Defendemos a vida e ensino de qualidade.



Defendemos a vida e ensino de qualidade
Nos últimos dias, por meio da imprensa, avolumam-se críticas de professores, pais e estudantes ao Ensino a Distância imposto pelo Governo Estadual, que aprofunda a exclusão dos estudantes de mais baixa renda, que não têm equipamento e acesso à internet banda larga. A lógica é simples: sem conexão não há acesso integral às plataformas digitais.
Além disso, é preciso reforçar que o EaD nunca poderá substituir a relação dialógica fundamental no processo de ensino-aprendizagem que ocorre nas salas de aula. Educação não é uma simples “transmissão mecânica” de informações e as tecnologias de informação podem auxiliar o processo educativo, mas nunca substituí-lo.
Para agravar a situação, o Decreto n. 64.982/2020, que instituiu o Programa Centro de Mídias da Educação de São Paulo, implanta medidas sobre o EaD sem delimitar a sua aplicabilidade ao período de pandemia tornando o EaD, na prática, uma política permanente, sem nenhum diálogo com a comunidade escolar, com o poder legislativoe com a sociedade…
O fato é que esse EaD se revelou um grande fracasso. As aulas e atividades veiculadas por meio do chamado centro de mídias criado pelo governo vem sendo acessadas por menos da metade dos estudantes da rede estadual de ensino. Ao mesmo tempo, os professores são submetidos a jornadas excessivas de trabalho sem que tenha havido qualquer preparação anterior e sem que o Estado tenha disponibilizado os equipamentos necessários, como é sua obrigação.
O caráter excludente deste EaD prejudica especialmente a comunidade negra e aumenta mais ainda a exclusão digital que atinge muito mais os alunos mais carentes e periféricos. Por outro lado, a sobrecarga de trabalho atinge especialmente as professoras, pela dupla e tripla jornada a que são submetidas.
As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) são ferramentas que podem auxiliar no processo educativo, como um fim em si mesmas e não podem substituir o processo ensino-aprendizagem presencial, dialógico, que se dá nas salas de aula. Lamentavelmente, o Secretário da Educação não está preocupado com a qualidade do ensino e com a construção do conhecimento. Seu foco é unicamente o cumprimento do calendário escolar, que não pode e não deve ser a prioridade nesse momento de pandemia.
Por isso, a APEOESP está debatendo e lançará um projeto educacional digital direcionado aos estudantes das escolas públicas, com especial enfoque no incentivo à leitura e à reflexão, em contraponto à farsa do EaD do governo estadual. Não aceitamos desrespeito aos direitos dos estudantes e dos professores da escola pública e não admitimos assédio moral.
Quero também me referir ao adiamento do ENEM. Desde março a APEOESP defende essa medida. Frente a todas as pressões da sociedade, o MEC foi obrigado a adiar o exame. Vitória dos educadores, dos estudantes, da sociedade e também da APEOESP.
Professora Bebel
Presidenta da APEOESP
Deputada Estadual


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