Por que o Brasil vai parar no dia 14/06?
Por que o Brasil vai parar no dia 14/06?
Entidades da sociedade civil organizada estão chamando os
cidadãos preocupados com o futuro de nosso país para uma greve geral no dia
14/06 em defesa do direito a uma aposentadoria digna. As centrais sindicais – CUT,
CTB, Força Sindical, CGTB , CSB, Nova Central, CSP-CONLUTAS e Intersindical –
estão organizando a greve na tentativa de combater políticas públicas
favoráveis aos grandes empresários e banqueiros e contrárias aos interesses da
maioria da população brasileira.
Há
muitas razões para os brasileiros e as brasileiras de bem aderirem à GREVE
GERAL, na próxima sexta-feira, 14/06. Apresentaremos aqui algumas das
principais.
A Reforma da Previdência proposta pelo Governo Bolsonaro
de fato acaba com
o direito à aposentadoria de milhões de trabalhadores e trabalhadoras. Por
que afirmamos isso? Porque na reforma proposta não é mais possível o trabalhador se aposentar por tempo de
contribuição: mesmo que a pessoa comece a trabalhar
com 16 anos, só poderá se aposentar aos 62 anos, tendo trabalhado 46 anos se
for mulher, ou aos 65 anos, tendo trabalhado 49 anos se for homem. Além disso,
o tempo mínimo de contribuição para a pessoa poder se aposentar por idade, que
hoje é de 15 anos, passa a ser de 20 anos, e muda o cálculo do valor do
benefício para reduzir o valor pago pelo INSS - trabalhadores vão receber
apenas 60% do valor do benefício.
Quem já está aposentado também será prejudicado pela
reforma: isso porque a
reforma exclui da Constituição Federal a norma que determina a reposição da
inflação para os benefícios dos setores público e privado cujo valor é superior
ao do salário mínimo. Pior ainda, os reajustes do salário mínimo não serão mais
utilizados como base de cálculo para corrigir os valores de aposentadorias e
pensões.
A reforma
prejudica viúvas e órfãos, doentes, acidentados e inválidos. Isso se deve a que, pelas regras
propostas na reforma, no caso de morte, o cônjuge receberá 60% do valor do
benefício a que o/a falecido/a tinha direito, mais 10% por dependente. Já os
trabalhadores que tiverem sofrido acidentes fora do local de trabalho ou
estiverem doentes ou inválidos vão receber apenas 60% do valor do
auxílio-doença ou da aposentadoria apenas se tiverem contribuído para o INSS
por pelo menos 20 anos.
Porém,
a mais pérfida proposta, ainda não apresentada formalmente, mas prometida pelo
Governo a empresários e banqueiros, é a implantação de aposentadoria pelo
Sistema de Capitalização. Esse sistema estabelece uma espécie de poupança do
trabalhador, cujos fundos são geridos por bancos e, embora sejam utilizados
para gerar lucro, o banco ainda cobra do trabalhador uma taxa de administração.
Se essa proposta for aprovada, empresários e governo deixarão de contribuir
para o INSS, como ocorre atualmente, deixando o trabalhador desamparado se
ficar desempregado, adoecer ou não tiver mais condições, depois de uma certa
idade, de realizar trabalhos que exijam grande esforço físico.
A
retórica oficial de que a reforma proposta “vai acabar com privilégios” é pura
desfaçatez: os mais prejudicados serão os trabalhadores da construção civil, os
que exercem um trabalho que exija grande esforço físico, os trabalhadores
rurais, vigilantes, as mulheres que realizam serviço doméstico, cujos direitos
trabalhistas mal foram reconhecidos até hoje, os homens e mulheres que executam
trabalho de limpeza e manutenção, comerciários e todos aqueles trabalhadores
cujos salários sejam inferiores a 2 ou 3 salários mínimos. Esses trabalhadores
não conseguem poupar para enfrentar a velhice, utilizam seu salário para suprir
suas necessidades básicas, criarem seus filhos e cuidarem da família com muito
esforço e dificuldade.
Por
estas razões, vamos parar na próxima sexta-feira 14/06! Vamos nos encontrar na
frente do terminal de ônibus às 16h00 para participar com nossa presença do
debate em torno à reforma previdenciária que, se aprovada, poderá prejudicar
muitas gerações de trabalhadores e trabalhadoras de nosso país.
Juvenal de Aguiar –
Diretor Estadual da APEOESP e Vice Presidente do PT de MARÍLIA. Blog: garraecoragem@blogspot.com
Maria Elvira Nóbrega Zelante - Professora de Literatura
Mariana C. Broens -
Professora da UNESP.
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