Enquete da APEOESP sobre EaD.



Enquete da APEOESP mostra baixa frequência no ensino a distância.
         A APEOESP está realizando enquete em seu portal na internet (www.apeoesp.org.br), na qual professores da rede estadual de ensino diariamente fornecem de forma voluntária informações sobre o acesso dos estudantes das disciplinas que ministram às atividades do EaD (Ensino a Distância) que vem sendo desenvolvido pela Secretaria Estadual da Educação.
A enquete teve início no dia 21 de maio, quando 24,48% dos estudantes acessaram as atividades. Esse percentual foi de 27,85% no dia 22, 25,45% no dia 23, 12,7% no dia 26, 14,7% no dia 27 e 23,2% em 28 de maio.
Esses números confirmam o que dizíamos sobre as dificuldades que os estudantes e suas famílias estão tendo para participarem do EaD. Milhares de estudantes não possuem celulares ou computadores. Outros milhares, apesar de possuírem os aparelhos, não têm acesso à internet ou seus equipamentos são antigos, não são adequados ou não possuem memória suficiente.
Também há o lado dos professores. Vítimas de pressões e assédio moral, são obrigados a disponibilizar seus números de telefone para os estudantes e a participar de grupos de whatsapp com a equipe gestora e com os seus estudantes.  O resultado é que muitos professores, que possuem centenas de estudantes em suas turmas, passam praticamente todo o dia e grande parte da noite recebendo e cumprindo tarefas enviadas pelos seus superiores ou orientando e atendendo estudantes com dúvidas, além de ministrarem as tele aulas.
A pandemia de Covid 19 alterou profundamente nossas vidas. A necessidade do isolamento social, única forma eficaz de controle do contágio, obrigou à suspensão das aulas, bem como de grande número de atividades comerciais, industriais e sociais, além do trabalho presencial da maior parte dos servidores públicos. A prioridade é defender a vida e essa também deveria ser a prioridade para a Secretaria da Educação.
Continuar a implementação de um ensino a distância com tantos problemas e tão baixa adesão serve apenas a propósitos de marketing e para manter os professores ocupados, como forma de justificar o pagamento de salários. Por que, então, a SEDUC não realiza nesse período em que o processo ensino-aprendizagem não pode se desenvolver um programa de formação continuada de professores?
Por que não disponibiliza aos estudantes e às famílias programas educativos por meio de rádio e TV, aos quais a maioria da população tem acesso, para levar o estudante a pensar, a refletir, a gostar de ler. A APEOESP apresentará um projeto neste sentido. O calendário do ensino regular deve ser discutido depois da pandemia.
Finalmente, vejo com grande preocupação a flexibilização do isolamento social decidida pelo governador Doria e pelo prefeito da Capital, Bruno Covas. Os números de casos confirmados e de mortes ainda estão crescendo violentamente. A economia poderá se recuperar, as vidas perdidas não. É lamentável essa decisão nesse momento.
Professora Bebel
Presidenta da APEOESP
Deputada Estadual


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