o culpado pelo fracasso da Educação do Estado de São Paulo?
         Desde o governo Mário Covas que a coligação PSDB/DEM manda no nosso estado e em grande parte do Brasil. Adota a política do “Estado mínimo” Faz economia onde deveria fazer investimentos.
         Quais foram às causas do atual quadro dramático da educação do nosso Estado? Qualquer leigo pode entender, no aspecto salarial: a) A Lei Complementar 836/97, criada pelo governo Mário Covas, fez uma reengenharia na carreira do magistério, que prejudicou a maioria dos professores ativos e aposentados; b) A amplitude, que era de dez referências, foi reduzida no novo plano de carreira para cinco níveis; c) Para não reduzir salários dos mais antigos, o governo foi obrigado a estabelecer uma gratificação chamada de “vantagem pessoal”.
 No aspecto pedagógico, adotou condução totalmente equivocada: a) Criou a promoção continuada; b) Promoção por faixa etária; c) Pressão sobre os professores para promoverem os alunos; d) Acabou com a autoridade do Conselho de Classe e Série; e) A promoção tornou-se automática; f) A recuperação passou a ser apenas para melhorar as estatísticas; g) salas superlotadas; h) Houve recuperação com um único tema para todas as classes e séries; i) Estimulou a indisciplina e a violência; j) Acabou com a responsabilidade do educando.
Na imagem do Professor:
a) O professor foi abandonado na sala de aula; b) Não recebe nenhum apoio para resolver os problemas da disciplina e da violência; c) A imagem do professor foi desgastada ao longo dos governos do PSDB/DEM; d) Pelo abandono e péssimas condições de trabalho, muitos professores recorrem a tratamentos psicológicos, psiquiátricos e até de neuroses, etc.





Imagem da Escola:
a) Não recebe o respeito dos pais e alunos; b) Não produz o sonho desejado de “estudar para ter um melhor futuro”; c) Não é o ambiente democrático para se produzir cidadãos; d) A escola ao invés ministrar conteúdos, cumpre tarefas determinadas pela Secretaria da Educação.
Tudo foi elaborado de cima para baixo, sem qualquer consulta aos professores, às entidades ou à própria comunidade estudantil.
Parece incrível que insistam no mesmo projeto pedagógico. Mais uma vez querem culpar os professores pelo fracasso da escola.
Será que poderiam responder: a) Por que não adotam outro projeto pedagógico? b) Por que não consideram como investimento as despesas com a educação? c) Por que não respeitam o trabalho do professor?  c) Por que não oferecem apoio ao trabalho do professor? d) Por que não capacitam o professor para cuidar dos alunos com necessidades especiais? e) Por que não chamam as entidades para ajudarem num projeto laico, democrático e competente?
Infelizmente, enquanto a Secretaria da Educação continuar adotando medidas antidemocráticas no apagar das luzes de um ano letivo, sem nenhum tipo de diálogo com professores, bem como com as entidades, tudo levará ao fracasso das medidas anunciadas. Parece que ninguém do PSDB/DEM, do governo ou entre as autoridades da Secretaria da Educação leu, ou pelos menos viu, um resumo da “Teoria da Mudança”, tendo em vista que desde Covas as mudanças foram todas para pior. Só não vê, quem não quer.
O professor e a escola pedem socorro!



















Violência Escolar
         É inacreditável! As entidades do Magistério fazem suas pesquisas com responsabilidade, apresentando resultados estarrecedores! O governo, bem como a sociedade organizada, não tomam nenhuma providência para corrigir as distorções.
         Desde a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente estamos alertando para o fato de que medidas complementares são necessárias.
         Entretanto, a política educacional do PSDB/DEM criou a aprovação continuada que, na prática, tornou-se aprovação automática.
         O Estatuto da Criança e do Adolescente, sem medidas complementares à política educacional, terminou por estimular a violência no ambiente escolar nos últimos vinte anos.
         Do nosso ponto de vista o Conselho Tutelar e o Ministério Público deveriam atuar junto com a escola para conter a violência, bem como contribuir para a adoção de medidas que possam ajudar na solução dos problemas.
Educandos menores de 12 anos que praticam atos violentos, bem como os respectivos pais ou responsáveis, precisam receber orientações ou penalidades pelas transgressões disciplinares. 
         A Secretaria da Educação aparece nos momentos em que a violência se torna de conhecimento público para dizer que são fatos isolados e que está providenciando medidas para conter os problemas. Parece omissão deliberada.
         Queremos deixar claro: não há necessidade alguma de novas providências. É necessário aplicar o Regimento Escolar, ainda vigente, e que seja restabelecida a autoridade do Conselho de Classe e Série para julgar a aprovação ou retenção.
         O Estatuto da Criança e do Adolescente precisa ser reformado com a introdução de dispositivos que possam imputar responsabilidades aos pais, bem como aos alunos transgressores.
         Qualquer tipo de violência verbal ou física deve ser, imediatamente, penalizada pela Escola.
O vandalismo que aconteceu na Escola Estadual Amadeu Amaral, no Bairro Belenzinho, em São Paulo, no ano de 2008, foi uma amostra da violência escolar. Vinte policiais militares foram enviados à escola para conter o vandalismo de 120 alunos que, praticamente, destruíram o 2º andar do prédio escolar, onde móveis eram jogados, bem como os vidros eram quebrados.
         Só não vê, quem não quer: os alunos estão sem controle dentro de muitas escolas. Os transgressores da disciplina não recebem orientação, seguido de punições educativas, quando é o caso.
         A criança ou adolescente que comete ato de violência dentro do ambiente escolar e não sofre nenhum tipo de penalidade se torna adulto com séria deformação de caráter.
         O educando sem formação ética e moral se torna presa fácil do crime organizado.
         Os professores, a equipe gestora, bem como os funcionários das escolas são vítimas constantes das agressões de educandos, que não trazem valores familiares, morais, éticos ou religiosos para dentro da escola. Isto não pode continuar. 
         A família está deixando tudo para a escola. Isto é errado. A escola ministra aulas e transmite conhecimentos. A educação familiar não pode ser substituída.
         Estamos conclamando o governo, bem como a sociedade civil organizada, para encontrarmos caminhos que possam minimizar a violência reinante nas escolas.































Por que “Geraldo” Alckmin perdeu as eleições?
Advertência para José Serra! (Parte I)
                   Numa entrevista como candidato ao Governo do Estado de São Paulo na TV Cultura, no programa que é apresentado por Heródoto Barbeiro, José Serra foi enfático ao responder sobre os salários dos professores. Disse: “O Professor do Estado de São Paulo ganha muito bem”. Acredito que a maioria dos professores não ouviu tamanha barbaridade! Ganhou as eleições. É governador.
                   No caso de Alckmin, não foi feliz porque encarna 12 (doze) anos de mentiras na área educacional. Na era da Internet, o país inteiro fica sabendo, de fato, o que ocorre no Estado de São Paulo.
                   A propaganda eleitoral foi magnífica. Os publicitários estão de parabéns! Só não contavam que estavam pregando mentiras que facilmente seriam destruídas! A teoria da grande mentira para se tornar verdade não deu certo.
                   Muitos professores da rede estadual de ensino que vivenciaram as práticas do governo Geraldo Alckmin ficaram indignados e passaram a destruir, diariamente, as mentiras deslavadas da propaganda eleitoral, inclusive pela Internet, para outros estados.
                   O funcionalismo do Estado de São Paulo, considerando ativos, aposentados e pensionistas, correspondem a mais de dois milhões. Somando suas respectivas famílias, mais de cinco milhões de votos que, na maioria, ficaram contra Geraldo Alckmin. Serra salvou-se porque nas eleições de 2006 não foi identificado com a prática histórica do PSDB/DEM.
                   Fernando Henrique Cardoso, Covas, Alckmin e Serra foram líderes que provocaram grandes perdas ao funcionalismo, aos trabalhadores, aos aposentados e aos professores, em particular.
                   Nosso povo não possui cultura política, mas percebeu que votar em Alckmin seria reativar o “monstro” devorador dos salários.
Para constar vamos citar alguns exemplos da indignação:
a) A Emenda Constitucional nº 14 foi criada para valorizar o professor. De 1998 ao presente (2009) a verba aumentou 244%. O salário do professor da ativa aumentou 84.33% valendo as gratificações. O professor aposentado ficou com 60,96%. Onde foram parar os outros 159,85%? A EC 14 determina que 60% da verba do FUNDEF deveria ser destinada para pagamento do magistério. No mínimo, suspeita-se de enormes desvios das verbas. No ano 2000 ficou provado, com a CPI da Educação, que houve desvio de 4,1 bilhões de reais; b) Alckmin falava em melhorar a qualidade do ensino publico. Como, se é o responsável pela continuidade da aprovação automática? Muitos chegam ao ensino médio sem os conhecimentos mínimos. Culpar os professores é tapar o sol com a peneira; c) Alckmin vetou o projeto que visava acabar com a superlotação das classes; d) As escolas de tempo integral de Alckmin são outra mentira. Foram implantadas, com fins eleitorais, sem nenhum planejamento e desprovidas das condições estruturais mínimas para funcionarem adequadamente; e) O candidato falava em criar um piso salarial nacional para o professor. Como? No estado de São Paulo nunca recebeu a nossa entidade! O magistério não recebeu sequer a valorização prevista na EC 14! Tudo soava como mentira. f) Em seu programa eleitoral no rádio e na TV, Alckmin se derramou em homenagens aos professores. Entretanto, sabemos muito bem, que cada pequeno avanço, nos últimos anos, foi conquistado com muita luta pelos professores e pelas entidades representativas. Nada foi concedido pelo governo, que se manteve de costas para as reivindicações do magistério.
Para concluir, esperamos que o governo José Serra seja mais humano e que não adote a mesma postura das lideranças históricas do PSDB/DEM. O funcionalismo e os professores, em particular, merecem respeito e valorização.






























Por que “Geraldo” Alckmin perdeu as eleições?
Advertência para José Serra! (Parte II)
                   Pretendemos mostrar outros motivos que provocaram a derrota de          Alckmin:
a) Alckmin falava em contratar professores, mas pretendia demitir 130 mil professores temporários em 2005. Só não executou seu intento ao ver um ato público seguido de gigantesca passeata dos mestres; b) Falava em investimentos na educação, mas seu governo empurrou para os municípios centenas de escolas de ensino fundamental, prejudicando dezenas de milhares de professores e funcionários; c) Prejudicou os professores aposentados, bem como os funcionários inativos; d) Outra inverdade contada pelo candidato foi a Escola da Família, que mantém nas escolas nos fins de semana. O projeto não conta com profissionais capacitados para desenvolverem as atividades. É baseado no voluntarismo e nos monitores (estudantes universitários com bolsas pagas pelo governo estadual em faculdades particulares) que se queixam da jornada estafante e da falta de apoio e treinamento; e) O autoritarismo foi a característica marcante do governo Alckmin. Sua gestão impediu a participação da comunidade escolar nos destinos da educação, sufocando toda e qualquer possibilidade de uma gestão democrática na rede estadual de ensino; f) O aumento da violência escolar não foi combatido; g) O trabalho pedagógico não foi valorizado; h) O professor foi abandonado na sala de aula; i) Nos testes internacionais, nosso país ficou com os piores resultados do mundo; k) Os salários dos professores do Brasil são os piores do mundo; l) Alckmin nada fez para melhorar a situação dos professores paulistas; m) As políticas que foram adotadas por Fernando Henrique Cardoso, Covas e Alckmin na área educacional não passaram de marketing para enganar a população, bem como professores menos avisados; n) Não podemos nos esquecer de que Geraldo Alckmin era o chefe da privatização do Estado de São Paulo o) Para concluir, parece que Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas e Geraldo Alckmin plantaram a semente da revolta na mente dos trabalhadores e dos professores. Como acreditar numa escola que reduziu, paulatinamente, a sua qualidade?
Esperamos que o Governo José Serra leia este documento e chame a APEOESP para conhecer a realidade da escola pública paulista.
A máquina da Secretaria da Educação deve ser revista. A continuidade da mesma política levará o atual governador para a mesma situação de Alckmin: derrota como candidato a presidente.
São Paulo deve ser exemplo real para nosso país e não objeto de aplicação da teoria da grande mentira.



