O Brasil está pagando o preço do golpe



O Brasil está pagando o preço do golpe
A situação do abastecimento de combustíveis nas grandes cidades brasileiras, em aeroportos, o caos nas rodovias e a existência de 27 milhões de desempregados expressam com maior clareza as consequências do golpe que retirou a Presidenta Dilma Rousseff do Governo Federal, em 2016.
Os caminhoneiros, hoje estão novamente se manifestando contra a alta do diesel. Nos postos de gasolina a classe média sente o peso do governo golpista. Os preços dos combustíveis sobem porque Temer pratica a política que interessa aos gigantes privados do setor de energia, que comandam a política de preços no mercado internacional, e não ao povo brasileiro.
Contra a privatização da energia
Os petroleiros estão em mobilização contra as políticas do Governo Temer para o setor de energia, centradas na questão da privatização. Logo após o início do Governo golpista de Temer, o Senador José Serra fez aprovar uma lei que acabou com o regime de partilha do pré-sal, permitindo a exploração do setor por empresas estrangeiras, que podem, hoje, ficar com todo o resultado financeiro dessa exploração. O Governo Temer também acabou com a destinação de 75% dos royalties do petróleo para a educação e 25% para a saúde.
Hoje, volta-se a discutir abertamente no Governo e no “mercado” a possibilidade de privatização da Petrobras, um dos maiores patrimônios do povo brasileiro. A empresa está sendo destruída por dentro, por uma política irresponsável e lesiva aos interesses da nação, que beneficia as grandes petroleiras estrangeiras, como a Shell, Chevron, Esso, British Petroleum e outras.
Neste momento está em pauta a privatização da Eletrobras. Os Governos do ex-Presidente Lula e da Presidenta Dilma Rousseff investiram grandes somas de recursos na empresa, tornando-a uma empresa moderna e eficiente. Agora os golpistas querem entregar a preço de banana para o capital estrangeiro.
Querem privatizar a educação
A questão das privatizações não afeta apenas o setor de energia. Na educação, a cada momento são criados novos projetos que pretendem entregar, no todo ou em parte, a gestão das escolas públicas para grupos e empresas privadas.
A antirreforma do ensino médio, imposta por Temer por meio de Medida Provisória, articulada com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio que pretende aprovar no Conselho Nacional de Educação (CNE), permitirá que até 40% do currículo desse nível de ensino seja cumprido na forma de ensino a distância; portanto, entregue a empresas privadas, que poderão contratar seus “professores” por meio do mecanismo de “notório saber”. Ou seja, não serão professores habilitados de acordo com Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, mas profissionais de outras áreas. Um ataque frontal ao magistério. No caso da Educação de Jovens e Adultos, até 100% do currículo poderá ser privatizado nesses moldes.
No dia 8 de junho vamos comparecer em peso à audiência pública que o CNE realiza no Memorial da América Latina para protestar contra a BNCC e contra a antirreforma do ensino médio. Nenhuma disciplina a menos. Queremos um ensino médio que atenda os interesses dos filhos e filhas da classe trabalhadora.
A política educacional privatista em São Paulo
Em São Paulo, o Governo do Estado criou o Contrato de Impacto Social (CIS), que pretende entregar a gestão de dezenas de escolas, num primeiro momento, para “organizações sociais” privadas. A mobilização dos professores e da APEOESP obrigou o Governo Alckmin a recuar, suspendendo a execução desse programa. O atual Governo Estadual ainda não se manifestou, como solicitamos, para cancelar de vez esse projeto privatista.
Outro programa privatizante que vem sendo imposto em São Paulo é o Método de Melhoria de Resultados (MMR), que a pretexto de melhorar a “eficiência” nas escolas (uma terminologia nada pedagógica, mais adequada a empresas), criar inúmeras janelas para que organizações privadas atuem nas unidades escolares como verdadeiras capatazes, treinando gestores para coagir o corpo docente e criando canais até mesmo para que estudantes possam “denunciar” os professores que consideram “ineficientes”.
Este programa (MMR) não apenas é privatizante, como cede às absurdas proposições da farsa denominada “escola sem partido”, implantando a censura e interditando o debate nas escolas, atacando a pluralidade de concepções e práticas pedagógicas e atentando diretamente contra a liberdade de cátedra dos professores.
Campanha nas ruas
Por isso, a APEOESP está desenvolvendo a Campanha pela Qualidade e contra a Privatização da Educação no Estado de São Paulo. Cartazes, folder, vídeos, banners, anúncios nos meios de transporte, mas também aulas públicas, rodas de conversa, encontros, debates e outras atividades estão sendo realizadas, chamando a comunidade para que incorpore seu pertencimento à escola pública e ajude a defendê-la, sob o lema “a escola pública é nossa e ninguém toma”, da mesma forma que a Petrobras também é nossa.
Professora Bebel
Presidenta da APEOESP

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Prefeitavel de Marília

Educação Política (4)