Combatendo a farsa da escola em tempo integral
Combatendo
a farsa da escola em tempo integral
Promovemos na quarta-feira, 28 de agosto, na Assembleia
Legislativa, um encontro emergencial sobre escola de tempo integral, para
debatermos a farsa do Programa de Educação Integral (PEI) do Governo Doria, que
pretende ampliar o número de unidades escolares voltadas ao ensino integral de
forma impositiva, desconsiderado os conselhos de escola e a vontade das
comunidades
Neste encontro reunimos professores, pais, estudantes e
especialistas em educação e definimos ações e encaminhamentos em relação a este
projeto do governador João Doria, não por sermos contrários à educação em tempo
integral, mas porque considerados essa iniciativa eleitoreira e prejudicial aos
interesses e direitos dos estudantes e dos professores.
Antes do encontro, consegui um contato telefônico com Secretário
Estadual da Educação, Rossieli Soares, que se comprometeu a se reunir-se com a
APEOESP, na próxima semana, para tratar desse assunto e outras questões do
interesse da nossa categoria.
Um dos encaminhamentos definidos no nosso encontro é que os
professores, estudantes, pais e funcionários das escolas que estão sendo
pressionadas a aderir ao programa de ensino integral façam valer o artigo 95 da
lei complementar 44/85, para que seja convocado de forma transparente o
conselho de escola, com caráter deliberativo, com pauta definida para debater e
decidir sobre o assunto.
Outro ponto, fundamental, é que todos se coloquem contra a
remoção “ex officio” de professores para outras unidades escolares, bem como
contra a contratação por perfil, pois os professores perdem seus cargos (para
os quais foram admitidos por concurso público), o que é totalmente absurdo.
Todos os professores que queiram permanecer na escola de tempo integral deverão
nela ficar.
O encontro também se pronunciou pela manutenção do noturno em
todas as escolas que venham a aderir, inclusive as classes de Educação de
Jovens e Adultos. Os estudantes trabalhadores não podem ser prejudicados, nem
deve haver transferência de estudantes para outras unidades. Para tanto, as
subsedes da APEOESP e todos os demais presentes ao encontro foram orientados a
realizar o levantamento da demanda existente para cada unidade escolar,
pressionando as direções das escolas, as diretorias de ensino, assim como a
direção da APEOESP pressionará a Secretaria da Educação, para que toda a
demanda seja atendida, conforme compromisso assumido pelo Secretário. Também
exigirei da Secretaria da Educação que coloque imediatamente em prática a Busca
Ativa, mecanismo determinado pelo Ministério Público para localizar e trazer
para as escolas aqueles que abandonaram os estudos ou desejam estudar.
Não somos contra a escola em tempo integral, mas queremos que
haja, de fato, uma educação integrada, na qual se ofereça aos estudantes um
currículo atraente que propicie sua formação para a continuidade dos estudos,
para o exercício da cidadania, para o mundo do trabalho, para a vida. Isto
requer condições estruturais adequadas, projeto arquitetônico que propicie a
aprendizagem, integração entre ensino-cultura-esporte- tecnologias. É
preciso haver boas instalações, quadras de esporte, teatro, espaços de
convivência e até mesmo piscina para a prática de natação. Além disso, o Plano
Nacional de Educação recomenda que a educação integral se inicie pelo ensino
fundamental – da 1ª ao 9º ano –, ao contrário do que propõe o governo estadual
para o ensino médio, fase em que os alunos começam a ir para o mercado de
trabalho, em função das desigualdades sociais que temos em nosso país. Excluído
da escola de tempo integral, esse jovem terá mais tarde que frequentar a
Educação de Jovens e Adultos (EJA), mas que está também sendo reduzida. O
governo precisa contemplar também estes jovens, garantindo, por exemplo, uma
ajuda financeira para que não deixe os estudos.
Exigirei também da Secretaria da Educação que cesse
imediatamente a utilização de estudantes para trabalhos voluntários em
secretarias de escolas, como vem ocorrendo, assim como cobrarei providências
para que escolas regulares recebam as verbas a elas destinadas, uma vez que há
denúncias de que esses recursos estão sendo canalizados para as unidades de
tempo integral. Também vamos desenvolver lutas conjuntas com as ETEC´s contra o
Novotec, projeto de ensino técnico aligeirado que prejudica as escolas
estaduais e também as escolas técnicas, com rebaixamento da formação dos
estudantes.
Professora Bebel
Presidenta da APEOESP
Deputada Estadual
Presidenta da APEOESP
Deputada Estadual
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