Por que “Geraldo” Alckmin perdeu as eleições?
Advertência para José Serra! (Parte III)
                   Pretendemos concluir mostrando outros motivos da derrota de Alckmin:
a) Na era da informática, a memória do povo brasileiro não se restringe aos oito dias. Podem durar vários anos, quando a experiência não for satisfatória; b) Alckmin foi vice de Covas e incorpora o fantasma da mentira na área educacional; c) Covas e Alckmin, quando assumiram o primeiro mandato de governo, encontraram na rede estadual uma grade curricular com 28 aulas, sendo 25 num período e três aulas de Educação Física no período contrário; d) Como objeto de propaganda, trouxeram a educação física para o mesmo período e aumentaram mais duas aulas; e) Fizeram incansável propaganda de que aumentou de cinco para seis aulas diárias; f) Criaram a promoção continuada, que se tornou automática; g) Os mestres passaram por todo tipo de pressão para a aprovação dos alunos; h) A pressão foi para aprovação e nunca para a melhoria das aulas; i) O mestre passou a ser o culpado pela falta de aproveitamento dos alunos; j) A indisciplina escolar aumentou geometricamente; k) Fizeram uma reforma no plano de carreira que beneficiou os professores iniciantes e prejudicou os mais antigos; l) O plano de carreira do magistério que era formado por dez referências foi reduzido para cinco níveis; m)Excluiram as promoções na horizontal que existiam no plano anterior; n)Para não reduzir os salários, o governo Mário Covas instituiu a “vantagem pessoal” para os mais antigos, para ser absorvida em reajustes futuros; o) Prejudicaram até o “direito adquirido” dos professores aposentados; p) O salário do professor paulista está muito abaixo do necessário; q) Fizeram planos equivalentes para outras categorias do funcionalismo; r) Por outro lado a propaganda da ética no governo, deu certo na propaganda histórica dos petistas, mas no PSDB, parecia plástica; s) O governo Covas e Alckmin sofreram mais de 70 (setenta) pedidos de Comissões Parlamentares de Inquérito na Assembleia Legislativa, por suspeitas de desvio de verbas; t)A única instalada, que foi a da educação, no ano 2000, provou o desvio de 4,1 bilhões de reais. Ética? Como? Telhado de vidro é telhado de vidro u) A imprensa mostrou apenas alguns escândalos, como o uso das verbas da Nossa Caixa para fins de propaganda; v) O escândalo dos vestidos da primeira dama; y) As outras Comissões Parlamentares de Inquérito (CDHU, Calha do Rio Tiete, Rodoanel etc) ficaram na gaveta do Presidente da ALESP;



w) Até hoje ninguém sabe quem são os verdadeiros detentores das concessões dos pedágios do estado de São Paulo; suspeita-se que sejam empresários ligados ao PSDB e ao DEM; z) As privatizações de Covas e Alckmin foram para quem? aa) “Geraldo” não conseguiu mostrar as diferenças entre os projetos do PSDB e do PT; bb) A segurança pública do Estado de São Paulo não recebeu os investimentos necessários; cc) Os policiais recebem um dos piores salários do Brasil; dd) Por último, quando se compara à corrupção denunciada pela revista Veja durante o governo FHC e durante o governo Lula o PSDB fica com a taça de campeão. A memória do brasileiro parece que melhorou.
Esperamos que o Governador José Serra faça uma profunda reflexão sobre a história do PSDB, sobre a organização da máquina do governo e sobre a política salarial do funcionalismo.
É necessária a substituição da maior parte dos quadros que não transmitem a realidade aos caciques tucanos.
O autoritarismo da Secretaria da Educação (projetos de gabinete), que provocou o isolamento em relação às entidades representativas, é o responsável pelo fracasso da política educacional do Governo do Estado de São Paulo.
É necessário um governo que atenda as reivindicações do magistério. A máquina da Secretaria da Educação deve ser revista. Se quiser sucesso, precisa trocar os funcionários de confiança por pessoas democráticas que saibam negociar com as entidades.
Para concluir, esperamos que o governo José Serra seja mais humano e que não adote a mesma postura das lideranças históricas do PSDB. O funcionalismo e os professores, em particular, merecem respeito e valorização.
Este texto não é para agredir. É apenas para mostrar porque Geraldo Alckmin perdeu as eleições, e para que seja uma advertência para José Serra, governador do principal estado do Brasil. 














Falácias, verdades e maldades!
         O Governador Geraldo Alckmin e o Secretário da Educação, Gabriel Chalita afirmaram, na época, que aumentaram o salário do magistério. Tudo não passou de falácias que devemos esclarecer:
         a) antes do governo Mário Covas, as escolas funcionavam com vinte e oito aulas semanais (três de educação física no período contrário) e vinte e cinco aulas semanais no noturno.
No antigo ciclo básico (primeira e segunda séries) havia trinta aulas semanais.
         No primeiro momento, para fins de propaganda, o governo Mário Covas adotou trinta aulas em todas as séries. Na realidade aumentou apenas duas aulas por semana.
         No segundo momento, o governador Mário Covas cometeu uma maldade na educação pública. Estabeleceu um plano de carreira de cima para baixo, mandando que as novas jornadas de trabalho fossem ampliadas em tempo de trabalho, diminuídas em salários e reduzidas em trabalho pedagógico. Como foi possível tamanha engenharia?
         Os técnicos da Secretaria da Educação, na época, formularam o projeto da Lei Complementar  836/97, com as seguintes modificações:
A aula de cinqüenta minutos teria a duração de uma hora;
O trabalho pedagógico foi previsto para 50 minutos;
Passou a haver dez minutos para troca de professor entre as aulas (alegavam que instituiriam a sala ambiente para as diversas disciplinas);
Com essa engenharia, no espaço de tempo em que eram ministradas seis aulas, fixaram cinco aulas no diurno e quatro aulas no noturno.
         A medida draconiana da Secretaria da Educação acabou com o emprego de dezenas de milhares de professores não efetivos.
         Na verdade, diminuiu-se o trabalho pedagógico.
         O plano de carreira estabelecido na época melhorou parcialmente o salário base e prejudicou os mais antigos. Muitos não tiveram nenhum tipo de reajuste. Para não sofrerem diminuição salarial, o governo lhes concedeu uma vantagem pessoal, com previsão de desconto em futuros reajustes da categoria.










         b) Os maiores prejudicados foram os aposentados:
A Lei Complementar 836/97 determinou que a jornada de trabalho, base de cálculo para os proventos, fosse diminuída da seguinte maneira: o número de aulas, considerado na aposentadoria, deveria ser multiplicado por 50 minutos e dividido por 60 minutos, ou seja, todo aposentado perdeu parte significativa da sua base de cálculo. Reduzindo assim, seus proventos.
c) A maldade do governo Geraldo Alckmin foi dar continuidade à política salarial do governo Covas (gratificação de 5% de reajuste). No caso do Bônus, cometeu inconstitucionalidades ao pagar o benefício apenas aos ativos.
         O Parágrafo 4º do Artigo 40º da Constituição Federal estabelece: “Os proventos da aposentadoria serão revistos, na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria, na forma da lei”.
         A APEOESP, na defesa dos associados aposentados, pleiteia na Justiça, através de processo coletivo, que os Bônus sejam extensivos aos aposentados na forma prevista na Constituição Federal.
Este texto foi elaborado para que se restabeleça a verdade e a justiça!





























Capítulo III

Correlação de forças






Publicado como opúsculo


























O professor e a consciência de classe
Há uma afirmação da sociologia, de conhecimento público, que estabelece: "Só a classe representada com eficiência junto ao poder político possui condições de melhorar seu nível de vida".
Além das greves, o problema da escola pública deve ser equacionado, também, sob outra perspectiva. A estratégia é a política, a correlação de forças se faz no concreto, dentro das casas legislativas e no seio do próprio governo. Na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, há dois Deputados (Roberto Felício - PT e Carlos Giannazi - PSOL) para defenderem, na linha de frente, essa imensa categoria. É claro, existem Deputados Professores, mas estão a serviço de outros segmentos da sociedade paulista. São verdadeiros lacaios. Só se lembram do magistério na época das eleições.
Apenas alguns Deputados da esquerda, de fato, representam o professorado, mas poucos sabem como enfrentar o poder do corporativismo de outros setores (Fiesp, banqueiros, latifundiários, exportadores, empresas estatais e multinacionais etc)!
Só existem dois caminhos para o magistério continuar na luta por melhores condições de vida: através de suas instituições de classe e aumentando sua representação política, até atingir um número significativo de parlamentares oriundos da categoria.
O magistério foi despolitizado no decorrer dos últimos quarenta anos. À medida que diminuía a representação política, a categoria perdia em salários, até que foi enquadrada nos reajustes gerais do funcionalismo, daí por diante, até a subsistência está ameaçada.
Ora, é absurdo colocar o trabalho intelectual de um professor no mesmo nível das outras categorias. O único que trabalha com matéria prima em formação é o professor que, às vezes, é auxiliado pelo médico. As outras categorias com todo o respeito produzem ou manipulam objetos materiais que jamais se comparam com a formação da criança e do adolescente.
Existe outra afirmação: "Quem resolve os problemas da categoria é a própria categoria", portanto é hora do professor...parar, pensar e agir politicamente, no sentido coletivo e corporativista.
A Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo possui 94 deputados que representam as forças vivas da sociedade paulista.
Nessa representação existem velhas raposas que negociam os orçamentos públicos antes do esboço inicial.
Quando não existe representação do magistério, este fica com a sobra.  Quando sobra.
Pergunta-se: como melhorar o nível de vida dos docentes? E, conseqüentemente, das suas aulas?
A única resposta plausível é a categoria se politizar, caso contrário perderá espaço até desaparecer no caos econômico reservado aos conformistas e despolitizados.
Como se politizar?
O professor possui influência sobre a formação do homem contemporâneo, e, se usar esse espaço com sabedoria política, produzirá uma categoria imbatível.
Os professores precisam de se identificar com os problemas locais, transformando-se em agentes das críticas e das soluções.
O professor deve participar de reuniões mensais das associações da sua área de influência (comunidade escolar) para, num segundo momento, usar seu prestígio em favor de candidatos da Educação.
Ao mesmo tempo, para se politizarem, os docentes devem de participar dos Diretórios Políticos de sua preferência, para conhecerem, na prática, onde estão os verdadeiros defensores da escola pública.
Cada Diretoria de Ensino possui mais ou menos setenta escolas, com uma clientela familiar de mais de trezentos mil eleitores. Portanto, em teoria, é possível eleger um Deputado "Professor" por Diretoria de Ensino.
Colegas do nosso cotidiano acreditaram que, disseminado as promessas do Palácio dos Bandeirantes, teriam a redenção da escola pública. Muitos, infelizmente, não sabem que, para governar, é estabelecida uma correlação de forças entre o executivo e o legislativo para formar o espaço administrativo e, conseqüentemente, desenvolver um plano de governo que, na maioria das vezes, foi negociado com as forças econômicas à revelia do povo.
Mesmo após verdadeiras barbaridades tais como: divisão das escolas por faixa etária (concentrou a violência nas escolas dos alunos maiores); dispensa de sessenta mil professores; criação da avaliação dos docentes e dos funcionários; implantação da reforma da carreira do magistério (executaram uma maquiagem nos salários e nas jornadas de trabalho docente para enganarem a sociedade e até professores desatentos) e a imposição da municipalização de muitas escolas estaduais havia muitos professores trabalhando na segunda campanha do Mário Covas, do Alckmin e do Serra.  Por quê?
A categoria precisa compreender que eleger um governador que tenha boa vontade para com o magistério não é suficiente para mudanças significativas. É imprescindível a eleição de uma bancada de professores em quantidade e qualidade, para exigirem o cumprimento dos compromissos de campanha, ou seja, na sociedade tudo é uma troca. Na verdade, o magistério não possui uma bancada de Deputados para negociarem com o executivo na ação diária da Assembléia Legislativa.
O magistério exige melhores salários. Nada mais justo. Foram compromissos dos candidatos. Para atender a esta justa reivindicação, o governo, se quiser, terá que passar sobre as velhas raposas, que sabem negociar os orçamentos para atender a outros compromissos. Isto é quase impossível!
Pergunta-se: que poder de pressão possui o magistério paulista?  Elege poucos Deputados quando, em teoria, seria possível eleger um por Diretoria de Ensino!
Certa vez ouviu-se o relato de um diretor de escola da Zona Leste da capital paulista que dizia: "Trabalho em prol da campanha de fulano de tal, porque possui uma empresa de ônibus que facilita as excursões da minha escola".
Acreditamos que esse tipo de profissional nunca leu um texto político, pois estava fortalecendo a categoria dos empresários em prejuízo da sua.
Agora o magistério só possui uma saída: mobilizar a consciência política da categoria.
Isso é muito difícil. O magistério precisa saber que o poder político é decorrente da representação nas casas legislativas e no seio do próprio governo. Quanto maior for a representação política do magistério, maiores serão os recursos para o setor.
Qualquer promessa ao magistério que não demonstrar o jogo político da correlação de forças, será pura demagogia.
O professor, no sentido sociológico da luta de classes, precisa ocupar o espaço político com qualidade e quantidade, para se tornar à balança da Assembléia Legislativa. Isso é quase impossível, mas é a única solução para os problemas do magistério paulista.
















