*Até onde vai o autoritarismo do Secretário de Educação?
*Até onde vai o autoritarismo do Secretário de Educação?
Em
mais um ato de autoritarismo, o secretário estadual da Educação, Rossieli
Soares, mostrou todo o despreparo e o descaso da gestão Doria com a vida da
população paulista, ao se negar a receber um ofício sobre a volta às aulas
presenciais, em meio a nova e mais grave fase da pandemia do Novo Coronavírus.
Após
realizarmos um ato simbólico contra a volta às aulas presenciais neste momento
de pandemia nesta sexta, 22 de janeiro, em frente à sede da Secretaria Estadual
de Educação, na Praça da República, capital, nos dirigimos à entrada do prédio
para protocolar o ofício, momento em que esta entrada foi bruscamente fechada.
Solicitei
então que uma comissão formada por cinco professores, dirigentes da APEOESP,
pudessem entrar apenas para protocolar o nosso documento, o que foi negado pelo
secretário. Nunca esperaríamos que, em um país democrático, fosse negado o
direito de nos manifestar, que tentassem calar nossas vozes dessa forma. Porém,
concluímos que é tudo podemos esperar de um governo que insiste em colocar em
risco a vida de milhões de estudantes, professores, funcionários e suas
famílias.
O
Brasil fechou o dia 21 de janeiro registrando mais de 8,6 milhões de casos de
cobid-19 e mais de 214 mil mortes. No estado de São Paulo, já ocorreu o
registro de mais de 1,6 milhão de casos, com a ocorrência de mais de 50 mil
mortes. Que mais é necessário acontecer para o governo Doria desista de sua
política genocida com relação à reabertura das escolas? Por que não ouve
cientistas como o diretor do Instituto Butantã, que em entrevista para o Jornal
da Cultura (na TV Cultura, ligada ao próprio governo estadual) desaconselhou a
reabertura das escolas?
Hoje
as escolas estaduais não possuem estrutura adequada para a garantia de um
protocolo sanitário que garanta a defesa da vida e não há vacinação. O governo
não pode ser contraditório a ponto de considerar o trabalho dos profissionais
da educação como essencial e não os colocar no plano de vacinação, junto a
profissionais da saúde, idosos e indígenas.
Nesse
quadro, não faz o menor sentido confinar professores e estudantes em ambientes
fechados e mal ventilados, em locais sem a estrutura adequada para a efetivação
dos protocolos sanitários, como são as nossas escolas.
Um
diagnóstico encomendado pela APEOESP e realizado pelo Instituto de Arquitetos
do Brasil (IAB/SP) e pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos
Socioeconômicos (Dieese), em agosto do ano passado, concluiu que 82% das
escolas não têm mais de dois sanitários para uso dos estudantes; 13% não têm
quadra ou ginásio; e 11% não têm pátio para atividades ao ar livre.
Ao
mesmo tempo, o professor Paulo Saldiva, titular do Departamento de Patologia da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), elaborou parecer, a
pedido da APEOESP, ressaltando que “em ambientes fechados, como as salas de
aula, a transmissão da COVID-19 é facilitada pela baixa dispersão do aerossol”
e que uma volta às aulas sem que os professores sejam vacinados é temerária.
“Determinar o retorno às aulas sem que seja preenchida essa condição não
permite a conclusão, à luz da ciência, de que o retorno será efetivamente
seguro, nos termos da consulta que me foi apresentada".
Professora Bebel
Presidenta da APEOESP
Deputada Estadual
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