Dia 28, estaremos na ALESP para impedir o desmonte dos serviços públicos*
Dia
28, estaremos na ALESP para impedir o desmonte dos serviços públicos*
O governador João Doria encaminhou para a Assembleia Legislativa
o Projeto de Lei Complementar 26, que desmonta os serviços públicos e ataca os
direitos dos servidores públicos e da população.
O projeto retira direitos assegurados há décadas aos servidores
públicos. Porém, o mais grave é que introduz alterações que irão
desprofissionalizar o serviço público. Isso implicará na fuga de profissionais
e no aprofundamento da descontinuidade das políticas públicas, que hoje já vem
ocorrendo, mas esbarra na dedicação dos servidores efetivos, que ingressaram
por concursos públicos e garantem essa continuidade.
Desprofissionalizar
e desmontar os serviços públicos atingirá diretamente as necessidades da
população mais pobre e também abre caminho para a sua concessão a Organizações
Sociais e outros grupos privados, sob a alegação de que é preciso dar-lhes
“eficiência”.
Na
realidade, trata-se de uma reforma administrativa nos moldes da apresentada
pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional. Tal é sintonia entre
Doria e Bolsonaro (BolsoDoria), que o governador sequer espera a aprovação da
PEC 32 em Brasília (que não está fácil de ocorrer) e já antecipa seu conteúdo
essencial no Estado de São Paulo.
A
flexibilização da remuneração, com a instituição da Bonificação por Resultados
para todos os servidores, traz no seu bojo a avaliação de desempenho, cujos
critérios não estão claros e pode ser utilizada para a demissão de servidores
concursados e temporários. Também são ampliadas sem restrições as contratações
de temporários, praticamente extinguindo a necessidade de concursos públicos, o
que torna o serviço público um monopólio do governante de plantão.
Após
nossas denúncias e mobilizações iniciais, o governo enviou um aditivo que
contém alguns recuos, mas também inúmeros pontos que não constavam no PLC 26, o
que representa uma ilegalidade. Se é verdade que recuou na limitação de 90% nos
salários dos temporários e prorrogou seus contratos até final de 2022,
introduziu diversas alterações na carreira dos funcionários de escola, sem
permitir que os deputados possam fazer emendas. Isto é ilegal! Por isso,
ingressamos na justiça para que este aditivo seja apresentado como um novo
projeto e passe pela tramitação regular nas comissões, com direito a emendas,
debates e audiência pública.
O
aditivo também é uma tentativa de dividir os servidores públicos, prorrogando
os contratos dos temporários. Mas nosso diálogo com esse segmento visa alertar
que os demais pontos atingirão a todos: efetivos, temporários, servidores da
ativa, aposentados e a população.
O
certo é que se o PLC 26 for aprovado faltarão professores, médicos,
profissionais da saúde, policiais civis, agentes de segurança e outros
servidores. A qualidade vai cair e muitos serviços poderão ser extintos ou
concedidos à iniciativa privada, podendo implicar na cobrança de taxas. Assim,
defender concursos públicos e as carreiras dos servidores é defender a
educação, saúde e atendimento justo para toda a população.
No
dia 21 de setembro, a mobilização dos servidores na ALESP, juntamente com o
trabalho de obstrução dos deputados que se opõe a esse projeto, conseguiram
impedir sua votação. Na terça-feira, 28/9, a partir de 14 horas, estaremos
novamente na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, reunindo servidores
e a população de todas as regiões do Estado, para impedir a concretização deste
ataque aos nossos direitos.
Professora
Bebel
Presidenta da APEOESP
Deputada estadual
LÍder da bancada do PT na ALESP
Comentários
Postar um comentário