O PSDB e a Classe Média

Um dos maiores caciques do PSDB vai dizer, plagiando o General Figueiredo: “Esqueçam o que eu fiz”. Ele havia dito “Esqueçam o que eu escrevi”. Quanta contradição.

         Militantes do PSDB antes de atingir a Presidência da República e os Governos de vários estados estavam presentes nos Sindicatos com participação ativa. Inclusive participando de Greves e Passeatas.

         Durante oito anos o FHC e os Governadores durante 16 anos se voltaram contra os trabalhadores, funcionários públicos e particularmente contra os Professores, tanto ativos quanto aposentados. Durante esse tempo só tinham um discurso: Enxugar o Estado e Privatização. O resultado foi desesperador: O PSDB passou a ser conhecido como “O Pior Salário do Brasil”.

         Após a campanha de 2010 parece que perderam o rumo. Serra e Aécio trataram os funcionários públicos e os Professores dos respectivos estados com autoritarismo e sem nenhuma consideração.

         Aécio conseguiu se eleger Senador. É um forte concorrente do seu parceiro Geraldo Alckmin. Este último já perdeu uma eleição para “Lula” porque representava, na época o monstro devorador dos salários e das privatizações.

         Fizeram e fazem campanha contínua contra os síndicos. Tentam através de discursos e de seus intelectuais ações contra a Democracia que sempre reinava nas relações entre Governo e Sindicalistas.

         Dizem que os “Sindicatos estão em crise”. Procuram desestabilizar a confiança entre lideranças e liderados. Isto é “PSDB”.

         FHC parece que acordou “É preciso aproximação com a classe média”. Como estão perdidos. Querem voltar às origens. Isto é bom. Muitos estados são governados pelo PSDB.

         Qualquer aproximação será avaliada como “oportunista ou desespero”. Como acabar com 16 anos de arrocho salarial e privatização?

         Aqui, no Estado de São Paulo, pode iniciar com a valorização do Professor. Pode recuperar o salário. Acabar com as distorções da Lei 836. Revogar as leis autoritárias que prejudicaram o Magistério durante os Governos do PSDB.

         Geraldo Alckmin está acenando com medidas para melhorar o relacionamento com as entidades de classe, principalmente, do Magistério. Esperamos que as negociações com o Secretário da Educação sejam conseqüentes, com frutos que possam minimizar o desgaste do PSDB.

         Chega de discursos! Queremos ações! Para aproximar da classe média é melhor mudar o discurso e fazer acontecer: “Recuperação Salarial imediata, com valorização do Magistério e de outros setores do funcionalismo”.

         O PSDB precisa voltar às origens e acabar com as contradições de 16 anos de arrocho salarial e privatizações.

         FHC está certo. Mudam a prática, a estratégia e o discurso ou novas derrotas acontecerão. Geraldo Alckmin está ciente dos riscos.

         Professor Juvenal de Aguiar – Diretor Estadual da APEOESP.