POLÍTICA SEM ÉTICA
*POLÍTICA SEM ÉTICA *
Vivemos
um momento no Brasil no qual a ética na política foi substituída por um vale
tudo sem precedentes e os interesses da população são colocados em último plano
frente a interesses de grupos políticos e econômicos. Os casos se sucedem de
forma avassaladora.
Depois
de muitas manifestações de desrespeito para com a vida humana e as centenas de
milhares de vítimas da covid 19, o presidente da República, Jair Bolsonaro,
tenta utilizar a própria doença que o acomete para obter dividendos eleitorais
e afastar da mídia os gravíssimos indícios de corrupção de seu governo – que
podem envolvê-lo diretamente – que se renovam a cada dia, na CPI do Senado
Federal.
Em
plena pandemia, faz questão de postar sucessivas fotos sem máscara, inclusive
visitando outra paciente, também sem máscara, no hospital onde está internado
em São Paulo, sob a indiferença da direção do referido hospital.
Ao
mesmo tempo, o governador João Doria, na ânsia de coletar números para
apresentar na campanha eleitoral de 2022, promoveu aglomeração no Memorial da
América Latina em São Paulo para anunciar a inclusão de novas escolas no
Programa de Ensino Integral em 2022. Três dias depois testou novamente positivo
para covid. Terá se infectado antes ou depois dessa aglomeração? Quantas pessoas
terá colocado em risco o governador que utiliza o marketing de pessoa
preocupada com a saúde pública, em sua disputa eleitoral com Jair Bolsonaro?
Doria
consegue ter indicadores de intenção de voto muito piores que Bolsonaro para
sua provável candidatura à Presidência da República, índices que podem
prejudicar também seu candidato ao governo de São Paulo. Não por acaso, mas
porque fez uma gestão destruidora no Estado e busca bandeiras eleitorais.
O
PEI não é um programa que atenda às necessidades dos estudantes. Ao contrário,
a transformação de escolas regulares em PEI deixa estudantes que trabalham sem
escola, porque geralmente não encontram outra unidade escolar próxima de sua
residência e deixam de estudar, pois a sobrevivência nos tempos de hoje é a maior
prioridade.
Além
disso, uma educação integral, diferente desse programa do governo, é muito mais
que deixar estudantes e professores mais tempo na escola. É mais que dar uma
mão de tinta nas escolas. Exige escolas estruturadas com laboratórios, bibliotecas,
salas de informática com banda larga, espaços culturais, espaços de convivência
e um projeto político-pedagógico que integre ensino-pesquisa-cultura-
Finalmente,
entre tantos exemplos de falta de ética, aqueles apoiadores e Bolsonaro e
Doria, que tanto gritaram e denunciaram o Fundo Partidário, acabam de aprovar
no Congresso Nacional que em 2022 esses recursos sejam triplicados.
Podemos
mudar tudo isso em 2022. Antes, precisamos tirar Bolsonaro e sua turma do
governo federal.
Professora
Bebel
Presidenta da APEOESP
Deputada Estadual
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