Todos contra a violência e o abandono das escolas estaduais


Todos contra a violência e o abandono das escolas estaduais
Os resultados da pesquisa sobre violência nas escolas estaduais de São Paulo, que a APEOESP encomendou ao Instituto Locomotiva e divulgados no dia 27/9 são contundentes: a violência está crescendo dentro das unidades escolares e no seu entorno e é um fator que compromete a qualidade de ensino na rede estadual.
É alarmante que 61% dos professores e 72% dos estudantes considerem suas escolas como ambientes de violência e que 87% da população afirmem que a violência nas escolas públicas estaduais aumentou nos últimos anos. Gravíssimo também é constatar que 45% dos pais, 48% dos estudantes e 37% dos professores não se sentem seguros dentro das escolas estaduais. Quando se fala do entorno das escolas os números são ainda mais espantosos: 73% dos pais, 69% dos estudantes e 60% dos professores não se sentem seguros nas proximidades das unidades escolares.
Finalmente, entre tantos dados coletados, merece destaque que mais de 1,6 milhão de estudantes e que 173 mil professores tenham tomado conhecimento de casos de violência em suas próprias escolas. E, também, que 39% dos estudantes e que 51% dos professores tenham sofrido pessoalmente algum tipo de violência em suas unidades escolares.
Hoje as escolas estaduais estão abandonadas pelo poder público. Não há funcionários suficientes, a infraestrutura é precária, as salas de aula estão superlotadas, os profissionais da educação estão desvalorizados e não há gestão democrática. Em vez de atuar no sentido de minimizar a ocorrência de casos de violência, a Secretaria de Educação reduziu em 2017 o número de professores mediadores, o que incidiu na elevação da violência dentro das escolas. As escolas estaduais hoje não são atrativas para os estudantes. Ao contrário, se tornaram locais hostis devido a essas condições adversas.
A Secretaria da Educação precisa se abrir ao debate. Precisa ouvir os diferentes atores envolvidos e promover um diálogo que encontre caminhos democráticos e participativos para reduzir a violência dentro das nossas escolas.

Maria Izabel Azevedo Noronha, Bebel - Presidenta da APEOESP.

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