 



               Magistério: consciência em si e para si

Nos últimos quarenta anos, os professores da educação pública foram às ruas com abaixo-assinados, debates, atos públicos, passeatas e greves. Sempre contaram com o apoio da população e da comunidade escolar.
Os resultados, embora tímidos, foram satisfatórios. O magistério enfrentou os governadores desde 1978, no sentido de manter o nível salarial e educacional da escola pública.
Ainda hoje, (2009) o magistério enfrenta a política neoliberal que trouxe enorme arrocho salarial, mas junto com o trabalho da APEOESP, conseguiu um dos melhores salários da escola pública do país, embora estejam ainda muito abaixo do salário dos professores federais e de alguns estados.
Em alguns estados, onde não há entidades combativas, há salários de professores, inferiores às vezes, ao salário mínimo.
O magistério, através das entidades de classe, precisa tomar consciência da sua força coletiva. No entanto, ainda é força em "si", isto é, consciência de que somos educadores, que somos mais de 200.000 profissionais da rede pública de ensino em São Paulo, que formamos uma força capaz de abalar a tranqüilidade daqueles que achataram os nossos salários.
A consciência do magistério chega ao ponto que ninguém aceita o velho chavão "Não há verbas". Todos sabem que as verbas existem, o que falta é decisão política.
Com a consciência esclarecida, só poderemos desempenhar um papel significativo com salários compensadores, férias e recessos tradicionais do pessoal docente.
A nossa consciência deve trabalhar para "si". É inegável, o nosso trabalho é de cunho social e formativo, portanto, é hora de usarmos nosso espaço profissional.
Vamos transformar nossa consciência, de simples educadores, em consciência de educadores politizados.
A nossa força é incalculável! Não há no estado democrático nenhuma categoria com o nosso potencial!











O magistério e o espaço político
A força do magistério é incalculável. No estado democrático não existe nenhuma categoria com o nosso potencial.
Somos mais de 200.000 educadores, além de 40.000 funcionários das escolas.
Em teoria, se cada educador se transformar no pequeno cabo eleitoral de um candidato a Deputado Estadual, pode em nível familiar, obter no mínimo, mais quatro votos para os candidatos oriundos do magistério ou a serviço da escola pública (cuidado com a demagogia).
Em teoria, 200.000 educadores vezes cinco, teremos 1.000.000 de votos, mais os votos dos funcionários das escolas e respectivas famílias, o cálculo chega a 1.500.000 votos. É uma quantidade tão grande que elege mais de vinte deputados estaduais.
Essa é a maior força do país. Infelizmente, até o momento, não foi explorada no sentido de transformar-se numa força representativa nos espaços políticos.
A nossa categoria só obterá maturidade política, quando eleger um número significativo de deputados que consigam mudar a relação de forças da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, bem como do Congresso Nacional.





















Escola pública: ocupação de espaços
Há muito tempo à humanidade condenou o corporativismo decorrente do fascismo italiano. Acontece que os trabalhadores organizados através dos sindicatos e respectivas centrais sindicais são combatidos pelo poder central e pelos grupos corporativos (banqueiros, Associação Comercial, FIESP-CIESP, exportadores, latifundiários, estatais e multinacionais). Corporativismo só dos setores mais poderosos?
Os trabalhadores da Escola Pública estão organizados em sindicatos (APEOESP, AFUSE, UDEMO, APASE) e na Confederação Nacional dos trabalhadores da Educação (CNTE), além de associações como o CPP e a APAMPESP. Estão organizados, mas infelizmente não são politizados. O coletivo possui consciência em si (todos são educadores), mas não age para si (ocupação dos espaços).
A sociologia mostra que o avanço da consciência está na ocupação de três espaços: sindical, político e administrativo.
O espaço sindical é o trabalho que a APEOESP faz desde 1978, organiza, lidera e defende os interesses do magistério.
O espaço político é ocupado pelos partidos políticos que só será benéfico ao magistério, quando a categoria, corporativamente ou não, eleger uma bancada significativa de Deputados de qualidade e em quantidade para negociarem com o executivo.
O espaço administrativo (Secretários de Estado, Presidentes de Autarquias etc) é decorrente da correlação de forças existentes tanto na Assembléia Legislativa quanto no Congresso Nacional. O espaço administrativo é proporcional às forças existentes no espaço político.
Com apenas dois Deputados oriundos da categoria, o espaço administrativo do magistério é quase nulo. Os Deputados, fiéis à categoria, agem como grandes guerreiros, mas os corporativistas são mais poderosos.
É necessário combater o corporativismo dos poderosos! Embora isto seja quase impossível!
Antes de votar ou de se empenhar nas eleições de um político, os colegas do magistério devem conhecer a história do candidato. Verificar, principalmente, quais foram as suas atitudes com relação à escola pública.
Cuidado com os professores lacaios que só procuram a categoria na época das eleições. Os lacaios usam a categoria para ajudar no controle da sociedade e do modelo econômico. Não haverá distribuição de renda enquanto persistir a atual relação de forças dentro dos espaços sociológicos.
Para concluir, podemos afirmar que só haverá melhorias significativas na escola pública quando mudar a correlação de forças da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, bem como do Congresso Nacional. A relação existente nos últimos quarenta anos foi favorável ao acúmulo de riquezas nas mãos dos mais ricos.




A grande mentira do governo
         O Governo do Estado de São Paulo que não adotou, nos últimos doze anos, nenhum tipo de política salarial, propaga grandes mentiras no que se refere aos salários do magistério. Infelizmente, a mentira é tanta que acaba com sabor de verdade. É a velha teoria da Grande Mentira, aplicada pelos nazistas durante a segunda guerra mundial que continua fazendo vítimas importantes.
         A verdade é que o Governo do Estado de São Paulo, nos últimos quarenta anos, faz reformas e mais reformas na tabela dos salários do magistério, bem como do funcionalismo. Sempre com um objetivo: “gastar menos”. A falta de uma política salarial para repor as perdas, provoca o maior arrocho salarial da história do magistério paulista. Infelizmente, os professores aposentados são os mais prejudicados.
         A política de bônus, abonos, prêmios e gratificações deturpam o Estatuto do Magistério.
         A APEOESP exige uma política salarial para reposição das perdas, bem como uma política de recursos humanos que possa valorizar o docente e que possa contribuir com a melhoria dos índices de desenvolvimento humano (IDH) do estado de São Paulo e do país.
         Na verdade, os salários dos docentes são considerados os piores do mundo. Como conseqüência, os alunos brasileiros conseguem os piores resultados nos testes internacionais. Quem é o culpado?
         Para melhorar a escola pública só há um caminho “recuperar as perdas salariais dos docentes, dos funcionários e respectivos aposentados”.





















Redução salarial no Brasil.
         Quando se pergunta ao mais humilde: Por que você deve estudar? A resposta é imediata: Para ser alguém na vida. Ora, parece que a política salarial não é assim, porque os governadores: Maluf, Quércia, Fleury, Covas, Alckmin e, agora Serra, trabalham com a perspectiva da destruição das carreiras públicas. Principalmente quando adotaram abonos, prêmios, gratificações e bônus. É uma afronta à hierarquia salarial.
         Há muito tempo, os salários são baseados no nível de escolaridade e experiência funcional.
         Antes dos governos citados, os salários eram estipulados da seguinte maneira:
Profissões:

         Escolaridade............................................ Início e Fim de uma carreia
          Fundamental............................................ 1 a  3 salários mínimos
          Média....................................................... 3 a  6 salários mínimos
         Superior(*)............................................... 5 a 10 salários mínimos
         Pós Graduados.........................................10 a 20 salários mínimos.

 (*) A jornada de trabalho deve ser de 20 horas semanais para docentes e médicos, tendo em vista a necessidade da contínua atualização da profissão. Quando dobrar a Jornada, deve receber o equivalente a dois salários da sua faixa salarial.
         Quando Mário Covas foi prefeito da Capital, ao reorganizar a carreira do magistério municipal da Capital, seguiu os parâmetros acima. Usou a experiência como bandeira da primeira campanha eleitoral Covas e Alckmin.
         A frustração foi grande! Até hoje, os professores esperam a realização do compromisso eleitoral, ou seja, foram estelionatos eleitorais seguidos.
 Podemos afirmar que era assim antes do governo Paulo Maluf, que, ao conceder o primeiro abono ao funcionalismo na época, instituiu um exemplo aos seguidores. Paulo Maluf foi tão maléfico aos funcionários públicos que, em quatro anos, conseguiu reduzir os salários pela metade.







Os governadores, inclusive o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, não valorizaram o nível de escolaridade a experiência docente. Isto foi muito ruim!
Outra exigência é a isonomia entre ativos e aposentados. O funcionalismo possui abonos, gratificações e bônus que são pagas aos ativos, contrariando a Constituição Federal que determina igualdade.
Sem política salarial definida, corre-se o risco, no futuro, ao se perguntar a uma criança: por que você precisa estudar? Ela pode responder: Eu não preciso estudar. O meu pai possui o ensino fundamental incompleto ganha mais que minha professora e até mais que um doutor.
O Neoliberalismo continuará destruindo a Nação Brasileira. Quem viver verá!















          

































Capítulo IV

Questão Salarial

Mostra a decadência dos salários do Magistério a partir do governo Paulo Maluf até o de José Serra.




As Pragas da Educação Paulista
















Estratégia do bom salário
         Desde a época do maldoso Paulo Maluf, que a nossa entidade mostra ao governo e à sociedade que a estratégia do bom salário é sinônimo de bons resultados da escola pública.
         Infelizmente, para repor a perda salarial de 1979 até o presente (2009) é necessário um reajuste acima de 250%.
         Por outro lado, o projeto educacional adotado desde o governo Mário Covas é o responsável pelo fracasso da escola pública paulista.
         Os professores mostram que o sistema escolar foi destruído, ao longo das décadas, com a desvalorização dos mestres bem como da instituição escolar.
         A propaganda mentirosa dos governos do PSDB mostrava investimento na escola pública que não se refletia na sala de aula. Abandonaram o professor. Agora gritam por solução! Culpam os professores pelos erros das administrações governamentais.
         Tudo foi proposital. Até a década de 1960, o salário do professor secundário era igual ao do Capitão da antiga Força Pública. Por que hoje é menor do que o salário do soldado da Polícia Militar?
         Está claro: ao provocar a desvalorização da escola, promoveu-se a indisciplina e a violência, de tal maneira, que um ex-governador se vangloriava em dizer que construía dezenas de penitenciárias.
         Na Bíblia está profetizado: “Ensinai o bom caminho para o menino que quando for velho não se desviará dele”. Como não se cumpriu o provérbio, o governo precisou fechar escolas e construir penitenciárias.
         Para reafirmar nossa tese, o Jornal O Estado de São Paulo do dia 29 de Abril de 2008, escreveu: “5,9% do PIB dos países desenvolvidos é destinado à educação”, no Brasil quase 3,0%. Sendo que, na França, aplica-se cinco vezes mais no ensino fundamental do que no superior. Entre nós é o inverso.
         Escreveu também que “na Suíça um estudante que acaba de se formar professor e que começa a trabalhar numa escola pública, recebe US$ 4.000 dólares mensais”; no estado de São Paulo pouco mais de US$ 400. Como pode exigir bons resultados sem a política do bom salário?
         O governo de Nova York aplica US$ 10.000 por aluno ao ano; vergonhosamente, São Paulo aplica US$ 800. Como pode exigir bons resultados?
         Ao longo dos anos, quando se divulgam os resultados das avaliações internas e externas, as autoridades responsáveis e seus lacaios mostram as exceções como se fossem regras, apontam algumas escolas que atingiram as metas para culpar a maioria dos professores pelo fracasso dos alunos.
Chega de barbaridades e de mentiras governamentais. A única saída para a escola pública paulista é a estratégia de bons salários. Só não vê quem não quer!
         A educação paulista está em crise há várias décadas. Os governos não aplicam os recursos constitucionais na educação e sequer cumprem a data base da revisão salarial. Até quando vai imperar a incompetência e a insensibilidade do governo e da sociedade para com os educadores?
         Parece que desejam a ampliação do crime organizado para continuar fechando escolas e construir mais penitenciárias. Por quê? Acorda São Paulo!
         Todas as medidas anunciadas pela Secretaria da Educação são paliativas. Onde está a estratégia do bom salário que é adotada nos países desenvolvidos que pagam até dez vezes mais aos seus professores?
         Greve! Parece que é a única linguagem que os governos entendem! Todos os reajustes salariais, bem como as gratificações, foram obtidas através de greves ou de grandes manifestações.
         Educação precisa ser política de Estado e não de “governadores de plantão”.
         A solução todo mundo conhece. Chama-se investimento!




























