*Secretário da Educação se contradiz sobre condições estruturais das escolas estaduais*
*Secretário da Educação se contradiz sobre condições estruturais
das escolas estaduais*
Relatório divulgado em abril de 2019 e assinado pelo Secretário
Estadual da Educação, Rossieli Soares, apontou que mais de 80% das escolas da
rede estadual de ensino tem mais de 30 anos de idade e que a drástica redução
de verbas para a educação impactou diretamente no atendimento das necessidades
de infraestrutura das escolas.
Entretanto, em artigo publicado na seção Tendências &
Debates do jornal Folha de S. Paulo em 3 de agosto deste ano, o secretário
mudou radicalmente sua avaliação, comemorando de forma entusiasmada a suposta
preparação das escolas para receber, com todas as condições de infraestrutura e
segurança sanitária, milhões de estudantes e centenas de milhares de
profissionais da Educação em plena pandemia, na presença da altamente infecciosa
variante Delta do novo coronavírus.
É difícil crer que os gravíssimos problemas então denunciados
tenham sido resolvidos, quando sabemos que não houve aporte significativo de
novos recursos para a educação pública paulista. Não vale citar pintura de fachadas,
paredes e reforma de piso como exemplos de preparação das escolas para a
proteção da saúde e da vida de crianças e jovens não vacinados e dos
profissionais da educação, cuja maioria ainda não recebeu a segunda dose da
vacina.
Levantamento realizado pela seção paulista do Instituto dos
Arquitetos do Brasil e DIEESE, por solicitação da APEOESP, mostrou que 82% das
escolas não possuem mais que dois banheiros, mais de mil salas são inadequadas
para a realização de aulas, pois são adaptações mal feitas de espaços
originalmente destinados a outras finalidades e há graves problemas de
ventilação da maioria absoluta das salas de aula, pois os vitrôs são pequenos,
situados no alto e via de regra estão emperrados.
Não adianta o secretário da educação dourar a pílula e
agir como fanfarrão. A comunidade conhece as escolas. Por isso, 80% dos
professores e 75% dos estudantes temem adquirir covid 19 no retorno às aulas
presenciais e também por isso a maioria dos pais e mães não estão enviando seus
filhos às escolas, como resultado do diálogo que com eles a APEOESP tem
mantido.
Reafirmamos que o retorno às aulas presenciais só deve ocorrer
quando todos os profissionais da educação tiverem recebido a segunda dose da
vacina, haja um percentual seguro de vacinação da comunidade, condições de
segurança sanitária e mudanças reais na infraestrutura das escolas.
Continuamos afirmando nossa luta incondicional em defesa da
vida. Aprendizagem se recupera. Vidas não.
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