Sobre o capitalismo selvagem no Brasil.



Sobre o capitalismo selvagem no Brasil.
Já faz algum tempo que membros da sociedade civil buscam compreender como foi montada a nossa impagável dívida Interna? Aparentemente, tal dívida resulta da ciranda financeira, principalmente da voracidade dos banqueiros na cobrança de juros elevados sobre os empréstimos.
Como temos menos de 10 grandes redes bancárias operando em nosso país, não há concorrência e a promiscuidade institucional é enorme desde a decisão do Governo Fernando Henrique Cardoso que instituiu a autonomia ao Banco Central, o qual, desde então, possui um banqueiro como presidente.
Salvo melhor juízo, nossa crise financeira decorre de estratégias do Banco Central junto à rede bancária na produção da dívida pública, a qual aumenta exponencialmente. O Presidente Lula pagou a dívida externa, inclusive tornando o Brasil credor do FMI. Infelizmente, porém, ele não teve tempo para resolver o problema da dívida interna, o qual foi apenas timidamente enfrentado pela Presidente Dilma, até por conta das dificuldades decorrentes da crise econômica internacional que se aprofundou a partir de 2010.
            A rede bancária privada estipula juros abusivos e afasta os tomadores de empréstimos, as pessoas físicas e jurídicas. Diariamente sobram recursos na rede bancária, os quais são recolhidos ao Banco Central em troca de títulos da dívida pública. Assim, os bancos recebem os juros no vencimento dos títulos que adquiriram, permanecendo a dívida principal, fazendo a dívida interna crescer artificialmente. Devemos ressaltar que a rede bancária, por definição, apenas especula com o dinheiro alheio, não colabora de fato com o setor produtivo, somente o estrangula, não está contribuindo para a geração de empregos (inclusive automatizando cada vez mais seus próprios serviços), ampliando a ciranda financeira existente.
Para entender melhor, vamos considerar que na América do Norte e na Europa Ocidental existem milhares de redes bancárias que forçam uma natural competição dentro do sistema financeiro. Essa tática reduz os juros, permitindo a empresas e pessoas físicas tomar empréstimos que geram empregos e desenvolvimento dos países.
Aqui, entre nós, somos vítimas de um sistema financeiro desumano que paralisa a nossa economia, gerando todos os tipos de crises. Agora os banqueiros querem mais. Querem lucrar com os recursos da Previdência, da infraestrutura, do setor elétrico, e estatais lucrativas, controlando políticos que enganam a população distorcendo dados.
Em suma, a maioria dos problemas brasileiros é decorrente da dívida interna criada e controlada por menos de dez banqueiros. A geração de empregos e o desenvolvimento do nosso país dependem de auditoria na dívida que, acreditamos, já foi paga de fato várias vezes, caso seja calculada de modo adequado.
Lamentavelmente, este problema só pode ser resolvido por estadistas que defendam os interesses e o bem estar dos brasileiros. Mas o que temos no país neste momento é uma grande quantidade de políticos desqualificados, comprometidos com um capitalismo desumano a serviço de interesses que não são os nossos.
Juvenal de Aguiar – Diretor Estadual da APEOESP e Vice Presidente do PT de MARÍLIA
Maria Elvira Nóbrega Zelante - Professora Aposentada
Mariana C. Broens - Professora da UNESP.


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