 O salário do magistério é determinante
         Atualmente, o sistema educacional paulista é o “centro das atenções” do país. Provoca debates e repercussões importantes. Alguns úteis e outros nocivos. Parece que as autoridades e a sociedade civil organizada vão continuar de braços cruzados na aplicação da política do “quanto pior melhor”.
         Os secretários da educação dos governos Covas, Alckmin, Serra e o ex-Ministro da Educação do FHC (todos do PSDB), responsáveis pelo fracasso da Educação paulista, criticaram o desempenho de cada momento da pasta. Foi uma lavagem pública de roupa suja, ou seja, um culpou o outro pelo fracasso.
         Nós da APEOESP e da CNTE, não fomos surpreendidos pelos resultados, tendo em vista que criticamos e apresentamos propostas para a modificação do projeto pedagógico do PSDB, durante quase duas décadas. As decisões foram de gabinete, sem qualquer parceria com a comunidade interessada (magistério e alunos). Agora o resultado: o fracasso é vergonhoso perante a comunidade brasileira!
         O projeto educacional do PSDB é tão pernicioso aos docentes e aos discentes que uma parcela significativa de professores, após longos anos de abandono e de pressão, acabam com vários tipos de doenças profissionais.
Por outro lado, a promoção automática, a falta de orientações, assim como a impunidade de alunos com desvios comportamentais, além da inclusão dos deficientes e dos marginais, levaram a escola ao fracasso. 
         Alguns órgãos de imprensa e autoridades incompetentes continuam na defesa da tese de que o salário do magistério não é importante para solucionar os problemas existentes.
         Que barbaridade! As avaliações de nossa atuação: sindical, educacional e política, mostram que a recuperação salarial é a principal condicionante para iniciar a recuperação da escola.
         Basta analisar a organização, bem como os salários dos docentes das escolas consideradas vitoriosas nas avaliações do ENEM e do SAEB.
No segmento da escola pública, os primeiros lugares ficaram com as escolas federais (colégios nilitares, escolas técnicas ou vinculadas às universidades). Era o esperado. Os docentes das respectivas escolas trabalham com jornada ideal, bem como possuem salários três vezes superiores aos da rede pública do estado de São Paulo.
O segundo grupo é formado por escolas técnicas estaduais, que recebem maiores investimentos, tanto em equipamentos como em salários para os docentes.
         E - é claro! - por último ficou a rede estadual de ensino, com as raras exceções de escolas que estão em bairros mais nobres.
         Entre as escolas Particulares, o salário do mestre foi o fator predominante. Só não vê quem não quer...
         Pergunta-se ao governo José Serra:
         Por que não solicita ajuda às entidades sindicais? Por que não cumpre a data base para revisão salarial? Por que não faz um plano para recuperar o salário do mestre que acusa perda acima de 250%, desde 1978? Por que não corrige as distorções da Lei Complementar 836/97? Por que não faz as mudanças propostas pelas entidades no plano de carreira? Por que não restabelece os regimentos das escolas? Por que não apóia o trabalho docente? Por que não modifica a jornada de trabalho do professor? Por que não respeita o professor aposentado? Por que não faz esforços para recuperar a imagem da escola?
         Infelizmente, para muitas crianças e adolescentes, a imagem ideal é a dos membros do crime organizado. Por que não recupera a imagem do professor para servir de exemplo ao aluno?
         Para nós da APEOESP e da CNTE, a recuperação significativa do poder aquisitivo do professor é o primeiro passo para ajudar na recuperação da escola pública.  
          Durante o governo José Serra, infelizmente, a escola continuará piorando, tendo em vista que continua a política deliberada do “quanto pior melhor”. Isto tem que acabar! A escola pública pede socorro.
        



























As pragas da educação paulista!
         A tragédia do governo paulista foi a conseqüência da sua opção de abandonar o sistema escolar para construção de penitenciárias, para tal demitiu professores, fechou escolas e não valorizou os professores, conforme determinam as Emendas Constitucionais (FUNDEF/FUNDEB).
         No início do governo Mario Covas, foi criado o FUNDEF (Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério). Por isso, as verbas aumentaram muito acima da inflação. O objetivo era claro: valorizar o magistério.
         Os governos Covas, Alckmin e Serra, bem como os respectivos secretários, não cumpriram a constituição no sentido de valorizar o magistério.
         Para provar a premissa acima, peço aos leitores para acompanharem a seguinte demonstração de dados:
Valor anual, por ano, por aluno: FUNDEF/FUNDEB.
Quadro estatístico da evolução das verbas*
                   Anos                    1ª a 4ªs Séries                 Reajuste anual
                   1998                     R$  657,52                         Zero
                  1999                     R$  695,00                    R$   37,48
                   2000                     R$  795,00                    R$ 100,00
                   2001                     R$  925,56                    R$ 130,56
                   2002                     R$ 1.142,05                  R$ 216,49
                   2003                     R$ 1.225,81                  R$   83,76
                   2004                     R$ 1.400,00                  R$ 174,19
                   2005                     R$ 1.580,00                    R$ 180,00
                   2006                     R$ 1.817,85                    R$ 237,85
                   2007                       R$ 1.845,75                     R$   27,90
                   2008                       R$ 2.056,18                     R$ 210,43
                   2009                       R$ 2.263,05                     R$ 206,87(previsão)


Total da Evolução das Verbas: 244,18%







Valor mensal do salário base do professor (24 aulas semanais)
Quadro estatístico da evolução salarial*
                   Anos                    1ª a 4ªs Séries       Reajuste anual
                   1998                     R$  520,00                  Zero
                   1999                     R$  520,00                  Zero
                   2000                     R$  568,00           R$ 48,00(GTE)- ativos.
                   2001                     R$  616,00           R$ 48,00 (Prêmio)
                   2002                     R$  640,40                    5%
                   2003                     R$  640,40                    Zero
                   2004                     R$  668,09                    5%
                   2005                     R$  915,50           15%+15%(p/ ativos)
                    2006                        R$  915,50                      Zero
                   2007                        R$  915,50                      Zero
                   2008                        R5  958,52            5%+Incorp PV+GTE
                    2009                        R$  958,52                      Zero   
        
OBS: * Dados fornecidos por Alexandre e Glauco (DIEESE/APEOESP).

                   Somando as gratificações houve um reajuste total de 84,33% para ativos e entre 1999 e 2009 e de somente 60,96 % para aposentados.
                   Para cumprir a EC 14, o governo paulista deveria aplicar 60% das verbas do FUNDEF/FUNDEB no salário do magistério. Onde foi parar o dinheiro? As verbas aumentaram 244,18%. Onde estão os outros 159,85%?
No ano 2000, ficou provado que o governo Covas desviou da Secretaria da Educação, a cifra fantástica de 4,1 bilhões de reais. Quanto desviou nos anos seguintes? Jamais saberemos. Os pedidos de comissões parlamentares de inquéritos são arquivados pela bancada governista.
Infelizmente, no discurso a educação é prioritária, mas na práxis, até com instrumentos para valorizar o magistério, o sistema escolar continua esquecido.
Ao abandonar o professor, os governos geraram a violência, a falência do sistema escolar e, conseqüentemente, a construção de muitas penitenciárias e a organização do crime.
Só há uma saída: investir no sistema escolar. O primeiro passo é resgatar o salário do professor. Qualquer proposta diferente será demagogia dos incompetentes.
A imagem que o aluno precisa tomar como exemplo é a imagem do professor, como era no passado. Hoje a imagem é do traficante e do crime organizado.
Até quando o professor poderá suportar tamanho abandono?
Covas, Alckmin e respectivos secretários foram as pragas da educação pública. José Serra se comporta como outra praga da educação!
Estamos propondo (2009) uma auditoria nas verbas do FUNDEF/FUNDEB, tanto no Estado de São Paulo como em todos os municípios paulistas. É necessário que o Tribunal de Contas do Estado verifique e confira a aplicação das verbas.
Como é possível? As verbas aumentam, anualmente, de maneira significativa. No período de 1998 ao presente aumentaram 244,18%. Os salários deveriam ficar com o mesmo tipo de reajuste, tendo em vista que os fundos foram criados para desenvolvimento e valorização do magistério, mas foram majorados, no mesmo período, somente em 84,33%.
Onde está o pulo do gato? Nós não sabemos, mas ele existe. Uma auditoria séria e independente poderia apontar ao Tribunal de Contas e à sociedade onde estão os desvios das verbas da educação.
Os relatórios apresentados aos conselhos de aplicação das verbas mostram que os governos e os prefeitos gastaram acima de 60% com o magistério. Isto não pode ser verdade, tendo em vista que as verbas aumentaram 244,18% e os salários dos professores estaduais apenas 84,33 % (Ativos).
Devemos levar em consideração que, no mesmo período, mais de duas mil escolas foram transferidas aos municípios.
Acreditamos que o Tribunal de Contas do Estado poderá prestar um grande serviço à sociedade paulista, bem como ao magistério.
As alegações de que o governo não pode melhorar os salários do magistério tendo em vista a Lei de Responsabilidade Social não pode ser aceita.
Está provado pelos estudos do DIEESE que as verbas aumentaram e que existem verbas específicas para a educação.
Os salários dos professores do estado de São Paulo não são reajustados por decisão da política neoliberal do PSDB – DEM.
        














Reajustes salariais

          Todos os anos, a APEOESP, com o auxílio do DIEESE, analisa os orçamentos do Governo do Estado de São Paulo para subsidiar nossas campanhas por reajuste salarial.
           Infelizmente, para nossa decepção, os governos insistem em que não há dinheiro para repor as perdas salariais. E tratam as reivindicações com total desprezo.
          Só é concedido algum tipo de benefício após muitas jornadas coletivas (atos públicos, assembléias, passeatas e até greves).
           A sociedade paulista apóia o movimento dos educadores, mas o governo é sempre autoritário. Faz de tudo para jogar a opinião pública contra o movimento da escola pública.
          Novamente, no início de 2009, a data base para reajuste salarial sequer foi considerada pelo governo de José Serra, promovendo mais estelionato contra o professor.
         Os estudos do DIEESE mostram que existem recursos para recuperar as perdas, pelo menos, do período de Mário Covas ao presente.
Para conhecimento vamos mostrar os seguintes estudos: Reajustes necessários para repor as perdas após a Lei Complementar 836/97.
Obs: Os quadros estatísticos foram elaborados pelo DIEESE/APEOESP






        
        







                                                                                                                            





Obs: Este texto foi elaborado inicialmente pelo DIEESE/APEOESP.






