APEOESP: Greve dias 14,15 e 16 de março!

             Mais uma vez os professores da escola pública estão se organizando para outro movimento grevista. Por quê?

             A falta de coerência do governo estadual chegou a tal ponto de anunciar um reajuste de 10,2% para o ano de 2012 para o Magistério da Escola Pública. A mentira é tão grande que mostra ao país uma realidade não existente, ou seja, em 1º de março incorpora no salário base uma gratificação existente há quase dez anos no valor de 5% (GAM) e em julho reajusta o salário base em 5%. Infelizmente, divulga para a sociedade que o reajuste é de 10,2%. Por que tamanha enganação?

             Por outro lado, a Lei do Piso Nacional prevê uma jornada para os professores de 2/3 das aulas com os alunos e 1/3 da jornada para atividades extraclasse. Outra vez, fomos aos tribunais para obter uma sentença que o governo deveria estabelecer a jornada conforme definidas na lei. O governo através de manobras no Tribunal de Justiça conseguiu suspender os efeitos da sentença até o “Julgamento do Mérito”. Para quê? A lei foi concebida para melhorar a qualidade das aulas das escolas brasileiras. O PSDB fala em qualidade e na prática faz o contrário.

             A lei, também, foi criada para melhorar o salário dos docentes das regiões Nordeste, Norte e Centro Oeste, onde muitos professores recebiam menos de um salário mínimo. Aqui, no Estado de São Paulo, mesmo pagando o 14º salário do Brasil, conforme matéria da Folha de São Paulo, o salário do magistério Paulista inicia pouco acima do piso nacional, com perdas de 37% desde o governo de “Mario Covas”.

             A CNTE integrada pela APEOESP, deliberou por uma Greve Nacional em defesa do piso, da Jornada do Piso e da Revisão Salarial dos Professores que recebem acima do piso.

             O espírito da lei é ninguém receber menos que o piso. Aqui, em São Paulo, com tempo, o governo quer reduzir o piso do Magistério Paulista.

             Desde a década de sessenta, época em que só havia uma tabela para os funcionários de nível superior, a educação pública sofre o arrocho salarial. O Professor Secundário, equivalente ao PEB-II, recebia várias vezes o que recebe nos dias de hoje. A Escola Pública sofreu um brutal arrocho salarial e conseqüentemente, nos testes internacionais os nossos alunos são classificados entre os piores.

             O próprio governo antes das eleições se comprometeu em refazer as tabelas do Magistério, incorporando as distorções (gratificações, prêmios, bônus, etc.), além da recuperação inflacionária.

             Os professores no Congresso da APEOESP, bem como da CNTE, deliberaram por um amplo “Plano de Lutas” iniciando com trabalho de mobilização tanto das escolas quanto da sociedade que culminará numa greve nos dias 14,15 e 16 de Março. (Reunião de RE/RA no dia 06 de Março).

         Os professores reivindicam um reajuste integral de 37% já, bem como a jornada de trabalho prevista na lei do piso

             A sociedade aponta que a educação é à base do desenvolvimento mas os governos não adotam medidas para recuperação da “imagem do professor”, bem como das suas condições de trabalho.

             As melhorias salariais, infelizmente, sempre foram oriundas de movimentos grevistas.

             Espera-se bom senso por parte do governo que se recusa negociar salários e condições de trabalho. Até agora, tudo ficou na conversa surda e monologa das autoridades constituídas.

             Devemos reafirmar: qualquer resultado positivo será extensivo aos aposentados que foram os mais prejudicados com a política do PSDB, implantada desde “Mário Covas”.

            Greve ! Ninguém quer, mas pode ser necessária para evitar maiores prejuízos à escola pública.

A palavra de ordem é MOBILIZAÇÃO ! Greve dias 14,15 e 16 de março !

Professor Juvenal de Aguiar – Diretor Estadual da APEOESP.


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