Bonificação por resultados (2011)
A bonificação é mais uma medida paliativa e punitiva dentro do projeto educacional do PSDB.
O governo Covas, após a greve do Ano 2000 criou o Bônus de Mérito para premiar Professores com poucas faltas. Muitos companheiros trabalhavam doentes para receber a bonificação. A APEOESP alertava: Era mais uma maldade contra os docentes.
Nos primeiros anos diminuiu o número de faltosos. A luta pelo bônus pelos professores era contínua, mas trabalhando nas péssimas condições psicológicas criadas pela promoção continuada, bem como com a falta de um regimento disciplinar, uma parcela da categoria passou por crises neuróticas para tratamento até psiquiátricos.
Atualmente (2011), boa parte da categoria está doente. Uma parcela significativa procura instrumentos para fugir da sala de aula, tais como: Licenças Médicas, Licenças Prêmios, Readaptações, Faltas Médicas, etc.
Por outro lado, a violência Escolar, os péssimos salários e o abandono do professor estão destruindo os valores morais, éticos e estéticos da nossa querida juventude.
O sonho dos professores mais jovens é aprovação em concursos de outras carreiras.
A substituição dos professores por substitutos eventuais é efêmera. Ao longo do ano os eventuais desaparecem tendo em vista como são contratados, bem como, a miséria que recebem por suas aulas.
O projeto educacional do PSDB criou situações complicadas para o docente, ou seja, várias subcategorias que às vezes não possui nenhum laço afetivo com a escola ou com os alunos.
O Professor efetivo, antes valorizado com salários e melhores condições de trabalho. Às vezes para completar sua jornada é obrigado a lecionar em várias escolas. Mesmo o benefício do Artigo 22, previsto no Estatuto do Magistério é motivo de Liminares na Justiça.
O Professor não efetivo com aulas livres possui certa tranqüilidade com seus parcos salários, mas é obrigado a dar aulas em várias escolas. Tornando-se um Professor Itinerante.
O Professor substituto, mesmo que ministre aulas, durante o ano todo, mas com dispensa em 31 de Dezembro, fica sem férias. Quanta maldade! Não recebe 1/3 das férias e fica sem o pagamento no início de Fevereiro. Inicia o Ano Letivo sem recursos para transporte e até para se alimentar.
O Professor tapa-buraco que é o eventual. Foi criado para sanar o absenteísmo dos professores, mas desaparece no decorrer do ano letivo.
Somente conhece a realidade da Escola Pública, os docentes e a direção escolar comprometidos com a realidade.
Os intelectuais que fazem suas teses através de pesquisas fajutas na rede pública nada sabem sobre a realidade existente. Alguns são galgados em funções de confiança para implantar regras e idéias que prejudicam o trabalho docente. Outros lacaios autoritários servem defender governadores que usam a verba da educação para outros setores.
Dentro do clima existente nas escolas a “bonificação por resultados” é mais uma medida paliativa da política neoliberal que considera a escola como despesa.
A Escola precisa recuperar os instrumentos, a valorização e os salários no mesmo patamar de 1979.
A continuidade da bonificação por resultados servirá para ampliar, ainda mais, o caos existente nas Escolas do Estado de São Paulo. Quem viver...Verá!
Professor Juvenal de Aguiar – Diretor Estadual da APEOESP.
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