PARA REPOR AS PERDAS DESDE 1998

n     Os professores necessitam de um aumento de cerca de 27,43% sobre o salário base para recuperarem o poder compra que tinham em 1998.
n     Mesmo considerando as gratificações ainda há uma perda de cerca de 11,27%.
n     O crescimento real da receita é prova de que o Governo acumulou uma gordura significativa nos últimos anos.
n     A LRF nem de longe serve de desculpa para o arrocho salarial, uma vez que há uma folga de 4,7 bilhões para aumento do gasto com pessoal.
n     Neste ano a crise deverá ser usada como desculpa para a contenção do gasto, mas mesmo que o país fique estagnado, ainda assim o governo tem uma margem folgada para concessão de aumento.
n     Esta margem está bem acima do valor necessário para incorporação das gratificações e para recuperação do poder de compra da categoria, calculado em cerca de 1,36 bilhões (equivale aos 27,43% de aumento).

As perdas históricas
O salário dos professores vem há décadas, perdendo seu valor. Para que se possa ter a dimensão correta da perda de poder aquisitivo da categoria, construímos este gráfico em que o salário, no ano base para o professore PEB I na jornada de 24 horas, com gratificações inclusas, assume o valor de 100%, em 1979, e mostramos sua evolução relativa ao longo do tempo até 2008. Nele podemos ver que o salário atual corresponde a menos de 1/3 do seu valor “inicial”, sendo que o reajuste necessário para sua recuperação é de 254,4%.



















DIFERENÇA SALARIAL A PARTIR DE 1979 (PAULO MALUF)

Gráfico 1
Salário Real 1979-2008
28,22%
 

Pode parecer distante a busca da recuperação do poder aquisitivo do salário desde 1979, quando a escola pública estadual ainda era uma referência, um exemplo de qualidade do ensino, e quando o professor estadual tinha ainda uma carreira de prestígio, além honrada por todos. Mas, mesmo nas duas últimas décadas, quando incluímos o período de alta inflacionária antes do Plano Real, as perdas foram significativas. Entre fevereiro de 1990 e fevereiro 2008, a perda estimada, a partir do IVC-DIEESE, foi de -38%, sendo que o reajuste necessário, em 1° de marco de 2008, para recuperar este valor é de nada menos do que 61,3%.

Obs: Este texto foi elaborado inicialmente pelo DIEESE/APEOESP.








A evolução do atual Plano de Carreira de 1998

A categoria tem buscado um reajuste que recupere o poder aquisitivo do salário e a dignidade da carreira do professor. Neste sentido, o objetivo último é que o salário base alcance o piso do DIEESE, que em janeiro de 2008, ficou em 1.924,59 reais. Esta reivindicação está associada ao estabelecimento de um novo plano de carreira, e pressupõe, entre outras medidas, a incorporação das gratificações ao salário base (o DIEESE realizou em estudo neste sentido no final de 2007, que pode ser consultado no link da subseção na página da APEOESP). Para se ter uma idéia, esta mudança de patamar na remuneração dos professores representaria um reajuste de cerca de 116% se assumirmos uma jornada de 30 horas, ou seja, uma mudança completa no plano de carreira.
Mas o professor não pode esperar e precisa de garantia mínima da Secretaria da Educação de que, pelo menos desde o último Plano de Carreira, seu salário não será erodido pela inflação. Isso significa que a secretaria deve sinalizar minimamente para a categoria de que está disposta a manter o poder aquisitivo do salário estabelecido em 2008, sem recorrer à gratificações para isso, pois o professor que hoje está na ativa sabe que amanhã pode se aposentar.
As perdas, desde 1998 mostram uma triste realidade para a categoria. Podemos observar na tabela seguinte que, no período de fevereiro de 1998 a fevereiro de 2008, o ICV-DIEESE apresentou uma variação de 94,73%. O salário, no mesmo período, foi reajustado em 76,07%. Assim, em fevereiro de 2008, o salário mantém apenas 90,42% do poder aquisitivo em relação ao mesmo mês de 1998. Para que os salários em fevereiro de 2008 retornem ao mesmo poder de compra, o reajuste necessário sobre os salários, em março de 2008 deve ser de cerca 10,60% pelo ICV-DIEESE (Isso porque o valor da inflação de fevereiro é estimado e não realizado). Texto elaborado em fevereiro de 2009.

Tabela 1
Professor PEB I 24hs com gratificação
Reajuste salarial no período
76,07%
ICV-DIEESE acumulado no período
94,44%
Perda salarial até 29 de fevereiro de 2008
-9,45%
Reajuste necessário em 01 de março de 2008
10,43%
Fonte: DIEESE – Subseção Apeoesp/Cepes





         A situação é claramente pior se considerarmos o salário do professor PEB I, nível I, sem gratificação, ou o verdadeiro SALÁRIO BASE, aquele que esta na base da Tabela Salarial divulgada pela própria secretaria. Neste caso a perda é de quase um terço do salário e o reajuste necessário de 35,53%.

Tabela 2
Professor PEB I 24hs sem gratificação
Reajuste salarial no período

43,46%
ICV-DIEESE acumulado no período

94,44%
Perda salarial até 29 de fevereiro de 2008
-26,22%
Reajuste necessário em 01 de março de 2008
35,53%
Fonte: DIEESE – Subseção Apeoesp/Cepes

         No caso do professor PEB II, nível I, para jornada de 24hs, a situação é ainda, pior. A sua perda salarial, para o mesmo período, é de -31,67%, e o reajuste que este poderia pleitear é de 46,35%. No caso de incluirmos as gratificações que incham principalmente a remuneração dos professores na ativa, temos ainda assim uma perda de -16,49%, e um reajuste necessário de 19,75%. Estes dados mostram que o professor PEB II na ativa, de certa forma, se beneficia mais das gratificações do que o professor PEB I.

Tabela 3
Professor PEB II 24hs sem gratificação
Reajuste salarial no período

32,86%
ICV-DIEESE acumulado no período

94,44%
Perda salarial até 29 de fevereiro de 2008
-31,67%
Reajuste necessário em 01 de março de 2008
46,35%
Fonte: DIEESE – Subseção Apeoesp/Cepes








O que fazer?

         Neste momento, a categoria está diante de duas lutas. A primeira e mais imediata, é a luta pela recomposição salarial recente. É preciso pressionar a SEE para que conceda um reajuste de 10,6% imediatamente para categoria (equivale a perda do professor PEB I, nível I, jornada de 24hs). A segunda luta é pela valorização da categoria e exige duas ações: a incorporação imediata das gratificações, com um reajuste linear sobre o salário base de 42,23%, e o compromisso de que seja implantada, pela SEE e pelo governo, uma política de reajustes reais, até que se atinja o piso do DIEESE, o que implicaria também no estabelecimento de um novo plano de carreira a ser pactuado com a categoria.     


 










































Capitulo v

Proposta de solução:

Revolução educacional

























Caos na escola pública paulista (IV)
         Numa tentativa de dialogar com as autoridades educacionais, bem como com a sociedade, indicaremos medidas urgentes para atenuar os problemas da escola pública.
         Nas últimas décadas, a APEOESP criticou de maneira construtiva o projeto educacional dos governos Covas, Alckmin e Serra.  A determinação de fazer economia na educação pública, aliada à exigência de melhorar as estatísticas quantitativas, bem como culpar os docentes pelo fracasso escolar, estão no âmago da questão.
         Para solucionar a maioria dos problemas são necessárias medidas corajosas, tais como: a) Triplicar o orçamento da educação pública; b) Recuperar as perdas salariais desde Paulo Maluf; c) Recuperar a imagem do magistério; d) Recuperar o conceito da escola pública; e) Estimular o aluno para a crítica e a natural competição da sociedade capitalista; f) Dotar a escola de instrumentos para resolver a indisciplina e a violência escolar; g) A política de inclusão deve ser acompanhada de profissionais de apoio; h) Classes para alunos especiais, tanto para alunos deficientes quanto para alunos que se destacam; i) Estabelecer uma jornada para professores com tempo para aulas, tempo para recuperação de alunos e tempo para estudo, como preconizava Paulo Freire; j) A promoção continuada deve ser revista; k) Acabar com o conceito de promoção sem conhecimento; l) Respeitar o Conselho de Classe; m) Dar apoio aos docentes na solução de problemas disciplinares; n) Dar autonomia ao Corpo Docente; o) Apoio pedagógico legal e institucional ao docente; p) Retornar a grade de aulas de 1997; q) Rever o plano de carreira do magistério para recuperar as perdas decorrentes da maquiagem estabelecida pelos tucanos, além das perdas de Maluf a Fleury; r) Recuperar as perdas dos professores aposentados para estimular os professores ativos; s) Dar condições para que o Diretor de Escola possa exercer suas atividades pedagógicas; t) Reordenar a função do Supervisor Escolar para orientações legais e pedagógicas; u) Acabar com o autoritarismo da Secretaria da Educação; v) Ouvir e executar as reivindicações das entidades do magistério e x) RESPEITAR O TRABALHO DOCENTE.
         As medidas acima já foram apresentadas várias vezes à Secretaria da Educação: infelizmente os técnicos, por ordem governamental, estão preocupados com a economia e com as estatísticas quantitativas.
         Infelizmente, com a continuidade do projeto educacional dos governos Covas, Alckmin e Serra, a educação pública vai piorar, ainda mais. Quem viver, verá!






 Quais são os culpados? (1)
2009
         Desde a administração de Mário Covas no Governo do Estado, que a APEOESP mostra à sociedade que o projeto educacional do PSDB está equivocado e que levaria a educação paulista ao caos em que se encontra atualmente. O projeto traz, no seu conteúdo, três pecados capitais que não foram corrigidos:
 a) A implementação da promoção continuada que, na prática, virou automática (pressão do Estado sobre o professor para promoção dos alunos). Gerou a irresponsabilidade dos alunos, bem como de pais desavisados, preocupados apenas com a promoção, e nunca com a qualidade do ensino. É evidente que há exceções;
 b) A indisciplina e a violência escolar são tratadas apenas como casos isolados, e prejudicam, fortemente, alunos que desejam aprender;
c) A falta de valorização do professor (o governo engana a sociedade ao divulgar que valoriza o professor e, na prática, institui medidas punitivas). Estabelece política salarial na base do bônus que, ao considerar apenas o desempenho atual do professor, abandona os aposentados que deram a vida pela educação pública. Para as autoridades educacionais do PSDB, o bode expiatório é sempre o professor. Raramente faz autocrítica. Quando faz, reafirma a mesma política educacional para economizar e falsear estatísticas. A política passa a ser excludente e punitiva. Nunca de revisão do processo.
         Neste contexto, (2008), a provinha para classificar os professores, Instituída através de um Decreto para avaliar professores não efetivos, foi uma gota no copo d’água. Deixemos claro: a APEOESP não é contra avaliar o trabalho do professor. Apenas entende que são necessárias várias medidas para resolver o problema da escola paulista.
O resultado do setor é proporcional ao investimento. A APEOESP se coloca à disposição da sociedade e do governo para debater o problema e apresentar soluções que não surgirão através das medidas autoritárias da SEE.
         A avaliação continha erros. A apresentação dos resultados foi caótica. Milhares de professores fizeram a prova. Tiveram o resultado divulgado, mas não constaram da lista de classificados. Outros fizeram a prova e constavam na lista como ausentes. Ainda outros fizeram a prova em uma disciplina e foram classificados em outra. Ora, parece piada, o próprio bom senso, sem necessidade de liminar na Justiça, deveria prevalecer e os resultados serem descartados pela incompetência da própria secretária.





         Outro dado que deve se contestar: 3000 Professores ficaram com nota zero. Isto é uma afronta! Provavelmente, são professores que num universo de 212.000 inscritos, deixaram de comparecer à “provinha” como é chamada.
         A APEOESP continuará sempre na defesa dos professores e contra as medidas autoritárias e punitivas da Secretaria da Educação. Queremos, sim, concurso público de provas e títulos, conforme previsto na Constituição Federal para efetivar os professores contratados. A incompetência do governo estadual é tanta que permitiu a contratação de mais de 100.000 professores temporários. Por que não faz o concurso para efetivação?
         Devemos salientar que o governo estabelece o projeto educacional. É o único culpado por suas conseqüências. Desde a época do Mário Covas o projeto é o mesmo com outras formas punitivas.
         Culpar a APEOESP e o próprio professor pelo desgaste do governo é uma barbaridade. 
        




























