Agradeço a solidariedade. Machismo e misoginia não passarão!
Agradeço a solidariedade. Machismo e
misoginia não passarão!
A quinta-feira, 25 de novembro, foi
um dia especial para mim. Representantes de mais de cinquenta entidades
sindicais, entidades populares, da sociedade civil, da educação, parlamentares
e partidos políticos organizaram e compareceram a uma manifestação de desagravo
à minha pessoa na Câmara Municipal de São Paulo, frente à forma truculenta como
fui tratada na sede da Secretaria Estadual da Educação em 18/11.
Naquela data, como já fiz inúmeras
outras vezes, dirigi-me à sede da Secretaria Estadual da Educação, acompanhada
de diretores da APEOESP e professores para tratar de uma questão emergencial: a
defesa da Educação de Jovens e Adultos e do ensino noturno, frente a diversas
medidas da SEDUC redução do currículo, da carga horária de EJA e fechamento do
noturno, para ensino regular e EJA em muitas escolas da rede estadual de
ensino.
Neste ano de 2021 não conseguimos que
o secretário Rossieli Soares se reunisse com nossa entidade, apesar de nossos
constantes pedidos. Desta vez, além de mandar informar-me na recepção da SEDUC,
após mais de meia hora de espera, que não receberia, sequer designou alguém da
sua equipe para conversar conosco. Diante disso, e considerando que, como
deputada estadual, tenho o direito de entrar em prédios públicos do Governo
Estadual, dirigi-me à escada que dá acesso ao gabinete do secretário, sendo
impedida, com bloqueio e empurrões, por um segurança.
Apesar disso, consegui entrar. Após
aguardar por diversos minutos, fui afinal recebida por um coordenador e
apresentei nossas reivindicações. Por que, então, fui submetida a tanto
constrangimento? Poderia, desde o início, ter sido recebida.
Tal agressão não foi apenas contra a
minha pessoa. A truculência contra a minha pessoa foi também contra a nossa
categoria, contra as pessoas que não puderam estudar na idade própria e que
necessitam da EJA, contra os estudantes trabalhadores que necessitam do ensino
noturno, contra professoras e professores, constantemente atacados em seus
direitos e necessidades.
Por isso, o ato de desagravo, simbolicamente
realizado no Dia Internacional de Luta pelo fim da Violência contra as
Mulheres, me deixou emocionada e transcendeu o meu caso específico. Ele foi um
brado contra a violência, o machismo, a misoginia e o desprezo do governo do
PSDB pelos nossos direitos.
Agradeço, de coração, além da
iniciativa e presença das entidades, também a presença de mais de centena de
professoras, professores e militantes de movimentos sociais de todo o estado de
São Paulo e as dezenas de mensagens de solidariedade que recebi desde o dia
18/11.
Assim, sinto-me mais fortalecida para
prosseguir na nossa luta, justa e necessária.
Professora Bebel
Presidenta da APEOESP
Deputada estadual
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