FORA BOLSONARO RACISTA!
Fora
Bolsonaro racista!
O
Vinte de Novembro, Dia da Consciência Negra, é uma conquista que extrapola a
luta do movimento negro. É uma conquista social. É um reflexo dos avanços
conquistados ao longo do período de 2003 a 2016, quando a sociedade civil
organizada e os governos democrático-populares realizaram um processo de
diálogo sistêmico que levou à regulamentação e implementação de diversos
aspectos fundamentais da Constituição Cidadã de 1988.
Maioria
da população brasileira, os negros e negras são, ainda hoje, vítimas preferenciais
das desigualdades e injustiças da nossa sociedade. Sejam elas, do ponto de
vista econômico, social e de um processo de discriminação e abusos, no sentido
de sufocar a sua identidade e impedir o desenvolvimento de suas lutas em busca
das devidas reparações históricas frente a uma elite que ainda mantém
mentalidade escravagista e opressora.
O
racismo estrutural no Brasil se manifesta no cotidiano dos brasileiros de uma
forma que se naturalizou ao longo do tempo. Combatê-lo significa enfrentar, não
apenas seu agente direto, mas também toda uma estrutura social dedicada a
negá-lo, escondê-lo ou justificá-lo, tentando negar à população negra até mesmo
o direito de denunciá-lo, quanto mais buscar a sua punição nos termos da lei.
Do
ponto de vista da segurança pública, a mentalidade preconceituosa disseminada
na nossa sociedade, coloca sempre o povo negro na condição de suspeito,
simplesmente em função da cor da pele. Pouco depois do caso George Floyd, nos
Estados Unidos, que levou a um verdadeiro levante naquele país, com reflexos em
outras partes do mundo, o cidadão negro João Alberto Silveira Freitas foi
espancado até a morte no supermercado Carrefour por causa de um desentendimento
no caixa.
São
tantos os casos, que se perde a conta. Foi o caso do youtuber negro detido pela
polícia carioca em frente a uma loja e levado à delegacia apenas por ter
entrado e saído do estabelecimento “muito rápido”. Duas moças foram perseguidas
por seguranças de uma loja e obrigadas a tirar parte das roupas em função de
suspeitas infundadas. Um pai de família negro humilhado e espancado na frente
de seu filho numa estação do metrô, em São Paulo, e milhares de outros casos
que ocorrem o tempo todo em nosso país.
As
indevidamente denominadas “balas perdidas” são, na verdade, destinadas aos
homens, mulheres, crianças e aos jovens negros nas favelas e periferias. A
violência policial, invariavelmente, coloca jovens negros contra a parede em
revistas humilhantes, agressões gratuitas e assassinatos que engrossam as
estatísticas e raramente são punidos. Evidentemente, não cabe generalizar e
culpar toda a força policial por esse tipo de comportamento. Trata-se de
combater uma política de segurança totalmente inadequada e contaminada pelo
ódio racial, que aniquila a juventude negra, não apenas do ponto de vista
físico, mas como segmento social dotado de direitos e de perspectivas de um
futuro melhor.
A
luta da população negra pelo direito de ser feliz tem que ser uma luta de todos
aqueles que não aceitam a tese de que algumas pessoas são melhores que outras
em função de sua etnia ou de sua condição social. O Dia da Consciência Negra
homenageia Zumbi dos Palmares, cuja luta pela liberdade mantém-se no tempo e
perdura em todas as consciências até os dias de hoje.
Esse
Dia 20 de novembro tem outro significado nos dias de hoje. É uma data para
reforçarmos e ampliarmos a luta contra o governo genocida, racista, machista e
autoritário de Jair Bolsonaro.
Viva
Zumbi! Viva o Dia da Consciência Negra! Fora Bolsonaro racista!
Professora
Bebel
Presidenta da APEOESP
Deputada estadual
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