 Quem são os culpados? (2)
2009

         Como experiente educador e sindicalista, fico cada vez mais estarrecido com os rumos da educação brasileira e, particularmente, com a educação paulista. A enganação governamental é descarada. Fala-se na prioridade educacional e, na práxis, só acontecem abusos através da chamada política neoliberal. Nada é convincente. Educação é investimento. Não pode ser tratada como gasto e nem como política de resultados.
         O Governo Federal procura corrigir algumas distorções, mas os estados governados pelo PSDB/DEM e pelo PMDB estão na contramão da História.
         Aqui em São Paulo, desde a época do Mario Covas que o projeto educacional tornou-se uma piada. Todo mundo sabe que não funciona. As críticas são formuladas pelas entidades, pelos professores, por pais e alunos. Infelizmente, as únicas medidas da SEE são no sentido de culpar os professores e a equipe gestora pelos resultados insatisfatórios.
         Já apresentamos, inúmeras vezes, sugestões para solucionar os problemas. Infelizmente, as decisões de gabinetes não são satisfatórias. Alguns intelectuais do PSDB, bem como da base aliada, continuam tratando a educação pública com regras das empresas privadas. A escola é uma instituição peculiar que deve possuir regras específicas. Qualquer economista sabe que o resultado do trabalho desenvolvido por uma instituição depende dos recursos existentes. Como obter bons resultados quando governos sucessivos fazem economia com os recursos da educação?
         Aplicam imensos recursos para resultados ineficazes. Para ilustrar, citaremos alguns exemplos:
         Contrato de R$ 3.740.000,00 com a Fundação Victor Civita (Editora Abril) para enviar 220.000 Revistas Nova Escola, com 10 edições anuais, para os professores da rede pública estadual. Como? Qual foi o educador que pediu tal revista? Muito pior, a revista chega ao professor pelo correio, remetida diretamente pela editora. Quem forneceu o cadastro dos educadores? São informações sigilosas!
         Existem dezenas de outros contratos com vários órgãos da imprensa falada e escrita, com valores astronômicos.
         Qualquer leigo percebe que, com tantos recursos, a defesa do governo é inerente aos montantes aplicados na parceria com os aliados. Desta forma, a sociedade vê criticas aos docentes, mas não percebe quem são os verdadeiros culpados.
         São importâncias que seriam aplicadas no sistema escolar, mas que governadores e prefeitos aplicam conforme seus interesses políticos.
         Os orçamentos da educação no Estado de São Paulo, em percentuais, são reduzidos anualmente, conforme estudo do DIEESE. Boa maior parte dos recursos ficam nas atividades que nada contribuem para o trabalho docente.
         Por último, tanto o professor quanto o diretor recebem salários reduzidos por culpa da incompetência e das negociatas dos governadores, dos prefeitos e de seus respectivos secretários.
         Além da farra com os recursos, o professor foi abandonado na sala de aula. Já escrevemos várias vezes:
         a) O projeto educacional, com a introdução do instrumento da promoção continuada tornou a sala de aula insuportável;
         b) A falta de regimento disciplinar para coibir os desvios comportamentais está acabando com a saúde dos professores. O absenteísmo nada mais é do que a consequência da política de bônus que levou à sala de aula professores doentes nos últimos dez anos. Agora, ninguém segura! Parte da categoria está doente.
         c) A falta de valorização salarial dos professores, no Estado de São Paulo, ficou nas letras do FUNDEF, bem como nas letras do FUNDEB.
         ACORDA SÃO PAULO! A ESCOLA PEDE SOCORRO!
         O CULPADO PELO FRACASSO NÃO É O PROFESSOR! São as autoridades educacionais, do governo Maluf ao governo Serra. Só não vê, quem não quer!

























Revolução através da educação!
         Durante a campanha eleitoral, o candidato Cristovam Buarque (PDT) pregava a revolução através da educação. Foi derrotado, mas, posteriormente, através do Parlamento, conseguiu propor a Lei do Piso Nacional para os professores.
Por outro lado, o perdedor da eleição Presidencial José Serra (PSDB), posteriormente, foi vitorioso como candidato ao Governo do Estado de São Paulo.
         O caos deixado na escola pública do Estado de São Paulo, em 14 anos de PSDB, é enorme; ou seja:
a)     A promoção continuada se tornou automática e gerou a indisciplina, falta de responsabilidade, conflito entre pais e mestres e anarquia dentro da escola;
b)    As condições de trabalho geraram total desequilíbrio pedagógico;
c)     Uma parcela significativa dos docentes encontra-se doente;
d)    Muitos apelam por seus direitos: Licença-prêmio, licença sem vencimentos, faltas médicas, faltas abonadas, faltas justificadas, trabalho eleitoral (tudo para se livrar da sala de aula);
e)     O estresse da sala de aula deixa o mestre em pânico;
f)      Em muitas classes o conflito é enorme;
g)     A maioria dos alunos não valoriza a escola;
h)     O mestre não possui nenhum tipo de apoio;
i)       O mestre é pai, assistente social, enfermeiro, psicólogo etc;
j)       O mestre é tudo e, até, professor;
k)     A única função legítima do Professor é a função docente;
l)       Por que foi abandonado pelo governo, pelos pais e pela sociedade civil?
m)  O governo não atendeu a EC-14 (FUNDEF – FUNDEB) que determina a valorização do magistério;
n)     O problema não é falta de verbas. É o desvio da verba educacional.
Para revolucionar a educação brasileira são necessárias medidas institucionais, ou seja:
a) Campanha de valorização da escola;
b) Valorizar o magistério;
c) Criar regras de conduta no interior da escola;
d) Estabelecer regras disciplinares no decorrer do trabalho pedagógico;
e) Alunos com desvios de conduta devem receber orientações técnicas (psicológicas, educacionais e punitivas: advertências, suspensões e até transferências compulsórias);
f) Escola com período integral, onde se aprenda cultura geral num período e profissões no período complementar.
O primeiro passo para revolucionar a escola deve ser a recuperação salarial dos professores, seguida de recuperação dos valores: responsabilidade, respeito, vontade de aprender, perspectiva de futuro, religiosidade, cidadania etc.
Nas condições atuais é impossível obter-se bons resultados. Uma parcela significativa de alunos vai à escola para brincar, comer, provocar, brigar, praticar atos de vandalismo, namorar, se drogar etc.
O mestre possui, diariamente, um desafio: como ministrar seus conhecimentos quando a maioria da clientela não quer apreender?
Os novos métodos vieram para banalizar a escola, melhorar as estatísticas, transformar investimentos em despesas no sentido liberal, promover governos fajutos e para enganar uma população com poucos conhecimentos educacionais.
A revolução através da escola precisa da recuperação de valores perdidos com a desvalorização dos mestres.






























Responsabilidade familiar
         A educação é ministrada no lar, na escola, nas Igrejas e na sociedade. Neste texto abordaremos a família.
No lar é a educação mais importante. É quando a criança aprende a respeitar os mais velhos, ter responsabilidade com os seus brinquedos e ajudar solidariamente os mais velhos nas atividades domésticas.
A criança, quando adaptada à família se torna um ser mais produtivo e responsável.
Dizem alguns educadores que a família está destruída. Dizem que a escola deve suprir a deficiência familiar. Isto é uma barbaridade! Nada substitui a família.
No passado, a criança e o adolescente conviviam com os pais. Nos dias atuais, devido ao capitalismo selvagem, é necessário que pais trabalhem para o sustento dos filhos. Muitos são educados por avós, tios, parentes e até por estranhos. Isto é compreensível, mas acabar com a responsabilidade paterna e familiar é um grande erro.
Quando a criança e o adolescente praticam infrações a responsabilidade dos pais ou mais velhos da família é inerente aos cuidados que deixaram de tomar com a educação básica dos infratores.
O amor familiar jamais será substituído. A criança que não possui parâmetros familiares terá dificuldades para conviver tanto na escola quanto na sociedade.
Dizem que muitas crianças são geradas pela falta de conhecimento dos métodos anticoncepcionais. Isto pode acontecer, mas sempre será por falta de acompanhamento dos pais ou dos mais velhos da família. Quando acontece, a criança fruto da irresponsabilidade, deve ser assumida com amor e carinho. Ela não possui culpa alguma por vir ao mundo. Fruto de amor ou de ato irresponsável de seres inconsequentes.
A criança e o adolescente não podem, em hipótese alguma, ficar sob a responsabilidade do Estado pelo abandono dos pais.
Devemos exigir a responsabilidade daqueles que geraram o ser em questão.
O menor abandonado é fruto do desamor de famílias destruídas, tanto pelo capitalismo selvagem quanto pelos apelos da sociedade de consumo que plantam ilusões nas mentes de jovens que não adquiriram habilidades profissionais para sustento de suas proles.
No contexto da sociedade, a criança e o adolescente que não tiverem amor, apoio e educação familiar serão cooptados, facilmente, pelos exércitos do crime organizado. Quem não quiser visitar sua prole na cadeia, eduque com carinho e exija responsabilidade do educando.
Pais, avós, irmãos mais velhos, tios, primas qualquer tipo de parentesco deve ser responsabilizado pelas infrações de suas crianças e adolescentes. A omissão, a impunidade e o abandono só levam a um caminho: A marginalidade.
A família é à base de tudo. Vitória ou derrota. Tudo depende dos mais velhos.







































 Responsabilidade Escolar
         A escola jamais substituirá a educação familiar. Através do ensino fundamental e médio, tanto a criança quanto o adolescente recebem a educação escolástica, ou seja: Atividades recreativas, ciências, expressão e comunicação, línguas estrangeiras, ou seja: É a formação para a cidadania e para o trabalho.
         A ética, os bons costumes e a moral são abordados pela escola, mas é função da família e das igrejas forjarem estas qualidades.
         A escola, como está, não consegue sequer ministrar os conteúdos programáticos.
         A progressão continuada que virou automática não produz nenhum tipo de responsabilidade. Esta virtude deve ser exigida no seio da família.
         A escola é responsável pela integridade física dos alunos no período que estão na instituição.
         A violência social invadiu a escola e, infelizmente, nem a integridade física dos educandos pode ser garantida.
         A indisciplina, decorrente da falta da educação familiar, prejudica a maioria dos alunos que desejam estudar com responsabilidade.
         O professor não pode cuidar da indisciplina. A função do professor é ministrar sua matéria.
         A criança e o adolescente que não se adaptam às atividades escolares dificilmente vão se adaptar ao trabalho ou nas atividades produtivas.
         A responsabilidade da escola é ministrar os conteúdos e apontar, aos pais e às autoridades, os desvios comportamentais dos educandos.
         A escola, se possível, deve indicar aos pais quais são as alternativas para resolver problemas dos alunos. Os deve encaminhar às autoridades competentes conforme a gravidade da infração cometida. Desacato ao professor, atos de violência e vandalismo, provocam no mínimo, boletim de ocorrência na Polícia, além do registro de penalidades da própria escola. A omissão leva à ampliação dos problemas existentes e à evolução geométrica da marginalidade que deveriam ser competência da polícia e do ministério público.
         A escola precisa criar um ambiente propício ao processo ensino-aprendizagem.
         É responsável por ministrar os conteúdos da escola fundamental e do ensino médio.
         Os problemas não serão equacionados por projetos como escola da família, amigos da escola, olimpíadas, projetos disciplinares, sala de leitura, inclusão digital, tele-sala, suplência etc.
         É preciso envolver a sociedade numa cruzada de salvação da escola pública paulista.












































Responsabilidade Religiosa
         A escola deve ser laica, conforme legislação vigente, portanto não pode ser local de doutrinação religiosa.
         A educação religiosa, conforme está implantada na rede estadual, possui caráter ecumênico, moral e ético.
         O conteúdo programático poderia ser definido por uma comissão ecumênica, e ao mesmo tempo, o que fosse ministrado na escola poderia ter um caráter dogmático nas respectivas igrejas.
         A criança e o adolescente que frequentam as igrejas, bem como seus movimentos e suas respectivas pastorais, são mais adaptados à escola e ao trabalho.
         A responsabilidade das religiões supera os cultos e os trabalhos dogmáticos. É necessário o empenho de todos para levar à igreja as “ovelhas desgarradas”.
         Uma parcela significativa das famílias abandona a igreja. Não ministra nenhum tipo de educação familiar, tendo em vista que a crise conjugal é cada vez mais acirrada.
         Ninguém possui uma regra para aliciar adeptos para as religiões. No entanto, devemos enfatizar que a violência está sob efeito geométrico e que a responsabilidade de todos é evidente.
         As igrejas, independente de credo, possuem força extraordinária para educar e reeducar seus adeptos.
         As igrejas podem ajudar na redução da violência tanto na sociedade quanto na formação ética, moral contribuindo para o sentido da responsabilidade da nossa população.
         Acreditamos que a história das religiões, cultura religiosa, a interpretação da Bíblia, a história e dogmas dos respectivos credos ajudam a formar a consciência religiosa, bem como a cidadania.
         A sociedade precisa da responsabilidade das igrejas na formação do caráter da criança e do adolescente.













