A ofensiva do secretário da Educação contra a vida
A ofensiva do secretário da Educação contra a vida
Reunindo dezenas de automóveis, representando todas as regiões
do estado, a APEOESP realizou uma carreata estadual na capital, partindo do
MASP, na Avenida Paulista e se encerrando na frente da SEDUC, na Praça da
República, em defesa da vida, contra a reabertura das aulas presenciais na
pandemia e pela vacinação já. Havia também faixas contra o confisco nos
salários dos aposentados e pensionistas.
Durante a carreata a população saudou os participantes,
demonstrando apoio à iniciativa, que visa preservar a saúde e a vida de
professores, estudantes, funcionários e de suas famílias, pois o momento é de
agravamento da pandemia.
Entretanto, o secretário da Educação conseguiu derrubar a
liminar concedida ontem pela juíza Simone Gomes Casoretti, da 9a Vara da Fazenda
Pública da Capital, que impedia o retorno às aulas e atividades presenciais nas
redes públicas e privadas do Estado de São Paulo.
O presidente do TJ-SP, des. Geraldo Pinheiro Franco, suspendeu a
liminar. A APEOESP e demais entidades recorrerão contra essa decisão, que não
atacou pontos importantes levantados pelo nosso sindicato, notadamente a
precariedade da infraestrutura das escolas públicas estaduais e o risco de
contágio de profissionais da Educação e estudantes. Nossa argumentação está
amparada em dados técnicos, produzidos pelo Instituto de Arquitetos do Brasil
(IAB), pelo Dieese e por autoridade médica renomada, que não foram questionados
pelo Governo do Estado.
Não haverá volta às aulas sem segurança aos profissionais da
Educação. Pelo direito à vida e pela prioridade dos professores na vacinação.
A APEOESP prosseguirá sua luta incondicional pela vida. As
subsedes estão realizando reuniões de representantes e no dia 5/2 a assembleia
regionalizada debaterá a deflagração da greve a partir de 8/2, caso o
secretário insista em reabrir as escolas. Para proteger a vida, as aulas e
atividades devem ser realizados de forma remota.
Em suas entrevistas aos meios de comunicação, o secretário vem
incorrendo em contradições e desinformação para justificar sua intransigência
com a irresponsável volta às aulas nas escolas paulistas.
O secretário exerce o pior tipo de negacionismo, que parte de
uma pessoa que tem poder para impedir uma enorme taxa de progressão dos
contágios, adoecimento e, inclusive, mortes pela COVID-19.
Alegar que as escolas possuem baixo índice de contaminação é
desconhecer que a volta às aulas implicarão no deslocamento simultâneo de
milhões de pessoas em transportes coletivos.
Entre tantas outras, o secretário se contradiz quanto à
vacinação. Se, como ele diz, os professores foram incluídos no grupo
prioritário de vacinação, é porque o Estado reconhece sua vulnerabilidade à
pandemia. Diferentemente dos profissionais da saúde, que precisam estar em
trabalho presencial para salvar vidas, está demonstrado que professores e
funcionários das escolas, além do quadro de suporte pedagógico, podem realizar
seu trabalho de forma remota. Por que, então arriscar suas vidas. Para vencer
uma disputa com o sindicato? Quanta irresponsabilidade!
Professora Bebel
Presidenta da APEOESP
Deputada estadual
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