Professores de SP podem decretar greve por equiparação salarial
Professores de SP podem decretar greve por
equiparação salarial
O Sindicato dos Professores do
Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) prepara um calendário de
mobilizações pela valorização salarial dos profissionais em educação do estado.
A decisão foi tomada depois que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou o
reajuste em 7% do piso salarial de mais de 200 mil profissionais ativos do
quadro de magistério da rede estadual – a reivindicação da Apeoesp era de
10,15%.
Em
dezembro, em decisão de segunda instância, o Tribunal de Justiça (TJ-SP)
determinou que o governo do estado de São Paulo reajustasse em 10,15% os
salários de todos os professores de educação básica I, tanto os da ativa quanto
os aposentados, com extensão a todos os demais cargos do magistério e reflexos
em toda a carreira.
A
Justiça atendeu reivindicação da Apeoesp, que impetrou ação civil pública para
que o Estado adequasse os salários-base de todos os PEBI, visando equipará-los
ao Piso Salarial Profissional Nacional. A ação da Apeoesp também reivindicou
que o reajuste fosse extensivo a todos os cargos do magistério (professores de
educação básica II, diretores, supervisores e dirigentes de ensino).
Mas, o desembargador Ricardo Henry Marques Dip suspendeu a execução da sentença de segunda instância.
Mas, o desembargador Ricardo Henry Marques Dip suspendeu a execução da sentença de segunda instância.
Para
a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, o reajuste de
7%, é uma conquista da categoria, mas a luta continua . Não está descartada uma
greve logo após o início das aulas, que começam em 1° de fevereiro.
"Vamos
aos tribunais, vamos fazer greve de qualquer maneira, e vamos para as ruas com
os professores e as professoras lutar pelos 10,15%, uma causa ganha em duas
instâncias importantes da qual a categoria não vai desistir”, afirma.
Quanto
ao reajuste de 7%, Bebel ressalta que “não é uma concessão, uma dádiva, é
resultado da luta dos professores e das professoras que enfrentam uma batalha
jurídica e política pela valorização salarial e pela melhoria da qualidade do
ensino".
Desprezo
pela educação
Para
Bebel, o estado de São Paulo, há décadas governado pelo PSDB, tem um histórico
de desprezo pela educação pública. Ela diz que, em relação aos salários de
outros estados, a situação dos professores das professoras de São Paulo "é
vergonhosa". E isso acontece no estado mais rico do país, critica a
dirigente, que acrescenta: "São Paulo pode pagar mais porque tem uma
carreira, então tem que ser respeitada. É vergonhoso".
E
para complicar ainda mais a situação, a presidenta da Apeoesp, lembrou a PEC
55, conhecida como "PEC do fim do mundo", que congela durante 20 anos
os investimentos em educação, saúde e áreas sociais e terá um efeito dramático
na educação do estado de São Paulo e no restante do país. "Toda a educação
brasileira sofre com a instituição da PEC 95, um verdadeiro enxugamento dos
gastos por 20 anos”, concluiu Bebel.
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