 Responsabilidade Jurídica
         A escola deve pautar sua organização, bem como sua ação, na Constituição da República Federativa do Brasil, na Constituição do respectivo Estado membro, na atual LDB, no Código Civil, no Código Penal, no Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização do Magistério (atual FUNDEB), na Lei que Estabeleceu o piso nacional salarial dos professores (no Estado de São Paulo cumprir-se um terço da jornada com horas atividades), no Estatuto dos Funcionários Civis, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no Estatuto do Magistério, na Lei Complementar 836/97, no Estatuto da Escola, no Regimento Interno, no Código de Ética, no Conselho de Escola, nos Pareceres dos Conselhos Federal e Estadual de Educação etc.
         A legislação é farta, preenche todas as lacunas da responsabilidade jurídica. Com tantos diplomas legais, não é possível a continuidade crescente da violência e da indisciplina escolar.
         Do nosso ponto de vista, as autoridades responsáveis não estão tomando as providências para resolverem os problemas e, consequentemente, a sala de aula se tornou verdadeiro pesadelo para muitos educadores.
         A maioria dos alunos não traz nenhuma formação familiar e religiosa. Não possui nenhum parâmetro para respeitar o processo ensino-aprendizagem, tendo em vista a crise conjugal de muitos casais.
         A escola não pode, em hipótese nenhuma, substituir a família. A responsabilidade pelos atos das crianças e dos adolescentes, quanto aos desvios comportamentais, é dos pais, irmãos mais velhos, tios etc.
         O desvio de comportamento deve ser corrigido com base na família, na escola, no regimento da escola, no regimento disciplinar, no sistema policial, no conselho tutelar e no ministério público.
         Em cada cidade, é necessário um amplo debate da questão, entre as várias autoridades, para ações conjuntas, conforme as agravantes de cada caso.
    No nosso modo de ver, a impunidade de alunos com desvios comportamentais, geram a violência numa progressão geométrica.
         As pesquisas mostram que ações são necessárias, tais como: advertência verbal, advertência por escrito, apoio dos responsáveis da família, transferência compulsória (para fracionar as gangues existentes); apoio do Conselho Tutelar, da Polícia e do Ministério Público às atividades escolares.
         A função do professor é ministrar suas aulas, acompanhar pedagogicamente seus alunos e promover ou reter conforme decisão soberana do Conselho de Classe e Série.
         Não pode, em hipótese alguma, haver pressão para aprovar alunos que não atingiram a compreensão do conhecimento ministrado.
         O professor precisa de apoio para solução dos problemas que prejudicam as atividades docentes. Os fatores provenientes da indisciplina e da falta de educação familiar não são responsabilidade do professor.
         A família, a direção da escola, bem como todas as autoridades constituídas, devem se ajudar, mutuamente, para acabar com a violência, com a indisciplina escolar e com a falta de formação familiar.
         A falta de ações conjuntas, conflito entre autoridades, tais como: direção da escola & corpo docente; Diretoria de Ensino & direção da escola; supervisão escolar & professores; escola & conselho tutelar, escola & Polícia, escola & Ministério Público, estão gerando a impunidade geométrica dos alunos com desvios comportamentais.
A responsabilidade do educando não é exigida, nem mesmo pela família. Como é possível a educação para o trabalho e para a cidadania dentro do atual ambiente escolar? Tudo precisa ser revisto.
         O professor precisa de respeito para exercer sua atividade docente. Como está não pode continuar!
         O professor, a direção da escola e os funcionários são autoridades. Quando sofrem desacatos, devem formular boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia para processo crime contra os responsáveis. Por que não tomam esta medida que é prevista na legislação vigente?
         A legislação existe. Escola é lugar para estudar.
A indisciplina, a violência dentro da escola, o vandalismo, os roubos, as agressões físicas e o tráfico de drogas levam ao crime organizado.
A escola precisa de apoio de todos.






















 Responsabilidade da mídia
         Já enumeramos, muitas vezes, os motivos do fracasso escolar. Os governos imputam a responsabilidade aos professores. Isto é inadmissível! A responsabilidade pela educação das crianças e adolescentes pertence a todos.
         Infelizmente, a sala de aula, local de trabalho pedagógico deveria ser respeitado, defendido, incentivado e dotado de várias tecnologias a serviço do processo aprendizagem. Foi, ao longo de quatro décadas, local de ironias, banalização através de piadas, programas de rádio e televisão com chacotas sobre a vida escolar. Novelas que denigrem a imagem da escola. Jornalistas que escrevem artigos do “quanto pior melhor”.
         A “escolinha do professor Raimundo” provocou enorme desastre no processo de aprendizagem. O processo é sério, mas foi deturpado pelo Chico Anízio. Posteriormente, outros autores imitaram a maldade. Alguns filmes, também ajudaram a piorar o conceito da escola.
         Como é possível ministrar aulas neste contexto? O trabalho do mestre deve ser respeitado e valorizado. A mídia precisa de outra perspectiva. Ajudar sim! Nunca atrapalhar! A crítica deve existir, mas nunca no sentido deturpado. O profissional desajustado pode existir, como em qualquer profissão. Deve ser penalizado conforme as regras do sistema. Generalizar os problemas foi a regra da mídia durante as últimas décadas.
         Devemos ressaltar, com justiça, que no interior do país, ainda contamos com apoio da imprensa não cooptada (paga) pelo PSDB e aliados.
         O Governo reduz o salário do professor desde 1979. O mestre reage e a mídia fica contra o professor. Isto é uma barbaridade! Parece que na mídia, todo mundo possui o “rabo preso” com o executivo. Por que? Tudo é decorrente das verbas publicitárias para melhorar a imagem de governos perdulários!
         Isto não pode continuar. É necessária uma cruzada para salvação da escola paulista.
         A sociedade paulista precisa convocar a mídia para uma das vertentes dessa cruzada.
                  











 O arrocho salarial do Magistério é fruto da política compensatória!

         Historicamente, o respeito ao mestre foi inerente ao modelo e ao interesse econômico do governo. No caso do Estado de São Paulo, podemos afirmar que a queda salarial é devida à política de compensação social, do desejo de autopromoção de governadores e secretários, além do projeto educacional totalmente deformado.
         Até a década de sessenta, o professor secundário recebia salário igual ao do promotor público e igual ao do capitão da Força Pública. Era autoridade para todos os fins.
         A presença do professor secundário era notada por todos. Na escola desempenhava seu trabalho com prazer e eficiência.
         A partir da década de sessenta a situação do magistério começou a preocupar. A primeira queda do salário provocou a greve de 1961. Os professores usavam terno e gravata. Era regra para todos os funcionários públicos. Mesmo a caráter, os mestres foram à greve. O motivo foi o arrocho salarial, mas a política brasileira começava a complicar a vida do professor, tendo em vista que a educação, antes calcada no modelo Francês (formar o cidadão) passou à orientação norte-americana (formar trabalhadores).
         Coincidência ou não, começou a decadência dos salários no magistério com a introdução das políticas compensatórias.
         O fenômeno do êxodo rural se ampliou a partir da década de sessenta. Grande massa rural foi expulsa das fazendas para as cidades. Conseqüentemente, era necessário o aumento do número de escolas e das instituições de saúde e de assistência social.
         Na escola, havia uma instituição chamada “caixa escolar”, através da qual as famílias contribuíam para ajudar os mais humildes.
         Os pais mais abastados pagavam, mensalmente, a “caixa escolar”, que revertia em sopa e material didático para os mais carentes.
         O governo acabou com a “caixa escolar” e iniciou a distribuição da merenda escolar. Coincidência ou não, o mestre não recebeu mais os reajustes necessários.
Nas escolas situadas em regiões mais nobres instituiu-se a taxa da Associação de Pais e Mestres, que ajudava na manutenção da Escola.
         Na década de setenta, o governo passou a entregar aos alunos, paulatinamente, todos os livros didáticos com a conseqüente perda salarial do magistério.
         Na década de oitenta, proibiu a cobrança de taxas para as APM, mesmo as de caráter facultativo, e passou a distribuir, basicamente, todo o material didático necessário às aulas.
         A partir dos anos oitenta, o salário do mestre iniciou uma derrocada impressionante. Havia até duas greves anuais. A APEOESP dirigiu greves com mais de 100.000 professores. Sempre havia reposições parciais, mas o processo inflacionário levava a novas greves.
         Nos anos noventa, foram incrementados alguns cursos em que os alunos recebiam ajuda de custo, com a conseqüente queda nos salários dos professores.
         Quando se analisa a política compensatória, parece que o governo paulista trabalhou a política de compensação social com a redução salarial no magistério.
         Este assunto merece melhores estudos. É uma sugestão às entidades do magistério. Como foi realizada a política compensatória do nosso estado? Tudo indica que foi às custas do salário do magistério.


































 Bonificação por resultados (2009)
         A bonificação é mais uma medida paliativa e punitiva dentro do projeto educacional do PSDB/DEM.
O governo Covas, após a greve do ano 2000, criou o Bônus de Mérito para premiar professores com poucas faltas. Muitos companheiros trabalhavam doentes para receber a bonificação. A APEOESP alertava: era mais uma maldade contra os docentes.
         Nos primeiros anos, diminuiu o número de faltosos. A luta do professor pelo bônus era contínua, mas trabalhando nas péssimas condições psicológicas criadas pela promoção continuada, bem como com a falta de um regimento disciplinar, uma parcela da categoria passou por crises neuróticas, necessitando até de tratamento psiquiátricos.
         Atualmente (2009), boa parte da categoria está doente. Uma parcela significativa procura instrumentos legais para fugir da sala de aula, tais como: licenças médicas, licenças prêmios, readaptações, faltas médicas, afastamento eleitoral, afastamento junto às Diretorias de Ensino e aos projetos etc.
         O sonho dos professores mais jovens é a aprovação em concursos públicos de provas e títulos de outras carreiras.
         A substituição dos professores por eventuais é efêmera. Ao longo do ano, os eventuais desaparecem, tendo em vista a forma como são contratados, bem como a miséria que recebem por suas aulas.
         Os pais e os professores sabem que no decorrer do ano, dia após dia, o número das aulas é reduzido.
         O projeto educacional do PSDB/DEM criou situações complicadas para o docente, ou seja, várias subcategorias que às vezes não possuem nenhum laço afetivo com a escola e com os alunos.
         O professor efetivo, antes valorizado com salários e melhores condições de trabalho, às vezes, para completar sua jornada, é obrigado a lecionar em várias escolas. Mesmo o benefício do Artigo 22, previsto no Estatuto do Magistério é motivo de liminares na Justiça.
         O Professor não efetivo, com aulas livres, possui certa tranqüilidade com seus parcos salários, mas é obrigado a dar aulas em várias escolas. Tornando-se um “professor itinerante”.
O professor substituto, mesmo que ministre aulas durante o ano todo, se for dispensado em 31 de dezembro fica sem férias. Quanta maldade! Não recebe 1/3 das férias e fica sem o pagamento no início de fevereiro. Inicia o ano letivo sem recursos para transporte e até para se alimentar. Isso acontece no principal estado do Brasil. Quanta vergonha, São Paulo!
         O professor “tapa-buraco”, que é o eventual, foi criado para sanar o absenteísmo dos professores, mas desaparece no decorrer do ano letivo.
         Somente conhecem a realidade da escola pública os docentes e a direção escolar comprometidos com a realidade.
         Os intelectuais que fazem suas teses através de pesquisas fajutas na rede pública, nada sabem sobre a realidade existente. Alguns são galgados a funções de confiança do executivo para implantar regras e idéias que prejudicam o trabalho docente. Outros lacaios autoritários servem para defender governadores que usam a verba da educação para outros setores.
         Dentro do clima existente nas escolas, a “bonificação por resultados” é mais uma medida paliativa da política neoliberal, que considera a escola como despesa.
         A escola precisa recuperar os instrumentos, a valorização e os salários do mesmo patamar de 1979.
         A bonificação por resultados servirá para ampliar, ainda mais, o caos existente nas escolas públicas do Estado de São Paulo. Quem viver, verá!































