Dia 3/12 os professores em greve vão lotar a ALESP
Dia
3/12 os professores em greve vão lotar a ALESP
A próxima semana será de
muita mobilização na Assembleia Legislativa.
Desrespeitando o parlamento e
os deputados estaduais, o Governo do Estado vem atropelando a democracia e está
pautando a toque caixa para a próxima terça-feira, 3/12, os projetos que fazem
o desmonte da previdência pública estadual, a saber: a Proposta de Emenda
Constitucional 18/2019 e o Projeto de Lei Complementar 80/2019.
Não há aprofundamento do
debate, os deputados mal podem opinar, não há estudos e justificativas claras
para esses projetos e o que fica evidente é que o Governo do Estado pretende
resolver problemas de caixa que não foram causados pelo funcionalismo público,
da ativa e aposentados, porque todos contribuíram e contribuem mensalmente para
suas aposentadorias.
Esses projetos vão fazer o
funcionalismo estadual trabalhar mais, pagar mais e ganhar menos. Para atingir
uma aposentadoria que recupere o salário da ativa, o servidor terá que
trabalhar 40 anos! O Governador Doria quer aumentar a contribuição do
funcionalismo de 11% para 14%, sendo que em 2007, quando criou a São Paulo
Previdência, o Governo do Estado já aumentou a alíquota de 6% para 11%.
Finalmente, o valor da aposentadoria será calcula considerando a totalidade dos
salários recebidos durante toda a vida funcional, e não 80%, como é hoje. Com
isso, salários mais baixos do início da carreira vão puxar a média para baixo e
reduzir a aposentadoria.
De novo, as mulheres serão
mais penalizadas. Terão que trabalhar mais sete anos em relação à idade mínima
atual. Os homens terão que trabalhar mais cinco anos. Na regra geral do
funcionalismo, a idade mínima da mulher passa de 55 para 62 anos e a do homem
de 60 para 65 anos. No caso do magistério, a idade mínima das professoras passa
de 50 para 57 anos e a dos professores de 55 para 60 anos.
As regras de transição para quem já está no sistema são
inaceitáveis. Pela regra do “pedágio” o servidor terá que trabalhar o dobro do
tempo que falta para se aposentar. Se faltar um ano, terá que trabalhar dois,
mas se faltarem sete trabalhará mais quatorze anos. Se faltarem dez anos,
trabalhará mais vinte anos para se aposentar. Um absurdo.
Os jovens também são
afetados. Se os atuais servidores e os que entrarem logo terão que ficar muito
mais tempo trabalhando, é claro que os jovens que pretendem ingressar no
serviço público não terão essa oportunidade. Os estudantes que concluem
licenciaturas terão mais dificuldades para lecionar nas escolas públicas
estaduais.
Por isso, nos dias 2 e 3 de
dezembro estaremos em peso na Assembleia Legislativa. No dia 2, às 14 horas, no
auditório Franco Montoro, participaremos da audiência pública que discutirá
essa reforma e que foi conquistada com muita pressão. No dia 3/12, os
professores farão sua assembleia estadual, em greve, e permanecerão na ALESP
para acompanhar todos os trabalhos, dialogando com os deputados para que
rejeitem a pressão do Governador e adiem para o ano que vem a tramitação desse
desmonte, inclusive, se necessário, não votando o Orçamento do Estado de 2020.
Professora
Bebel
Presidenta da APEOESP
Deputada Estadual
Presidenta da APEOESP
Deputada Estadual
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