Violência Escolar!
Desde a implantação da “Progressão Continuada” que a
APEOESP mostra que não poderia funcionar, tendo em vista que não foram criadas
as condições necessárias para adoção da brilhante ideia de Paulo Freire.
Para dar
certo o projeto deveria conter na jornada do professor tempo para recuperação
dos alunos pelos mesmos professores das classes ou séries. A jornada ideal é de
vinte aulas semanais com alunos e vinte aulas com atividades extraclasses
(Horas de Trabalho coletivo, Aulas de recuperação, tempo para atendimentos dos
pais e tempo para atividades de estudo, preparação de aulas e atividades
afins). Jornada criada na capital de São Paulo, no mandato da Prefeita Luiza
Erundina que foi modificada por outros prefeitos.
A
progressão continuada é uma ideia magnífica. Infelizmente, foi adotada para
fazer economia e falsear estatísticas. Isto é tão verdade que houve um ano que
os alunos que estavam reprovados em até todas as disciplinas fizeram um
trabalho sobre fotografia e foram aprovados em todas as disciplinas.
A
progressão continuada virou automática e desde o “Governo de Mário Covas” está
provocando o caos nas “Unidades Educacionais”.
O
projeto funciona há duas décadas e provocou; a) A falta de responsabilidades de
pais e alunos; b) O professor está abandonado na sala de aulas; c) O professor
está desmotivado; d) O regimento disciplinar caiu no esquecimento; e) Uma
parcela de alunos vai a escola para aprontar atos de indisciplina; g) Muitos
pais chamados à escola para ajudar na educação dos filhos entram em defesa da
prole, como péssimo exemplo. Por outro lado: a) Os pais e as crianças se
afastaram das igrejas; b) As crianças e adolescentes não respeitam os mais
velhos, nem os pais, nem autoridades e muito menos os professores; c) A docência
virou atividade de risco; d) Uma parcela dos professores iniciantes abandona a
profissão após alguns dias de trabalho e e) A falta de professores é evidente
(A política salarial baseada na meritocracia está funcionando ao
contrário).
Como
consequência de tudo isso a violência escolar explode em todas as cidades do
estado de São Paulo. Só não vê. Quem não quer.
Para
resolver o problema são necessárias algumas medidas corajosas: a) Aplicar o
Regimento Disciplinar dos alunos (Ainda é lei. Nunca foi revogado), com apoio
do Ministério Público e do Conselho Tutelar. Os atos de indisciplina devem
sofrer as punições previstas na Lei. Inclusive penalizando os pais ou
responsáveis na reincidência de faltas graves, isto com o apoio do Ministério
Público.
Por outro
lado é necessário que o governo do nosso estado abandone a demagogia e faça uma
valorização econômica do Professor.
Se tudo
continuar como está, a violência escolar crescerá geometricamente e uma parcela
da nossa juventude será usada como reforço do crime organizado.
A
política do “engana que eu gosto” continua fazendo vítimas nas escolas.
O
momento do debate já acabou. Agora é o momento de ação. “O professor exige
respeito, salário e nova jornada de trabalho” O atendimento a esta tríade será
o início do declínio da violência escolar, juntamente com as outras medidas
inseridas neste artigo.
O
Magistério é um conjunto de funcionários públicos que são desacatados por
alunos, pais e responsáveis contrariando as leis em vigor. Isto é uma
barbaridade! Não pode continuar! Isto é um estimulo ao crescimento da violência
escolar.
O governo Alckmin continuará destruindo
a Escola Pública do Estado de São Paulo. Quem viver...Verá.
Parece
que o “neoliberalismo” quer privatizar o sistema escolar ou será política
deliberada do PSDB?
Professor Juvenal de Aguiar – Diretor Estadual da APEOESP.
Publicado no Jornal da Manhã de 01/05/2012.
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