Escravismo nas Escolas Públicas do Estado de São Paulo
O projeto educacional do governo do
Estado de São Paulo, desde a época de Mário Covas, foi culpar o professor pelo
fracasso da escola paulista. Nós já denunciamos centenas de vezes que o atual
projeto pedagógico é um engodo. Ao fragilizar os professores a aula se torna
cada vez pior e consequentemente os resultados são decadentes.
Medidas como a promoção continuada que
se torna automática, por imposição das autoridades educacionais, bem como a
falta de um regime disciplinar, tornam o trabalho docente cada vez mais
estressante.
A última medida tomada, sem consultar
as entidades de classe, é a possibilidade de acumular com outra jornada de
trabalho. Isto é escravismo! Obrigar, pela situação de arrocho salarial que
docentes trabalhem 65 aulas semanais.
Por que o governo do principal estado
da União faz concursos públicos com os piores pisos salariais quando comparados
com os demais funcionários públicos? Como pode dar qualidade à Educação quando
concursos para cargos de ensino médio de outras áreas são oferecidos salários
maiores que os concursos públicos para docentes, onde se exige curso superior?
Onde está a isonomia salarial?
O contrato da categoria “O” é uma
espécie de escravismo tendo em vista que não oferece os mesmos direitos dos
docentes das outras categorias.
Agora, oferece aos docentes efetivos e
estáveis a possibilidade de acumular, com uma função de 24 horas, também como
categoria “O”.
O arrocho salarial obrigará muitos
colegas, contra sua própria vontade e por necessidade econômica a assumir novo
contrato de trabalho. Isto é uma barbaridade!
O governo do estado toma essa
providência como medida de desespero, tendo em vista que não há mais
professores que desejam ingressar na profissão. A consequência será muito pior.
Não há docente que aguente ministrar 65 aulas semanais por muito tempo, ou
seja: O número de faltas e licenças médicas serão maiores, bem como os futuros
alunos das licenciaturas vão desaparecer.
O governo Alckmin com as suas medidas
chama de “idiotas” todos os alunos das nossas faculdades de Filosofia, Ciências
e Letras. Será que em sã consciência a nossa juventude assumirá uma profissão,
que exige para sobreviver uma jornada de trabalho com 65 aulas semanais? É mais
um tiro no desastre da Educação Pública Paulista.
O Secretário da Educação está certo. Cumpre
as orientações do governo que pertence e ao mesmo tempo para enganar, faz um
discurso contraditório prometendo qualidade na escola paulista, para nosso
desespero, toma medidas desastrosas. Esse
é o pensamento do PSDB.
A
Sociedade Paulista está ciente da realidade da escola pública, sendo que a
elite aprova as medidas do PSDB, tendo em vista que atinge somente os “filhos
da classe trabalhadora”. Infelizmente é uma escola que não produz os valores
para o desenvolvimento do país. A juventude aprende, cada vez menos, desde a
época do maldoso “Mário Covas”.
Os
intelectuais do PSDB propagam máximas absurdas, tais como: “O salário não é
importante para melhorar a qualidade da educação paulista” e ao mesmo tempo
exige que “o professor resolva todos os problemas da escola e da comunidade”.
A
solução é claro, basta analisar o resultado dos exames nacionais e
internacionais. Onde o professor é respeitado e valorizado com salários
compensadores, os resultados são os melhores. Existem países que remuneram seus
docentes com salários até dez vezes maiores que os professores paulistas.
A
solução é clara. Já apontamos milhares de vezes, ou seja: Carreira atraente, com
salários compensadores, jornada do piso, devolução da competência de aprovar e
reprovar ao professor, bem como respeito ao professor aposentado. Ninguém em sã
consciência assumirá uma carreira que não respeita os seus aposentados.
Nós
condenamos a jornada de 65 aulas semanais. Isto é “escravismo”!
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