*Marketing ou defesa da vida?*
*Marketing ou defesa da vida?*
O governo do Estado de São Paulo continua aplicando uma
política marqueteira diante da pandemia, que não respeita a vida, prolonga uma
de alto risco situação de risco para toda a população paulista e, mais
especificamente, para milhões de estudantes, professores e funcionários da
educação básica pública e privada.
No seu embate pré-eleitoral com Jair Bolsonaro, João Doria
tomou medidas insuficientes de combate à pandemia do novo coronavírus. Está
demonstrado em todo o mundo que, enquanto não há vacinação em massa de toda a
população, a única saída para o controle da pandemia é o isolamento social e,
se necessário, o lockdown.
Aqui no estado de São Paulo, o Município de Araraquara,
governado pelo prefeito Edinho Silva, do Partido dos Trabalhadores, o lockdown
fez com que houvesse uma redução radical das infecções e, sobretudo das mortes.
Hoje a situação em Araraquara está sob controle.
Por outro lado, não se pode simplesmente decretar que
todos fiquem em casa sem que o poder público assegure aos trabalhadores e aos
pequenos empresários as condições para tal. Se Bolsonaro, com sua política
genocida, cortou e depois reduziu o valor do auxílio emergencial, Doria não
objetivamente nada para garantir ao povo paulista o suporte necessário para que
as pessoas se protegessem, em casa, pois não ofereceu qualquer apoio financeiro
para que pudessem sustentar suas famílias.
Seria dispendioso aqui listar todas as medidas tomadas por
Doria e que prejudicam a população, os trabalhadores em geral e os servidores
públicos em plena pandemia. Cortou o transporte gratuito para idosos entre 60 e
65 anos, reduziu a oferta de transporte público na Capital e Grande São Paulo
(trem e metrô), extinguiu e abriu caminho para a privatização de empresas e
órgão públicos, criou confisco salarial de aposentados e pensionistas, está
reduzindo verbas para a saúde pública e reduzindo o atendimento nos hospitais
públicos estaduais, entre outros ataques.
Nós estamos lutando para que o Governo do Estado
disponibilize um auxílio emergencial de R$ 600,00. Não aceitamos que, para
receber um auxílio necessário, pais e mães tenham que trabalhar nas escolas.
Para suprir essa necessidade, o Estado precisa dar posse aos funcionários
concursados.
É na educação que fica clara a política também genocida de
Doria e Rossieli, seu secretário da Educação. Contra todos os estudos e
evidências, insistem em abrir as escolas. O plano está fracassando, porque a
APEOESP dialogou com os pais e estes não estão enviando seus filhos para as
escolas, preservando sua saúde e suas vidas e das famílias. Levantamento do
sindicato mostra que menos de 5% dos alunos estão frequentando.
Nossa luta incondicional em defesa da vida nos levou à
justiça, juntamente com as demais entidades da educação. Obtivemos primeiro uma
liminar, que foi cassada pelo presidente do TJSP e teve essa cassação
confirmada nesta semana. Porém, a juíza da causa já publicou sua sentença,
proibindo aulas e atividades presenciais em todas as escolas estaduais,
municipais e privadas durante a pandemia, sem vacinação e sem condições
sanitárias nas unidades escolares.
Esta sentença está plenamente em vigor e o Governo Doria
está desafiando e desrespeitando a justiça. É incompreensível essa
insistência em reabrir escolas. Já são mais de 2.350 casos de Covid em escolas
estaduais desde 3/2, de acordo com levantamento da APEOESP. Mais de 70 óbitos
de profissionais da educação e estudantes. Mas este governo é insensível a essa
realidade.
A vacinação de todos e todas é uma urgência absoluta para
conter a pandemia. A APEOESP lutou e conseguiu o início da vacinação dos
profissionais da educação. Mas ela é parcial, apenas para maiores de 47 anos.
Estamos lutando para que todos os profissionais da educação sejam vacinados,
sem corte de idade.
Ninguém contesta que as aulas presenciais são
imprescindíveis, mas as escolas neste momento representam um perigo para a vida
de todos. Portanto, em defesa da vida, é preciso manter o ensino remoto, e o
Estado deve garantir aos estudantes e professores os meios para isso.
Professora Bebel
Presidenta da APEOESP
Deputada Estadual
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