Semana de luto e de luta


Semana de luto e de luta
Esta semana termina sob o signo da revolta, da indignação, mas também da luta.
Na quarta-feira, o Prefeito de São Paulo, João Doria, agiu com extrema violência contra as professoras e os professores que protestavam contra a reforma da previdência municipal que confisca grande parte de seus salários. Por sua ordem, em acordo com o Governado do Estado, a Guarda Civil Municipal, juntamente com a Polícia Militar, agrediram todos e todas que se encontram dentro e nas imediações da Câmara Municipal, chegando a quebrar o nariz de uma professora a golpes de cassetete.
Não vamos aceitar essa violência. Tão logo tomei conhecimento dos fatos, emiti uma forte nota de repúdio e coloquei nosso sindicato à disposição desta luta. Foi forte e imediata também a reação dos professores e professoras. Na quinta-feira, todas as escolas municipais foram paralisadas e a luta está continuando.
Também não posso me calar frente à brutal execução da Vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes no Rio de Janeiro. Ela vinha denunciando a violência policial contra jovens pobres e negros das favelas e da periferia. Acabou sendo vítima dessa mesma violência, que a intervenção militar no Rio não consegue evitar. Pelo contrário, esse tipo de “solução” autoritária apenas cria um manto que protege grupos milicianos e outros agrupamentos que ameaçam as comunidades e dominam grande parte da população pelo medo.
Durante a semana, também tivemos uma vitória. O reajuste salarial de 7% concedido pelo Governador foi finalmente aprovado pelos Deputados Estaduais. É muito pouco, mas esse reajuste rompe com a política de reajuste zero que vinha praticada desde 2014. O mais curioso é que, apesar de ser um projeto do Governador, somente com muita pressão e três semanadas de mobilizações na Assembleia Legislativa o projeto foi aprovado. Entretanto, há um reajuste maior, de 10,15%, que conquistamos na justiça. O Governo perdeu todos os recursos e terá que pagar.
A atual situação do Brasil é marcada pelo intolerância, pelo conflito e pela insegurança. Nós, da APEOESP, temos a tradição de não aceitar passivamente as dificuldades e de continuar sempre lutando em busca de nossos sonhos e de nossas necessidades. E assim vamos continuar atuando.
Professora Bebel
Presidenta da APEOESP

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