Pela qualidade da educação pública e contra a privatização das escolas estaduais
Pela qualidade da educação pública e
contra a privatização das escolas estaduais
Acompanhada de outros diretores e
diretoras da APEOESP, estive nesta segunda esteve hoje na Secretaria Estadual
da Educação, onde fui recebida pelo Secretário, para tratar do processo de
privatização de escolas estaduais, por meio do chamado Contrato de Impacto
Social (CIS).
A APEOESP deixou clara sua posição
completamente contrária a esse programa e afirmou sua disposição de lutar, em
articulação com estudantes, pais, funcionários, movimentos e todos os segmentos
da comunidade para impedir o seu desenvolvimento. Somos frontalmente contra a
privatização das escolas estaduais, porque queremos educação pública de
qualidade no estado de São Paulo.
O CIS é uma espécie de parceria
público-privada, que vem sendo imposta pelo Governo do Estado de São Paulo às
escolas estaduais, que são pressionadas a aderir, sobretudo na Capital e na
Grande São Paulo, para que nelas possam atuar empresas e organizações privadas,
para desenvolver “projetos” que visam a redução da evasão e da repetência.
Um projeto privatizante e nebuloso
Somos contra o CIS porque ele
remunera empresas privadas para supostamente realizar aquilo que já está
previsto no Plano Estadual de Educação, que possui diretrizes, metas e
estratégias para garantir o acesso de toda a população à educação básica - do
ensino fundamental ao ensino médio e modalidades. O PEE define uma política de
Estado que determina aos sucessivos governos estaduais, no prazo de 10 dez
anos, medidas a serem tomadas para combater a evasão escolar, reduzir a
repetência, formar e valorizar professores(as), formular propostas curriculares
e projetos político-pedagógicos que atendam às necessidades e aos interesses
dos filhos e filhas da classe trabalhadora, que frequentam as escolas públicas.
Trata-se de um projeto muito mal explicado
e nada transparente. Quais empresas assumirão as escolas? São empresas e
instituições que já mantém relações com o governo estadual? Seria um jogo de
cartas marcadas?
Não está realmente muito claro que
tipo de ação essas empresas desenvolverão nas escolas, inclusive se sobrepondo
às equipes escolares, que são formadas por profissionais qualificados aprovados
em concursos públicos para desenvolvem as funções de gestão escolar, magistério
e o necessário suporte ao trabalho pedagógico.
Derrotaremos a privatização como
derrotamos a reorganização
Não aceitaremos essa imposição, assim
como não aceitamos e derrotamos a chamada “reorganização escolar” que esse
governo tentou impor em 2015. Novamente, juntamente com os estudantes e toda a
comunidade, vamos barrar mais esse ataque.
Não precisamos de empresas privadas
atuando nas escolas públicas. Precisamos, sim, de gestão democrática,
financiamento, condições de trabalho e de ensino-aprendizagem, valorização dos
profissionais da educação, jornada de trabalho de acordo com a lei federal
11.738/2008, limite máximo de 25 estudantes por classe, um novo projeto
arquitetônico que atende às necessidades ambientais e pedagógicas de estudantes
e professores e demais condições para uma educação de qualidade.
Professora Bebel – Maria Izabel
Azevedo Noronha
Presidenta da APEOESP
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