Ditadura, nunca mais!
Ditadura,
nunca mais!
A
revelação do Departamento de Estado norte-americano e da CIA, de que o General
Geisel, tido por muitos como “fiador da abertura democrática” no período da
ditatura militar, autorizou assassinatos e torturas de adversários do regime,
reforça em nós a responsabilidade de lutarmos para que o Brasil jamais volte a
viver momentos como aqueles.
Causa
muita preocupação que, diante dos rumos que vem tomando a política brasileira,
alguns formadores de opinião ainda declarem que não houve ditadura no Brasil,
ou considerem que aquele regime beneficiou o nosso país, ou, ainda, defendam
uma “intervenção militar” no Brasil.
Mais
preocupante ainda é que um dos pré-candidatos à Presidência da República
defendam abertamente esses pontos de vista, elogie torturadores do período
militar, ofenda parlamentares do campo da esquerda, inclusive – ou sobre tudo –
mulheres e que seus seguidores se destaquem por protagonizar episódios de
agressões físicas, misoginia, preconceitos contra negros, mulheres e
homossexuais e atentados a tiros contra lideranças populares.
Uma
sociedade saudável deve zelar, em primeiro lugar, pela liberdade de expressão e
organização, num ambiente de respeito à diversidade, à pluralidade de ideias e
à possibilidade de debates que possam conduzir a propostas que melhorem a
qualidade de vida do povo e conduzam ao desenvolvimento econômico, social e
cultural, com distribuição de renda e justiça para todos. Os intolerantes que
seguem o candidato a que me referi pregam exatamente o contrário: um sistema
político baseado no medo, na dominação do mais forte e na utilização do aparato
estatal para intimidar a maioria em benefício de uma pequena minoria.
Infelizmente,
alguns segmentos e partidos que se dizem “democratas”, fecham os olhos e
objetivamente contribuem para o crescimento desse setor reacionário, xenófobo,
racista e machista da nossa sociedade, apenas porque lhes interessa a derrota
de um determinado partido político, cuja maior liderança, o ex-Presidente Lula,
se encontra preso sem que nenhuma prova tenha sido apresentada demonstrando sua
culpa em relação às acusações que lhe são feitas.
Não
percebem esses setores, que a destruição da democracia também lhe tirará o
espaço de atuação, pois os fascistas desprezam a sociedade democrática e
pretendem tão somente se instalar no poder para instituir um modelo de governo
autoritário, centralizado, monolítico e avesso à existência de pluralidade
partidária.
Ainda
há tempo de impedir o desastre.
Professora
Bebel
Presidenta
da APEOESP
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