AS CONTRADIÇÕES DE ROSSIELI SOARES
As
contradições de Rossieli Soares
O
secretário da Educação, Rossieli Soares, é um poço de incoerências. Ele é fiel
escudeiro do governador João Doria, que dividiu nas eleições a denominação
BolsoDoria para se eleger na onda conservadora de 2018, e que tornou a
vacinação uma peça de marketing e continua a fazê-lo.
Porém,
muitas das afirmações e medidas de impacto deste governo contrastam com sua
prática cotidiana.
Nesta
semana, Doria e Rossieli saíram a campo para defender a vacinação de crianças,
mencionando, inclusive, que irão promover a imunização dentro das escolas.
Por
evidente sou totalmente a favor da vacinação das crianças, medida fundamental
para evitar a propagação da Coivid 19 neste segmento altamente vulnerável e
necessária para conter a doença nas demais faixas etárias, sobretudo sua
variante ômicron, altamente contagiosa. O que causa estranheza é que o
secretário, que fala agora em proteger as crianças, trabalhou incessantemente
para antecipar a volta às aulas presenciais no estado de São Paulo desde o
segundo semestre de 2020, quando a pandemia estava em pleno auge, contrariando
recomendações de autoridades sanitárias internacionais e nacionais, inclusive
de seu próprio governo.
Felizmente,
múltiplos setores da sociedade, com grande destaque para o nosso sindicato, a
APEOESP e para os pais e mães de nossos estudantes, se levantaram contra esse
absurdo. Fomos à justiça e chegamos à greve em defesa da vida, no início de
2021, conseguindo retardar esse retorno total às escolas até a segunda quinzena
do ano passado, após a vacinação dos profissionais da educação, que
conquistamos com uma campanha que se iniciou em dezembro de 2020.
Quem
agora se apresenta nos meios de comunicação preocupado em salvar vidas, não
demonstrou a mesma preocupação quando, de fevereiro a agosto de 2021, em levantamento
parcial realizado com grandes dificuldades pela APEOESP, se contabilizou nada
menos que 3 mil casos de COVID-19 nas escolas estaduais em razão das atividades
presenciais, com pelo menos 110 óbitos. Esse mesmo secretário promoveu diversos
encontros presenciais sem respeitar protocolos de segurança sanitária. O maior
deles, realizado em Águas de Lindóia com diretores de escola, em outubro de
2021, com viés eleitoral, provocou uma onda de indignação.
É
verdade que temos no nosso país um presidente genocida, que de forma consciente
e deliberada tomou decisões que levaram ao número assustador de 620 mil vidas
perdidas para a COVID-19 - a maioria delas poderia ter sido evitada. Mas é
verdade também que no estado de São Paulo ocorreram mais de 155 mil dessas
mortes, o que representa em torno de 25% do total. Nosso estado, porém, possui
20% da população brasileira.
Os
números são claros: faltou qualidade nas políticas adotadas pelo governo Doria
para conter o vírus. A tragédia não foi maior porque grande número de prefeitos
e prefeitas, dos mais diversos partidos, foram muito além das medidas erráticas
adotadas pelo governador marqueteiro. Alguns, ameaçados pelas parcelas mais
reacionárias e negacionistas da sociedade tomaram as medidas necessárias que Doria
não teve coragem e competência para tomar, como é o caso do prefeito petista
Edinho Silva, de Araraquara. Muitas vidas foram salvas graças a esses gestores
públicos.
É
preciso lembrar mais uma vez que enquanto Doria e Rossieli forçavam estudantes,
funcionários e estudantes a retornar ás escolas, centenas de prefeitos e
prefeitas, dialogando com diretores, diretoras, conselheiros e conselheiras da
APEOESP mantinham decretos restritivos às atividades escolares presenciais ou,
simplesmente, mantinham integralmente o ensino remoto. A sociedade também deve
agradecer a essas autoridades muitas vidas preservadas.
Vacinar
nossas crianças é obrigação dos governantes. Trata-se de política pública de
saúde e medida imperativa frente à pandemia que estamos enfrentando. Chega de
fazer política com a vacina!
Professora
Bebel
Presidenta da APEOESP
Deputada estadual – líder da bancada do PT na ALESP
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