Dória é mais uma grande praga contra a Escola Pública Paulista.
Dória é mais uma grande praga contra
a Escola Pública Paulista.
Quando escrevemos o livro “Genocídio Educacional no Estado de
São Paulo”, há mais de dez anos, após longa e cansativa pesquisa, chegamos à
conclusão de que, desde Paulo Maluf ao Governo Mário Covas, a perda salarial do
Magistério era superior a 300%, no aspecto do projeto pedagógico, da jornada de
trabalho, da classificação para assumir a carga horária de trabalho. Nos finais
de todos os anos, ao invés de agradecimento pela árdua tarefa realizada, eram
colocados alguns “bodes” na carreira do Magistério para revoltar os docentes
que, infelizmente, por falta de opção, fizeram várias greves, mas acabavam
voltando ao trabalho com poucas mudanças no tratamento do governo em relação à
categoria. Na pesquisa ficou claro que havia, às vezes, duas greves no mesmo
ano. Greves que chegaram a superar 90 dias de paralização. O governo,
praticamente, em todas as greves era implacável, jogava a população e os alunos
contra os professores e deixava que as greves acabassem por cansaço do
Magistério e de outras categorias. Pena que a falta de consciência crítica e de
compreensão do contexto histórico leva a sociedade a agir contra ela mesma.
Tivessem apoiado a greve e estaríamos hoje em outro patamar.
Não bastassem os entraves citados, com o
passar do tempo, tudo foi piorando. Nos últimos anos, através de mais de
150.000.000 de mensagens mentirosas, os adversários do povo criaram um clima de
puro ódio contra os verdadeiros amigos dos brasileiros. A partir de suas ideias
neoliberais, incorporadas nos banqueiros, nos rentistas e nos detentores dos
meios de produção nacionais e internacionais, estes inimigos do povo escolheram
um candidato para representá-los nas eleições de 2018, travando um embate, sem
debates, sem esclarecimentos, deixando a população sem informação precisa sobre
este candidato que se apresentava como apolítico, contra tudo o que estava em
vigor e um feroz combatente da corrupção. Na verdade este sujeito de apolítico
e impoluto nada tinha, pois há 28 anos exercia o cargo de deputado federal, sem
apresentar um projeto que fosse aprovado, além de incorrer em algumas práticas
suspeitas. Uma fatídica e misteriosa “Facada” tirou-o dos debates, durante sua
campanha eleitoral e inflamou a massa contra este suposto ataque violento.
Assim, sem mostrar quem realmente era, foi eleito. Com o tempo, suas bravatas
contra todos, principalmente, contra os intelectuais, professores, funcionários
públicos, trabalhadores e contra as minorias foram sendo bem delineadas. Mesmo
com este currículo torto, milhares de pastores, com a finalidade de se
promoverem, colocaram-se ao lado deste sujeito como se ele fosse um homem
enviado por Deus. E assim deu-se início à tragédia na qual vivemos atualmente.
Mas esta tragédia não acontece só em âmbito
federal. Aqui, no Estado mais rico do Brasil, um candidato do PSDB a governador
que sempre foi político, com largo currículo de envolvimento em vários
episódios de corrupção, apresentava-se como empresário e defensor dos bons
costumes e ao mesmo tempo usou o slogan de “Bolsodória” para se eleger. Foi
Prefeito da Capital, por dois anos, com péssima eficiência de tal maneira que,
na Capital o candidato vencedor foi o “Márcio França”, mas no interior, o PSDB
deu vitória ao candidato que foi um verdadeiro traidor dos tucanos históricos.
Aqui, sem São Paulo, foi colocado
contra a educação pública não um “bode”, mas uma “manada de bodes”. O governo
não respeita os professores, os alunos, pais e funcionários. Tudo é de cima
para baixo. A APEOESP, entidade respeitada por todos os brasileiros e até no
exterior, não é atendida, a não ser em alguns casos através da Justiça.
Vamos citar
alguns dos bodes: a) Não paga o reajuste de 10,15%, decidido pela justiça a
partir de Janeiro de 2017; b) Não paga o reajuste de 4,17% do Piso Salarial
Nacional de Janeiro de 2019; c) Não segue uma atribuição de aulas justa e
transparente (Foi alvo de liminar na justiça que já foi mantida pelo tribunal
de Justiça); d) Elabora projetos que desrespeitam os Conselhos de Escolas; e)
Leva o professorado a ser contra o programa de escolas cívico-militares; f) E
também contra o PL 899/2019 (que reduz o valor para pagamento de precatórios); g)
Contra os cortes de Dória para a Educação e demais áreas sociais; h) Contra a
municipalização da educação básica; i) Contra o fechamento de classes e a favor
do limite de 25 estudantes por classe; j) Pela contratação imediata de
funcionários de escolas; k) Contra a reforma da previdência de Bolsonaro e
Dória; l) Enfim: a maior das ameaças contra a educação pública de ensino
fundamental e médio: O FUNDEB expira em 2020, sem a sua permanência com a
vinculação e aumento de recursos para a educação poderá inviabilizar o modelo
atual de educação. É necessária uma luta nacional dos prefeitos, governadores,
vereadores, deputados, senadores e de todos os brasileiros.
É claro,
todos sabem, sem pesados investimentos educacionais não haverá desenvolvimento.
Dória é mais uma praga grande da Educação Pública. Tudo que faz é para sua
promoção.
O professor
não aguenta mais tantas maldades. Tudo indica que 2020 será um ano muito
difícil para a educação pública. A greve tende a voltar, com ampla repercussão
que inviabilizará a campanha do governador arrumadinho, arrogante e maldoso
contra todos os paulistas. Chega de Bolsonaros no poder. O João Dória é apenas mais
um Bolsonaro “coberto de chantilly”, sendo este último usado como disfarce,
sem, no entanto conseguir esconder a essência que é a mesma nos dois. Não
queremos mais uma vez ter que falar: Nós avisamos!
Professor
Juvenal de Aguiar – Diretor Estadual da APEOESP
Maria Elvira
Nóbrega Zelante - Professora Aposentada, membros do Diretório do PT/Marília.
Comentários
Postar um comentário