O TRIPLEX DE JUSCELINO KUBITSCHEK(JK)



O TRIPLEX DE JUSCELINO KUBITSCHEK(JK): A) A DIREITA, O UDENISMO MORALISTA SEM MORAL, MASSACROU JK NA DÉCADA DE 1960 COMO SENDO O “MAIOR LADRÃO” DO BRASIL; B) O EX-PRESIDENTE FOI ACUSADO DE SER DONO DE UM APARTAMENTO TRIPLEX QUE NÃO ERA DELE; C) DONA SARA, MULHER DE JK, FOI CRIMINALIZADA; D) A MÍDIA ANTI-JK ERA OS JORNAIS DO RIO E SP (O GLOBO, ESTADÃO, FOLHA); E) JK LIDERAVA A DISPUTA PARA A ELEIÇÃO DE 1965 (CANCELADA PELOS MILITARES); F) JK FOI CASSADO. A HISTÓRIA SE REPETE? 

A deputada Marília Campos (PT/MG) publica um importante artigo do historiador e jornalista, Paulo César de Araújo, no “insuspeito” jornal Folha de S.Paulo, no dia 23/01/2018, sobre as perseguições a JK na década de 1960. Veja uma parte do final do artigo de Paulo César de Araújo: “Às 19h27, de segunda-feira, dia 8 de junho de 1964, o programa A Voz do Brasil irradiou o decreto do marechal Castelo Branco, que cassava o mandato de JK e suspendia seus direitos políticos por dez anos. Para alegria dos adversários, o grande favorito às eleições presidenciais de 1965 estava banido da disputa.(...) Juscelino Kubistchek recebeu a notícia da cassação cercado de amigos e familiares em seu apartamento, na Vieira Souto. Dona Sarah mostrava-se muito abatida e revelou ter tomado tranquilizantes. "Isso tudo foi uma barbaridade", desabafou. Lá fora, uma multidão se aglomerava nas imediações do Edifício Ciamar (hoje, JK) e o tráfego ficou congestionado nas duas pistas da avenida. Algumas senhoras choravam pelo ex-presidente, enquanto um grupo de golpistas e lacerdistas gritava "ladrão! ladrão!". Houve então um início de briga, foram acionadas tropas da Polícia Militar e algumas pessoas ficaram levemente feridas.(...) O tumulto só terminou quando os manifestantes anti-JK bateram em retirada pela praia de Ipanema. Por volta das 22 horas, Juscelino Kubitschek apareceu à janela abraçado com sua esposa, ocasião em que os populares deram vivas à democracia e cantaram o Hino Nacional e o Peixe vivo. Pouco depois, com a voz embargada o ex-presidente ditou um manifesto em que afirmava: "Sei que os meus inimigos me temem porque temem a manifestação do povo, e assim, com esse ato brutal, me afastam do caminho das urnas, única manifestação válida num regime verdadeiramente democrático". Disse também que embora "silenciado pela tirania, restarão documentos irrefragáveis, restará a reparação que a história oferece, dignificando os que forem sacrificados pela má fé, pela incompreensão, pelo ódio". E ele então concluía com um vaticínio certeiro e profético. "Este ato não marcará o fim do arbítrio. O vendaval de insânias arrastará na sua violenta arrancada mesmo os meus mais rancorosos desafetos. Um por um, eles sentirão os efeitos da tirania que ajudaram a instalar no poder."


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