 Porque somos contra o bônus de resultados
         O governo do Estado de São Paulo (PSDB/DEM) acaba de cometer outra inconstitucionalidade ao pagar bônus para uma parcela da categoria docente, bem como para funcionários de escolas.
         O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) foi criado para manutenção da Educação Básica e para Valorização do Magistério.
         Está previsto que 60% das verbas são para pagamento do magistério, ou seja, para valorizar todos os professores e equipe gestora.
         O Governo do Estado divulga através de grande propaganda que pagou de R$ 500,00 a R$ 15.000,00 como bônus de resultados para os professores. A propaganda leva o raciocínio dos leigos ao pensamento de que estão investindo parcelas significativas das verbas nas escolas públicas.
         Alertamos, também, os professores que receberam bônus referentes ao ano de 2008 que nada garante que receberão, novamente, no próximo ano.
         A política de bônus é uma grande maldade contra todos os membros do magistério, tendo em vista que não podem, sequer, planejar, economicamente, os respectivos orçamentos familiares. Como assumir prestações? Como assumir outras despesas com a falta de perspectivas econômicas? Só não vê quem não quer!
         O governo (PSDB/DEM) divulgou que usou R$ 600.000.000 (seiscentos milhões de reais) para pagamento do bônus de resultados. Como? A maioria recebeu pouco mais que R$ 1.000,00. Mais de um terço do magistério e dos funcionários de escola não receberam, absolutamente, nada.
         O governo divulga (2009) que somos 200.000 professores. Ora, R$ 600.000.000 divididos por 200.000 professores resulta em R$ 3.000,00 para cada professor.
         A nossa campanha salarial para que o governo cumpra a data base – que foi em 1º de Março – com a reposição das perdas desde 1998 exige um reajuste próximo de 27,5%.
         O governo procura jogar mais uma vez a população contra os professores dizendo que não possui recursos para rever o salário do magistério.
         Basta dividir o valor do bônus de referência por 12 meses: dá R$ 250,00 (duzentos e cinqüenta reais) mensais, isto com as verbas do FUNDEB, que é para valorizar todos os professores. A evolução do ICMS, bem como o salário educação, poderia elevar o salário do mestre para um patamar superior.
         Os reajustes para os funcionários seriam cobertos pelos 40% das verbas do FUNDEB como é previsto na Emenda Constitucional, além do ICMS.
         Outra violência contra a Constituição Federal é pagar o bônus apenas aos professores e funcionários da ativa.
         A APEOESP, bem como outras entidades, está acionando o Judiciário para exigir os direitos dos professores e de funcionários aposentados em ações coletivas.
         Enfim, para reafirmar, a solução da educação paulista é formada por ações corajosas, tais como:
         a) Fim da promoção continuada como está constituída;
         b) Reorganização do sistema disciplinar da escola;
         d) Fim da política de bônus, gratificações, prêmios etc;
         c) Recuperação do salário do magistério ao mesmo patamar de 1979.
         Tudo indica que a política neoliberal do PSDB/DEM continuará destruindo a escola pública paulista. Quem viver, verá!







































Capítulo VI

Considerações finais






































Currículo e avaliação
         Infelizmente, o currículo doutrinador, com a ideologia da Escola Superior de Guerra, implantado pelos governos militares, considerados ditadores, possuía mais flexibilidade do que o projeto educacional dos governos do PSDB/DEM.
         O currículo é puramente neoliberal, sob o controle do consenso de Washington.
         Os objetivos são ditados pelos agentes internacionais. O modelo militar era para formar os trabalhadores para as multinacionais. Havia um forte apelo nacionalista para formar um cidadão dócil ao domínio da ditadura através das disciplinas Educação Moral e Cívica, Organização Política e Social do Brasil (OSPB), no 1º e 2º Graus; e Estudos de Problemas Brasileiros no Ensino Superior.
         O modelo atual parece pior. Exige transmissão de poucos conhecimentos e de certas habilidades. Tudo de acordo com a ideologia neoliberal.
         Não querem um magistério com uma direção de escola. Agora, querem um professor cumpridor de tarefas e uma equipe gestora para exigir dele metas pré-determinadas.
         A escola é vista como despesa. Nunca como investimento.
         Os cadernos apresentados como guias do currículo, não são mais um instrumento para o professor. Constituem um currículo que será avaliado para atingir determinadas metas. O currículo é obrigatório. Item por item. Onde está a “liberdade de cátedra” da escola laica, democrática, autônoma e competente?
          O currículo não possui os princípios científicos e pedagógicos neutros, como determinam os fundamentos das ciências e das habilidades.
         O PSDB/DEM destrói, ao longo do tempo, os últimos laços da escola laica, democrática, autônoma e competente através da ideologia neoliberal forçada na apresentação dos textos.
         A avaliação como está sendo usada é condenada pelos professores, bem como pela sociedade civil. Faz doze anos que as avaliações externas são usadas, não para corrigir as distorções do sistema, mas para criticar os educadores e jogar uma escola contra a outra.
Os resultados das avaliações provocam uma grande frustração na comunidade escolar, e tornam o ambiente nocivo às atividades pedagógicas.
Ninguém deve temer avaliações. Achamos que devem existir com os princípios constitucionais da impessoalidade e sigilo e que sejam aplicadas por instituições competentes.
As avaliações feitas para melhorar o sistema serão bem recebidas. A avaliação deve considerar as disciplinas como respectivas ciências e habilidades. Nunca como ideologia.
As avaliações devem conter claramente seus objetivos para que sejam debatidos com a comunidade escolar. Avaliação para punir será prontamente rejeitada.
O professor será sempre um defensor do seu pedaço. É uma vítima do sistema, mas é um forte na resistência.
O projeto educacional elaborado e revisto durante a administração do PSDB-DEMO, resultou num enorme fracasso da escola eública paulista. Agora querem culpar os docentes, bem como a direção da escola.
Está provado pela humanidade: Medidas autoritárias resultam em fracassos. Na educação resultam em frustração, fracasso e violência.
O professor reage inconsciente contra os ataques sofridos.
As medidas tomadas pelo PSDB/DEM estão contra os princípios democráticos estabelecidos na história. Infelizmente, este partido só faz diálogo com as instituições que desejam a total submissão da nossa pátria ao capitalismo internacional.






















Conclusão
         A educação pública paulista foi valorizada, enquanto orientação francesa, até o início da década de sessenta. Após o famigerado acordo MEC-USAID, a educação paulista, inclusa na brasileira, deixou de formar cidadãos e passou a formar “apertadores de parafusos” (mão de obra barata para empresas multinacionais). Até 1978, o salário do magistério foi mantido através de muita luta. A partir de Paulo Maluf, tanto o projeto salarial quanto o educacional entraram em clima de total decadência. Com o advento do governo Mario Covas, a situação piorou, tendo em vista a criação da promoção continuada que virou automática.
         O projeto educacional dos tucanos e democratas levou o caos à escola pública paulista. Atualmente (2009), é quase impossível recuperar o nível das aulas, bem como o salário dos mestres e dos funcionários das escolas. Não há nenhuma vontade política das autoridades estaduais no sentido de dialogar com as entidades do magistério, bem como com a sociedade para implementar medidas democráticas para solução dos problemas existentes.
         A primeira sugestão que fazemos é o fim da “promoção continuada” da maneira como está instituída. Fim da promoção por ciclos. O aluno será promovido caso tenha conhecimento do conteúdo da série em que está matriculado.
           Somente o Conselho de Classe ou Série, sem nenhum tipo de pressão, terá competência para determinar a promoção ou retenção do aluno.
         A segunda sugestão séria e corajosa que apresentamos para melhorar o sistema educacional paulista é dar um choque de revisão educacional para alunos e professores, ou seja: todas as séries teriam aulas de revisão dos conteúdos das séries anteriores de todas as disciplinas, durante um ano, ou seja; um ano para recuperar a defasagem educacional produzida pelo projeto PSDB-DEMO. No ano, em questão, não haveria promoção. Serviria apenas para recuperar a defasagem existente.
         Para todos os professores da rede estadual, efetivos ou não, seria atribuída jornada de 40 aulas semanais para trabalhar 20 aulas com alunos para revisão e 20 aulas para reciclagem do próprio professor, tendo em vista que na escola, todos são vítimas dos projetos educacionais, desde o governo de Paulo Maluf até o governo de José Serra, bem como dos seus respectivos lacaios.
         A terceira sugestão é reorganização, através de lei, do regimento disciplinar da escola para coibir desvios educacionais, bem como a violência e o tráfico de drogas.
          Instituir um profissional para cuidar da disciplina dos discentes.
         A quarta sugestão é o respeito ao professor aposentado para servir de incentivo aos professores ativos. Não pode haver nenhuma diferença entre ativos e aposentados.
         A quinta sugestão é a reivindicação por concursos públicos classificatórios de provas e títulos para acabar com a vergonhosa situação dos professores não efetivos.
         Somente com a implementação de medidas corajosas, bem como grandes investimentos, poderemos recuperar a escola para os patamares anteriores a 1979.
         A sexta sugestão é uma ampla campanha, através da mídia, para valorizar a autoridade do professor bem como da direção, para recolocar a escola no patamar anterior a 1979.
         A sétima sugestão é formular um plano para recuperação salarial no patamar anterior a 1979. Atender, imediatamente, à reivindicação do piso salarial do DIEESE para vinte aulas semanais.
         Infelizmente, sabemos que não há nenhuma vontade no PSDB/DEM, bem como na base aliada para enfrentar os desafios da escola pública.
Como sempre, as sugestões e os estudos para reverem o projeto educacional e a política salarial, não serão considerados pelo governo estadual instituído.
         Condenamos as medidas punitivas adotadas pelos governos tucanos e democratas ao longo do tempo, tendo em vista que a culpa não é do professor. Acreditamos que a sociedade sabe que o culpado é o projeto educacional existente, bem como a desvalorização da escola e do professor, em particular. Nenhuma ação será vitoriosa sem a recuperação salarial do mestre, bem como da sua autoridade.
         Enfim, para reafirmar, a tríade para solução da educação paulista é formada por ações corajosas, tais como:
         a) Fim da promoção continuada como está instituída;
         b) Reorganização do sistema disciplinar da escola;
         c) Recuperação do salário do magistério ao mesmo patamar de 1979.
         Tudo indica que a política neoliberal do PSDB/DEM continuará destruindo a escola pública paulista. Quem viver, verá!
OBS: A política de sucateamento da escola pública paulista foi a mesma política do PSDB/DEM para todo o funcionalismo do Estado de São Paulo durante quatorze anos. Neste momento (2009) José Serra (PSDB) é o governador e continua com a política dos governos anteriores.

                  


        





Obras do autor:
- Estripulias do Sapeca e do Ximbica (Infantil)
   Publicado em Marília pela Gráfica Santa Maria.
- Raça, amor e coragem.
  Publicado pela Editora Nativa – São Paulo
- Opúsculos sobre política e sindicalismo.
   Publicado pelo PDT
- Jesus, Plano Divino e Espíritos Iluminados.
            Publicado pela ALL/PRINT – Editora
          - Centenas de artigos publicados em vários jornais e revistas.

Obras a serem publicadas:
    - O que o homem quer...
    - Manual de orientação aos candidatos a cargos eletivos.




































Endereço do autor para críticas e sugestões:
Rua das Gardênias, 34 – Marília/SP
CEP – 17502-380 – Fone (14) 3422-5727
                          


            Este livro é para ampliar a consciência do magistério.

Na escola pública paulista todo mundo é vitima dos projetos educacionais dos governos estaduais, desde Paulo Maluf até José Serra. Só não vê quem não quer!

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